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“A lógica confusa de um sistema de expressão”: literatura e filosofia como dispositivos de visão segundo Merleau-Ponty
Todo o percurso do pensamento de Merleau-Ponty é atravessado – em alguns casos de maneira mais evidente do que em outros – por aquilo que proponho definir como uma ideia da literatura e da filosofia como dispositivos de visão, para usar uma expressão que nasceu – e não por acaso – no domínio dos estudos cinematográficos. Mais precisamente, gostaria de mostrar que Merleau-Ponty vê a literatura e a filosofia de seu tempo operarem como dispositivos de visão convergentes, visão esta que deve ser considerada, por sua vez, como uma prática corporal e não apenas ocular. Dito isso, deve-se sublinhar que tais dispositivos visuais convergentes têm a particularidade de funcionar com as palavras, e que Merleau-Ponty enfatiza sua eficácia diferenciada na expressão de seu tempo. Além disso, penso que a ideia implícita da filosofia como um dispositivo de visão operante por palavras “como toda a literatura” tem um lugar importante, mas por enquanto não suficientemente desenvolvido, no último período do pensamento de Merleau-Ponty. Mais ainda, gostaria de sublinhar que essa perspectiva é crucial também para o nosso tempo, embora considere que ela seja diferente daquela de Merleau-Ponty.