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origens teológicas e literárias de Satã em “Paraíso Perdido”, de Milton
O diabo de “Paraíso Perdido”, de John Milton (1608-1674), é diferente da figura grotesca que geralmente está associada a Satanás. Ele é humanizado, inteligente, corajoso, um rebelde que passa por conflitos morais. Traços da narrativa e da teologia da rebelião diabólica miltoniana podem ser encontrados na Bíblia, na literatura apocalíptica judaica, na literatura patrística, em textos do cristianismo primitivo, e em textos cristãos medievais e protestantes. Esta pesquisa bibliográfica examina a trajetória literária e teológica que levou ao diabo de Milton, avaliando o quanto desses elementos Milton retém em seu poema, e o quanto ele é original. De acordo com esta pesquisa, Milton não negou a sua herança cultural, mas também não foi apenas um reflexo dela. Ele assumiu o controle da construção de seu personagem, e brindou o mundo com uma obra inesquecível que representa literariamente as transformações no pensamento ocidental da passagem da Idade Média até a Idade Contemporânea.