Pub Date : 2023-12-31DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id694
Rhanya Rafaella Rodrigues, Elena Ortiz Preuss
Diversos estudos em da aquisição de segundas línguas (ASL) têm demonstrado a importância de intervenções pedagógicas explícitas para o desenvolvimento de aspectos segmentais e suprassegmentais em línguas não nativas (LNN) (ALVES; LIMA-JÚNIOR, 2021; SAITO; SAITO, 2017). Esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar os efeitos da instrução explícita para o desenvolvimento de elementos prosódicos em espanhol/LNN. O estudo foi realizado com 15 estudantes brasileiros aprendizes de espanhol/LNN. Os/as respondentes realizaram pré-teste e pós-teste, que consistiu em uma tarefa de leitura oralizada, por meio da qual foi avaliada a produção de entoação, tonicidade, ritmo e pronúncia em L2. Além disso, realizou-se intervenção explícita e prática de aspectos prosódicos, como entoação e ritmo, da língua espanhola. Os dados obtidos foram tabulados e analisados, através do auxílio dos softwares de análise acústica PRAAT e Audacity, e posteriormente, foram analisados estatisticamente. Evidenciou-se que os/as participantes diminuíram a quantidade de erros após a intervenção explícita dos aspectos prosódicos observados. Os resultados também permitem analisar que houve diminuição significativa na média de erros produzidos entre o pré-teste e pós-teste, o que corrobora o papel da instrução explícita na aquisição de aspectos suprassegmentais em espanhol/LNN. Ressalta-se que os achados desta pesquisa contribuem para a ampliação do conhecimento sobre o papel de intervenção explícita no desenvolvimento da prosódia em espanhol/LNN por aprendizes brasileiros.
{"title":"O papel da intervenção explícita no desenvolvimento da prosódia em espanhol como língua não nativa","authors":"Rhanya Rafaella Rodrigues, Elena Ortiz Preuss","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id694","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id694","url":null,"abstract":"Diversos estudos em da aquisição de segundas línguas (ASL) têm demonstrado a importância de intervenções pedagógicas explícitas para o desenvolvimento de aspectos segmentais e suprassegmentais em línguas não nativas (LNN) (ALVES; LIMA-JÚNIOR, 2021; SAITO; SAITO, 2017). Esta pesquisa teve como objetivo principal avaliar os efeitos da instrução explícita para o desenvolvimento de elementos prosódicos em espanhol/LNN. O estudo foi realizado com 15 estudantes brasileiros aprendizes de espanhol/LNN. Os/as respondentes realizaram pré-teste e pós-teste, que consistiu em uma tarefa de leitura oralizada, por meio da qual foi avaliada a produção de entoação, tonicidade, ritmo e pronúncia em L2. Além disso, realizou-se intervenção explícita e prática de aspectos prosódicos, como entoação e ritmo, da língua espanhola. Os dados obtidos foram tabulados e analisados, através do auxílio dos softwares de análise acústica PRAAT e Audacity, e posteriormente, foram analisados estatisticamente. Evidenciou-se que os/as participantes diminuíram a quantidade de erros após a intervenção explícita dos aspectos prosódicos observados. Os resultados também permitem analisar que houve diminuição significativa na média de erros produzidos entre o pré-teste e pós-teste, o que corrobora o papel da instrução explícita na aquisição de aspectos suprassegmentais em espanhol/LNN. Ressalta-se que os achados desta pesquisa contribuem para a ampliação do conhecimento sobre o papel de intervenção explícita no desenvolvimento da prosódia em espanhol/LNN por aprendizes brasileiros.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"113 11","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139133137","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Segundo Donida e Blanco (2021), o sistema educacional brasileiro pode ser considerado um reprodutor de desigualdades sociais refletidas pelas diferenças de acesso à leitura e escrita. Além desse caráter social, a escrita é uma tarefa cognitiva em que várias demandas (ideacionais, textuais, linguísticas, procedimentais, etc.) competem por atenção. Nesse sentido, fizemos uma revisão bibliográfica que perpassa os últimos 10 anos com o intuito de investigar como os estudos no campo da psicolinguística vem contribuindo para o ensino-aprendizagem de escrita. Na perspectiva da psicolinguística, a definição de escrita habilidosa envolve a necessidade de desenvolver conhecimento linguístico e de gênero textual na respectiva língua a ser utilizada (MANCHÓN, 2013). Para a investigação dessa escrita habilidosa, o avanço metodológico (RODRIGUES, 2019) permitiu acompanhar o processo de escrita de forma síncrona e não invasiva com o uso de gravação de tela, registro de teclas pressionadas no computador (keyloggers), e rastreamento ocular