Anderson Bastos Martins, Fernando Santarosa de Oliveira
{"title":"埃琳娜·费兰特和萨尔曼·拉什迪作为全球作家:一个新的文学类别还是仅仅是一个市场标签?","authors":"Anderson Bastos Martins, Fernando Santarosa de Oliveira","doi":"10.4025/actascilangcult.v45i1.63708","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo discutir e desenvolver os conceitos de ‘autor global’ e ‘autoria global’ a partir de obras dos escritores Salman Rushdie e Elena Ferrante. Pretendemos definir as bases e princípios do que faz de um escritor um autor global, qual é a importância da participação desses autores no cenário contemporâneo de debate da obra e fazer uma reflexão sobre o cânone num contexto literário globalizado. De maneira mais específica, procuramos apontar o que faz de Salman Rushdie e Elena Ferrante autores dessa categoria. A hipótese desenvolvida é a de que os autores globais devem ser autores vivos, cuja obra e persona circulam no universo literário transnacional, participando ativamente das discussões em torno de sua obra e provando, constantemente, por meio de intervenções públicas e discussões nos meios de comunicação de massa, sua relevância global. Dessa forma, desafiamos a ideia de que um cânone literário mundial, baseado exclusivamente na qualidade literária de seus autores, ainda pode ser sustentada no cenário global. Nesse contexto, os autores Salman Rushdie, a partir do lançamento de seu livro Os versos satânicos (1988), e Elena Ferrante, a partir de sua tetralogia napolitana, para além de suas qualidades literárias, podem ser pensados como autores e agentes de questões políticas e ideológicas no mundo contemporâneo globalizado, características essas necessárias para fazer parte da condição de autores globais.","PeriodicalId":38982,"journal":{"name":"Acta Scientiarum Language and Culture","volume":"19 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Elena Ferrante e Salman Rushdie enquanto autores globais: uma nova categoria literária ou mera etiqueta de mercado?\",\"authors\":\"Anderson Bastos Martins, Fernando Santarosa de Oliveira\",\"doi\":\"10.4025/actascilangcult.v45i1.63708\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Este artigo tem como objetivo discutir e desenvolver os conceitos de ‘autor global’ e ‘autoria global’ a partir de obras dos escritores Salman Rushdie e Elena Ferrante. Pretendemos definir as bases e princípios do que faz de um escritor um autor global, qual é a importância da participação desses autores no cenário contemporâneo de debate da obra e fazer uma reflexão sobre o cânone num contexto literário globalizado. De maneira mais específica, procuramos apontar o que faz de Salman Rushdie e Elena Ferrante autores dessa categoria. A hipótese desenvolvida é a de que os autores globais devem ser autores vivos, cuja obra e persona circulam no universo literário transnacional, participando ativamente das discussões em torno de sua obra e provando, constantemente, por meio de intervenções públicas e discussões nos meios de comunicação de massa, sua relevância global. Dessa forma, desafiamos a ideia de que um cânone literário mundial, baseado exclusivamente na qualidade literária de seus autores, ainda pode ser sustentada no cenário global. Nesse contexto, os autores Salman Rushdie, a partir do lançamento de seu livro Os versos satânicos (1988), e Elena Ferrante, a partir de sua tetralogia napolitana, para além de suas qualidades literárias, podem ser pensados como autores e agentes de questões políticas e ideológicas no mundo contemporâneo globalizado, características essas necessárias para fazer parte da condição de autores globais.\",\"PeriodicalId\":38982,\"journal\":{\"name\":\"Acta Scientiarum Language and Culture\",\"volume\":\"19 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-06-06\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Acta Scientiarum Language and Culture\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v45i1.63708\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"Q3\",\"JCRName\":\"Arts and Humanities\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Acta Scientiarum Language and Culture","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v45i1.63708","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
Elena Ferrante e Salman Rushdie enquanto autores globais: uma nova categoria literária ou mera etiqueta de mercado?
Este artigo tem como objetivo discutir e desenvolver os conceitos de ‘autor global’ e ‘autoria global’ a partir de obras dos escritores Salman Rushdie e Elena Ferrante. Pretendemos definir as bases e princípios do que faz de um escritor um autor global, qual é a importância da participação desses autores no cenário contemporâneo de debate da obra e fazer uma reflexão sobre o cânone num contexto literário globalizado. De maneira mais específica, procuramos apontar o que faz de Salman Rushdie e Elena Ferrante autores dessa categoria. A hipótese desenvolvida é a de que os autores globais devem ser autores vivos, cuja obra e persona circulam no universo literário transnacional, participando ativamente das discussões em torno de sua obra e provando, constantemente, por meio de intervenções públicas e discussões nos meios de comunicação de massa, sua relevância global. Dessa forma, desafiamos a ideia de que um cânone literário mundial, baseado exclusivamente na qualidade literária de seus autores, ainda pode ser sustentada no cenário global. Nesse contexto, os autores Salman Rushdie, a partir do lançamento de seu livro Os versos satânicos (1988), e Elena Ferrante, a partir de sua tetralogia napolitana, para além de suas qualidades literárias, podem ser pensados como autores e agentes de questões políticas e ideológicas no mundo contemporâneo globalizado, características essas necessárias para fazer parte da condição de autores globais.