{"title":"Compreensão do processo de escrita e suas contribuições para o ensino-aprendizagem","authors":"Jamila Viegas Rodrigues, Rafaela Barbosa Mota, Luísa Quintanilha Macedo","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id707","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Segundo Donida e Blanco (2021), o sistema educacional brasileiro pode ser considerado um reprodutor de desigualdades sociais refletidas pelas diferenças de acesso à leitura e escrita. Além desse caráter social, a escrita é uma tarefa cognitiva em que várias demandas (ideacionais, textuais, linguísticas, procedimentais, etc.) competem por atenção. Nesse sentido, fizemos uma revisão bibliográfica que perpassa os últimos 10 anos com o intuito de investigar como os estudos no campo da psicolinguística vem contribuindo para o ensino-aprendizagem de escrita. Na perspectiva da psicolinguística, a definição de escrita habilidosa envolve a necessidade de desenvolver conhecimento linguístico e de gênero textual na respectiva língua a ser utilizada (MANCHÓN, 2013). Para a investigação dessa escrita habilidosa, o avanço metodológico (RODRIGUES, 2019) permitiu acompanhar o processo de escrita de forma síncrona e não invasiva com o uso de gravação de tela, registro de teclas pressionadas no computador (keyloggers), e rastreamento ocular de forma a subsidiar práticas escolares (BREUER, 2019; TIRYAKIOGLU, PETERS, VERSCHAFFEL, 2019). A literatura analisada engloba de modo geral a subdivisão do processo de escrita em planejamento, formulação/ tradução e revisão/ edição conforme modelos de Flower & Hayes (1980, 1981), Hayes (1996) e Kellogg (1996). Tais subprocessos interagem uns com os outros de modo cíclico, ou seja, eles não são implementados de modo linear, mas recursivamente ao longo do processo de redação. Portanto, a partir dessa revisão, compilamos amostras de investigações do processo pelo qual um escritor habilidoso gera, consolida e usa ideias, descrevendo as dificuldades apresentadas, promovendo a maior compreensão do fenômeno e possibilitando o desenvolvimento de estratégias a serem incorporadas ao ensino-aprendizagem.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"110 33","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos de Linguística","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id707","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Segundo Donida e Blanco (2021), o sistema educacional brasileiro pode ser considerado um reprodutor de desigualdades sociais refletidas pelas diferenças de acesso à leitura e escrita. Além desse caráter social, a escrita é uma tarefa cognitiva em que várias demandas (ideacionais, textuais, linguísticas, procedimentais, etc.) competem por atenção. Nesse sentido, fizemos uma revisão bibliográfica que perpassa os últimos 10 anos com o intuito de investigar como os estudos no campo da psicolinguística vem contribuindo para o ensino-aprendizagem de escrita. Na perspectiva da psicolinguística, a definição de escrita habilidosa envolve a necessidade de desenvolver conhecimento linguístico e de gênero textual na respectiva língua a ser utilizada (MANCHÓN, 2013). Para a investigação dessa escrita habilidosa, o avanço metodológico (RODRIGUES, 2019) permitiu acompanhar o processo de escrita de forma síncrona e não invasiva com o uso de gravação de tela, registro de teclas pressionadas no computador (keyloggers), e rastreamento ocular de forma a subsidiar práticas escolares (BREUER, 2019; TIRYAKIOGLU, PETERS, VERSCHAFFEL, 2019). A literatura analisada engloba de modo geral a subdivisão do processo de escrita em planejamento, formulação/ tradução e revisão/ edição conforme modelos de Flower & Hayes (1980, 1981), Hayes (1996) e Kellogg (1996). Tais subprocessos interagem uns com os outros de modo cíclico, ou seja, eles não são implementados de modo linear, mas recursivamente ao longo do processo de redação. Portanto, a partir dessa revisão, compilamos amostras de investigações do processo pelo qual um escritor habilidoso gera, consolida e usa ideias, descrevendo as dificuldades apresentadas, promovendo a maior compreensão do fenômeno e possibilitando o desenvolvimento de estratégias a serem incorporadas ao ensino-aprendizagem.