de forma a subsidiar práticas escolares (BREUER, 2019; TIRYAKIOGLU, PETERS, VERSCHAFFEL, 2019). A literatura analisada engloba de modo geral a subdivisão do processo de escrita em planejamento, formulação/ tradução e revisão/ edição conforme modelos de Flower & Hayes (1980, 1981), Hayes (1996) e Kellogg (1996). Tais subprocessos interagem uns com os outros de modo cíclico, ou seja, eles não são implementados de modo linear, mas recursivamente ao longo do processo de redação. Portanto, a partir dessa revisão, compilamos amostras de investigações do processo pelo qual um escritor habilidoso gera, consolida e usa ideias, descrevendo as dificuldades apresentadas, promovendo a maior compreensão do fenômeno e possibilitando o desenvolvimento de estratégias a serem incorporadas ao ensino-aprendizagem.
{"title":"Compreensão do processo de escrita e suas contribuições para o ensino-aprendizagem","authors":"Jamila Viegas Rodrigues, Rafaela Barbosa Mota, Luísa Quintanilha Macedo","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id707","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id707","url":null,"abstract":"Segundo Donida e Blanco (2021), o sistema educacional brasileiro pode ser considerado um reprodutor de desigualdades sociais refletidas pelas diferenças de acesso à leitura e escrita. Além desse caráter social, a escrita é uma tarefa cognitiva em que várias demandas (ideacionais, textuais, linguísticas, procedimentais, etc.) competem por atenção. Nesse sentido, fizemos uma revisão bibliográfica que perpassa os últimos 10 anos com o intuito de investigar como os estudos no campo da psicolinguística vem contribuindo para o ensino-aprendizagem de escrita. Na perspectiva da psicolinguística, a definição de escrita habilidosa envolve a necessidade de desenvolver conhecimento linguístico e de gênero textual na respectiva língua a ser utilizada (MANCHÓN, 2013). Para a investigação dessa escrita habilidosa, o avanço metodológico (RODRIGUES, 2019) permitiu acompanhar o processo de escrita de forma síncrona e não invasiva com o uso de gravação de tela, registro de teclas pressionadas no computador (keyloggers), e rastreamento ocular de forma a subsidiar práticas escolares (BREUER, 2019; TIRYAKIOGLU, PETERS, VERSCHAFFEL, 2019). A literatura analisada engloba de modo geral a subdivisão do processo de escrita em planejamento, formulação/ tradução e revisão/ edição conforme modelos de Flower & Hayes (1980, 1981), Hayes (1996) e Kellogg (1996). Tais subprocessos interagem uns com os outros de modo cíclico, ou seja, eles não são implementados de modo linear, mas recursivamente ao longo do processo de redação. Portanto, a partir dessa revisão, compilamos amostras de investigações do processo pelo qual um escritor habilidoso gera, consolida e usa ideias, descrevendo as dificuldades apresentadas, promovendo a maior compreensão do fenômeno e possibilitando o desenvolvimento de estratégias a serem incorporadas ao ensino-aprendizagem.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"110 33","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139134698","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-30DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id689
Miyuki Rachel Oshima, Morishima Yasunori
Em estudos recentes, a leitura de cenários de dilema moral em línguas estrangeiras resultou no aumento da vontade de sacrificar outros para salvar mais vidas no futuro, o que é conhecido como uma resposta utilitária. Alguns estudos sugerem que isto é causado pelo declínio das imagens vívidas durante a leitura da língua estrangeira. Isto faz com que a imersão e empatia com os personagens se desclinem, facilitando a priorização do resultado distante sobre a reação emocional imediata à idéia de dano. O estudo atual se concentra no uso de imagens mentais durante a leitura do cenário de dilema moral da segunda língua. Especificamente, como instruir os leitores a usar imagens mentais influencia a resposta a situações de dilema moral. Com base em pesquisas anteriores, o imaginário criado durante a leitura aumentará a imersão da história, diminuindo o nível de reponsabilização utilitária. Neste estudo, dois grupos foram apresentados com um cenário de dilema moral pré-teste em sua segunda língua. Um grupo recebeu uma instrução de imagem mental antes do segundo dilema, enquanto o outro não recebeu. O grupo que recebeu a instrução mostrou uma marginalidade in-crease nas escolhas deontológicas após as instruções. Além disso, houve um aumento significativo na vivacidade e imersão do cenário e dos personagens após as instruções das imagens. Com base nos resultados, podemos sugerir que a imagem mental poderia aumentar a imersão da história e talvez aumentar as decisões deontológicas, apesar do efeito da língua estrangeira.
