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Abstract
Este relato de pesquisa objetiva discutir o impacto argumentativo do discurso da produção da vacina CoronaVac pelo Instituto Butantan, em São Paulo, por meio do videoclipe de divulgação da vacina, durante o trágico cenário brasileiro da pandemia da Covid-19. Para tanto, foram considerados dois aspectos: o embate entre ciência e negacionismo científico e os argumentos verbo-visuais do gênero funk, permitindo analisar como o discurso da ciência, na voz popular, traz uma abordagem mais acessível ao grande público. Partindo do slogan “A vacina do Brasil” e da divulgação do videoclipe de MC Fioti, jovem da periferia urbana, este trabalho assume a perspectiva da Análise dialógica do discurso (Bakhtin e o Círculo), procurando, em primeiro lugar, identificar os discursos da ciência presentes na paródia funk “Vacina Butantan, remix Bum Bum Tam Tam” (01/2021), para, em seguida, analisar a argumentação presente no clipe, explorando diferentes formas da presença do discurso do outro. Ademais, ressalta os seguintes resultados: o deslocamento de sentido em torno de quem faz ciência e a aproximação do funkeiro com o espaço do Instituto Butantan, as relações que se estabelecem entre a se aproximar do centro de pesquisa de modo, ao mesmo tempo, ético e cultural e por fim discutir a posição científica da produção e uso da vacina contra o Coronavírus.