{"title":"Os efeitos da imagem mental em dilemas morais em uma segunda linguagem","authors":"Miyuki Rachel Oshima, Morishima Yasunori","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id689","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id689","url":null,"abstract":"Em estudos recentes, a leitura de cenários de dilema moral em línguas estrangeiras resultou no aumento da vontade de sacrificar outros para salvar mais vidas no futuro, o que é conhecido como uma resposta utilitária. Alguns estudos sugerem que isto é causado pelo declínio das imagens vívidas durante a leitura da língua estrangeira. Isto faz com que a imersão e empatia com os personagens se desclinem, facilitando a priorização do resultado distante sobre a reação emocional imediata à idéia de dano. O estudo atual se concentra no uso de imagens mentais durante a leitura do cenário de dilema moral da segunda língua. Especificamente, como instruir os leitores a usar imagens mentais influencia a resposta a situações de dilema moral. Com base em pesquisas anteriores, o imaginário criado durante a leitura aumentará a imersão da história, diminuindo o nível de reponsabilização utilitária. Neste estudo, dois grupos foram apresentados com um cenário de dilema moral pré-teste em sua segunda língua. Um grupo recebeu uma instrução de imagem mental antes do segundo dilema, enquanto o outro não recebeu. O grupo que recebeu a instrução mostrou uma marginalidade in-crease nas escolhas deontológicas após as instruções. Além disso, houve um aumento significativo na vivacidade e imersão do cenário e dos personagens após as instruções das imagens. Com base nos resultados, podemos sugerir que a imagem mental poderia aumentar a imersão da história e talvez aumentar as decisões deontológicas, apesar do efeito da língua estrangeira.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":" 36","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139141713","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-30DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id695
F. Bezerra, M. Lameira, Pâmela Freitas Pereira Toassi, Maria Teresa Carthery-Goulart
Homógrafos interlinguísticos são palavras que possuem ortografia idêntica, mas significados distintos entre duas ou mais línguas. Estes estímulos são frequentemente utilizados para avaliar o processamento léxico-semântico em bilíngues e multilíngues. Entretanto, um desafio das pesquisas sobre este tema consiste na preparação das listas de estímulos, havendo carência de materiais disponíveis para avaliar trilíngues com combinações de línguas específicas. O presente estudo teve como objetivo elaborar duas listas de estímulos contendo homógrafos interlinguísticos entre as línguas Inglês-Alemão e Inglês-Português para investigar a coativação semântica-lexical por meio de uma tarefa de julgamento semântico. Os estímulos foram caracterizados quanto à sua frequência por milhão, concretude e número de letras. Por meio de escala likert de 7 pontos, 32 indivíduos bilíngues português-inglês julgaram a associação semântica entre pares de palavras em inglês contendo primes homógrafos e primes controles não-homógrafos e palavras alvo não-homógrafas, associadas ou não semanticamente com os primes. Como resultado, obtivemos um total de 258 pares de palavras em inglês, sendo: 50% de pares associados e 50% de pares não-associados semanticamente na língua inglesa. Entre eles, 46 pares apresentam primes homógrafos Inglês-Alemão, 40 homógrafos Inglês-Português e 162 consistem de pares-controles (primes não-homógrafos). Descrevemos o processo de preparação da tarefa e a disponibilizamos para investigações em estudos com trilíngues português-inglês-alemão tendo como língua alvo da tarefa o inglês. As listas podem ser acessadas em: https://osf.io/2a7qm
{"title":"Elaboração de uma tarefa para avaliar a coativação semântica em multilíngues Português-Inglês-Alemão","authors":"F. Bezerra, M. Lameira, Pâmela Freitas Pereira Toassi, Maria Teresa Carthery-Goulart","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id695","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n3.id695","url":null,"abstract":"Homógrafos interlinguísticos são palavras que possuem ortografia idêntica, mas significados distintos entre duas ou mais línguas. Estes estímulos são frequentemente utilizados para avaliar o processamento léxico-semântico em bilíngues e multilíngues. Entretanto, um desafio das pesquisas sobre este tema consiste na preparação das listas de estímulos, havendo carência de materiais disponíveis para avaliar trilíngues com combinações de línguas específicas. O presente estudo teve como objetivo elaborar duas listas de estímulos contendo homógrafos interlinguísticos entre as línguas Inglês-Alemão e Inglês-Português para investigar a coativação semântica-lexical por meio de uma tarefa de julgamento semântico. Os estímulos foram caracterizados quanto à sua frequência por milhão, concretude e número de letras. Por meio de escala likert de 7 pontos, 32 indivíduos bilíngues português-inglês julgaram a associação semântica entre pares de palavras em inglês contendo primes homógrafos e primes controles não-homógrafos e palavras alvo não-homógrafas, associadas ou não semanticamente com os primes. Como resultado, obtivemos um total de 258 pares de palavras em inglês, sendo: 50% de pares associados e 50% de pares não-associados semanticamente na língua inglesa. Entre eles, 46 pares apresentam primes homógrafos Inglês-Alemão, 40 homógrafos Inglês-Português e 162 consistem de pares-controles (primes não-homógrafos). Descrevemos o processo de preparação da tarefa e a disponibilizamos para investigações em estudos com trilíngues português-inglês-alemão tendo como língua alvo da tarefa o inglês. As listas podem ser acessadas em: https://osf.io/2a7qm","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":" 18","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139139978","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-29DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id700
Nivaldo Korira’i Tapirapé
O presente trabalho tem como propósito apresentar resultados da pesquisa sobre a importância da Takãra (casa cerimonial) como espaço central de difusão da linguagem ritualizada que ocorre nos rituais e nas regras de organização de eventos culturais. O conhecimento dessa linguagem é fundamental para manutenção e fortalecimento da epistemologia sociocultural do povo, já que a Takãra é a casa de sapiência Apyãwa. Segundo nossos sábios, a Takãra é essencial desde a sua ancestralidade, centro de espiritualidade para as práticas culturais, de atualização de saberes Apyãwa. Além disso, a pesquisa traz reflexões importantes para que se possa valorizar e fortalecer ainda mais a Takãra, oportunizando esse conhecimento especializado às lideranças cerimoniais das novas gerações. Nesse sentido, esperamos que a pesquisa possa contribuir também com reflexões das novas gerações Apyãwa, fundamentando a iniciativa das práticas socioculturais milenares da comunidade. Para a realização dessa pesquisa, contamos com parcerias valiosas dos (as) anciões (ãs), “bibliotecas vivas” do meu povo Apyãwa, que têm muito conhecimento sobre o tema, além das pesquisas bibliográficas e etnográficas sobre o povo Apyãwa. Os principais métodos utilizados foram: participação nas atividades culturais nas aldeias, atividades escolares, participação das conversas noturnas na Takãra e entrevistas semiabertas com anciãos/anciãs.
{"title":"Takãra: o centro da difusão da linguagem ritualizada","authors":"Nivaldo Korira’i Tapirapé","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id700","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id700","url":null,"abstract":"O presente trabalho tem como propósito apresentar resultados da pesquisa sobre a importância da Takãra (casa cerimonial) como espaço central de difusão da linguagem ritualizada que ocorre nos rituais e nas regras de organização de eventos culturais. O conhecimento dessa linguagem é fundamental para manutenção e fortalecimento da epistemologia sociocultural do povo, já que a Takãra é a casa de sapiência Apyãwa. Segundo nossos sábios, a Takãra é essencial desde a sua ancestralidade, centro de espiritualidade para as práticas culturais, de atualização de saberes Apyãwa. Além disso, a pesquisa traz reflexões importantes para que se possa valorizar e fortalecer ainda mais a Takãra, oportunizando esse conhecimento especializado às lideranças cerimoniais das novas gerações. Nesse sentido, esperamos que a pesquisa possa contribuir também com reflexões das novas gerações Apyãwa, fundamentando a iniciativa das práticas socioculturais milenares da comunidade. Para a realização dessa pesquisa, contamos com parcerias valiosas dos (as) anciões (ãs), “bibliotecas vivas” do meu povo Apyãwa, que têm muito conhecimento sobre o tema, além das pesquisas bibliográficas e etnográficas sobre o povo Apyãwa. Os principais métodos utilizados foram: participação nas atividades culturais nas aldeias, atividades escolares, participação das conversas noturnas na Takãra e entrevistas semiabertas com anciãos/anciãs.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":" 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139142016","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-29DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n1.id718
Lou-Ann Kleppa
Comparamos quatro versões de uma mesma história em quadrinhos, a saber: Asterix, o gaulês no original (francês) e três traduções (inglês, alemão e português) focando atenção nos sinais de pontuação desacompanhados – que são os mesmos nas quatro línguas. Procuramos, portanto, por pontos de exclamação, interrogação e reticências que figuram em balões de fala de maneira avulsa, repetidos ou combinados entre si. A primeira questão que nos colocamos é verificar se, nas traduções, esses sinais são assumidos do original (os desenhos são) ou se são objeto de tradução (como todas as palavras). Confrontamos nossos achados com a hipótese de Neil Cohn de que os sinais de pontuação desacompanhados nos quadrinhos compõem uma morfologia visual, ou seja, são da ordem da imagem. A segunda questão está relacionada ao papel que esses sinais desacompanhados desempenham no painel, considerando que os desenhos já expressam o conteúdo dos balões de fala. Nossa conclusão é que os sinais de pontuação são sinais linguísticos – a prova disso é que são reescritos pelos tradutores – que desempenham papel semelhante aos gestos que acompanham a fala.
我们对同一漫画书的四个版本进行了比较,即Asterix the Gaul》的原文(法文)和三个译本(英文、德文和葡萄牙文),重点关注无伴音标点符号--这在所有四种语言中都是一样的。因此,我们正在寻找在语音气球中单独、重复或相互组合出现的感叹号、问号和省略号。我们向自己提出的第一个问题是,在译文中,这些符号是从原文照搬过来的(图画就是这样),还是它们是翻译的主体(就像所有单词一样)。我们将研究结果与尼尔-科恩(Neil Cohn)的假设进行了比较,后者认为漫画中的无伴音标点符号构成了一种视觉形态学,即它们与图像的顺序有关。第二个问题与这些无伴音标点符号在画面中扮演的角色有关,因为图画已经表达了语音气球的内容。我们的结论是,标点符号是一种语言符号--其证明就是它们是由译者改写的--其作用类似于伴随语音的手势。
{"title":"Traduções de sinais de pontuação desacompanhados em HQs","authors":"Lou-Ann Kleppa","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n1.id718","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n1.id718","url":null,"abstract":"Comparamos quatro versões de uma mesma história em quadrinhos, a saber: Asterix, o gaulês no original (francês) e três traduções (inglês, alemão e português) focando atenção nos sinais de pontuação desacompanhados – que são os mesmos nas quatro línguas. Procuramos, portanto, por pontos de exclamação, interrogação e reticências que figuram em balões de fala de maneira avulsa, repetidos ou combinados entre si. A primeira questão que nos colocamos é verificar se, nas traduções, esses sinais são assumidos do original (os desenhos são) ou se são objeto de tradução (como todas as palavras). Confrontamos nossos achados com a hipótese de Neil Cohn de que os sinais de pontuação desacompanhados nos quadrinhos compõem uma morfologia visual, ou seja, são da ordem da imagem. A segunda questão está relacionada ao papel que esses sinais desacompanhados desempenham no painel, considerando que os desenhos já expressam o conteúdo dos balões de fala. Nossa conclusão é que os sinais de pontuação são sinais linguísticos – a prova disso é que são reescritos pelos tradutores – que desempenham papel semelhante aos gestos que acompanham a fala.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":" 18","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139144965","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-29DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id685
Glauber Romling, Gélsama Mara Ferreira dos Santos, Amanda da Costa Carvalho, Janina dos Santos Forte, J. Silva
O Kheuól do Uaçá é uma língua indígena ameaçada falada e compartilhada por dois povos de origens bastante distintas, os Karipuna e Galibi-Marworno, que habitam Terra Indígena do Uaçá, situada no município de Oiapoque, Estado do Amapá, na fronteira franco-brasileira. O Kheuól do Uaçá deriva do guianense, língua que surgiu em Caiena, atual Guiana Francesa, no contexto colonial dos séculos XVII-XVIII, a partir do francês (Carvalho, 2020; Santos, M.; Silva, G. 2020; Lüpke et al, 2020, Silva, G. 2021). Consolidou-se como língua franca de uma região com fronteira disputada por quase duzentos anos entre Portugal (posteriormente Brasil) e França, de 1713 até 1900. No século XX, com a consolidação da fronteira norte brasileira, firmou-se como língua de identidade desses dois povos (Silva, G. 2021). O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais do processo de construção do Dicionário Online do Kheuól do Uaçá (DOKH), um dos subprojetos do Projeto de Documentação de Línguas do Museu do Índio (FUNAI/UNESCO). A produção do DOKH, nas variedades Karipuna e Galibi-Marworno, insere-se no contexto de revitalização linguística operado nos últimos anos por professores indígenas dos dois povos, que inclui a formação de pesquisadores indígenas em nível de graduação e pós-graduação (mestrado) em métodos e técnicas de Documentação Linguística voltados para a produção de materiais didáticos e paradidáticos em Kheuól (Gippert et al., 2006; Moore et al., 2016: Santos, M.; Silva, G. 2020; Forte, 2021; Silva, J., 2022; ). A confecção do DOKH, aplica como metodologia uma abordagem participativa e formativa voltada pata a autonomia (Denzon et al. 2008; Stenzel, 2014; Franchetto, 2017; Smith, 2021). O trabalho buscará refletir sobre os impactos desse processo na revitalização, documentação e descrição dessa língua.
Uaçá Kheuól 是一种濒危土著语言,由两个出身迥异的民族--卡里普纳族和加利比-马沃诺族--共同使用,他们居住在 Uaçá 土著领地,该领地位于阿马帕州奥亚波克市,地处法国-巴西边境。Uaçá Kheuól 语源于圭亚那语,圭亚那语是 17-18 世纪殖民时期在卡宴(今法属圭亚那)出现的一种以法语为基础的语言(Carvalho, 2020; Santos, M.; Silva, G. 2020; Lüpke et al, 2020, Silva, G. 2021)。从 1713 年到 1900 年,葡萄牙(即后来的巴西)和法国之间的边界争端持续了近 200 年。20 世纪,随着巴西北部边界的巩固,它成为这两个民族的认同语言(Silva, G. 2021)。本文旨在介绍乌卡-克乌奥尔语在线词典(DOKH)制作过程的部分成果,该词典是印第安博物馆语言文献项目(FUNAI/UNESCO)的子项目之一。制作卡里普纳语和加利比-马尔沃诺语的 DOKH 是这两个民族的土著教师近年来开展的语言振兴工作的一部分,其中包括对本科生和研究生(硕士)水平的土著研究人员进行语言文献方法和技术方面的培训,目的是制作 Kheuól 语的教学材料(Gippert 等人,2006 年;Moore 等人,......)、2006;Moore 等人,2016:Santos, M.;Silva, G. 2020;Forte, 2021;Silva, J., 2022;)。DOKH 方法采用参与性和形成性方法,旨在实现自主性(Denzon 等人,2008 年;Stenzel,2014 年;Franchetto,2017 年;Smith,2021 年)。本文将反思这一过程对振兴、记录和描述这种语言的影响。
{"title":"Dicionário online do Kheuól do Uaçá, variedades Karipuna e Galibi-Marworno","authors":"Glauber Romling, Gélsama Mara Ferreira dos Santos, Amanda da Costa Carvalho, Janina dos Santos Forte, J. Silva","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id685","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id685","url":null,"abstract":"O Kheuól do Uaçá é uma língua indígena ameaçada falada e compartilhada por dois povos de origens bastante distintas, os Karipuna e Galibi-Marworno, que habitam Terra Indígena do Uaçá, situada no município de Oiapoque, Estado do Amapá, na fronteira franco-brasileira. O Kheuól do Uaçá deriva do guianense, língua que surgiu em Caiena, atual Guiana Francesa, no contexto colonial dos séculos XVII-XVIII, a partir do francês (Carvalho, 2020; Santos, M.; Silva, G. 2020; Lüpke et al, 2020, Silva, G. 2021). Consolidou-se como língua franca de uma região com fronteira disputada por quase duzentos anos entre Portugal (posteriormente Brasil) e França, de 1713 até 1900. No século XX, com a consolidação da fronteira norte brasileira, firmou-se como língua de identidade desses dois povos (Silva, G. 2021). O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados parciais do processo de construção do Dicionário Online do Kheuól do Uaçá (DOKH), um dos subprojetos do Projeto de Documentação de Línguas do Museu do Índio (FUNAI/UNESCO). A produção do DOKH, nas variedades Karipuna e Galibi-Marworno, insere-se no contexto de revitalização linguística operado nos últimos anos por professores indígenas dos dois povos, que inclui a formação de pesquisadores indígenas em nível de graduação e pós-graduação (mestrado) em métodos e técnicas de Documentação Linguística voltados para a produção de materiais didáticos e paradidáticos em Kheuól (Gippert et al., 2006; Moore et al., 2016: Santos, M.; Silva, G. 2020; Forte, 2021; Silva, J., 2022; ). A confecção do DOKH, aplica como metodologia uma abordagem participativa e formativa voltada pata a autonomia (Denzon et al. 2008; Stenzel, 2014; Franchetto, 2017; Smith, 2021). O trabalho buscará refletir sobre os impactos desse processo na revitalização, documentação e descrição dessa língua.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"104 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139147094","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-22DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id698
Francisco Apurinã
Este texto analisa a importância dos territórios, sobretudo, aqueles sagrados para o povo Apurinã, a dicotomia entre natureza e cultura, as relações assimétricas entre humanos e não-humanos, bem como o desencontro entre os conhecimentos indígenas e os conhecimentos ocidentais. Assim, foram consultadas fontes secundárias e realizada uma escutada qualificada do autor para com seus interlocutores Apurinã, que resultou na configuração de diferentes mundos, ecossistemas e suas agências guardiãs e controladoras sob o prisma do conhecimento do ser Kusanaty, visto que eles viajam para outros mundos sob diferentes formas ou roupagens, pois possuem múltiplas capacidades. Nesse contexto, os kymyrury surgem como habitações de agências espirituais, que alimentam e nutrem nossos corpos, mentes e espíritos. Dessa forma, entendemos que, para cada um desses espaços, existem donos ou guardiões controladores que protegem suas habitações e demais residentes. Quando esses lugares são ameaçados, invadidos ou destruídos, imediatamente, eles reagem contra ações antrópicas por meio de eventos que passou a ser conhecidos como mudanças climáticas, aquecimento global e antropoceno.
{"title":"Os Kusanaty Apurinã: diplomatas e guardiões do planeta","authors":"Francisco Apurinã","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id698","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id698","url":null,"abstract":"Este texto analisa a importância dos territórios, sobretudo, aqueles sagrados para o povo Apurinã, a dicotomia entre natureza e cultura, as relações assimétricas entre humanos e não-humanos, bem como o desencontro entre os conhecimentos indígenas e os conhecimentos ocidentais. Assim, foram consultadas fontes secundárias e realizada uma escutada qualificada do autor para com seus interlocutores Apurinã, que resultou na configuração de diferentes mundos, ecossistemas e suas agências guardiãs e controladoras sob o prisma do conhecimento do ser Kusanaty, visto que eles viajam para outros mundos sob diferentes formas ou roupagens, pois possuem múltiplas capacidades. Nesse contexto, os kymyrury surgem como habitações de agências espirituais, que alimentam e nutrem nossos corpos, mentes e espíritos. Dessa forma, entendemos que, para cada um desses espaços, existem donos ou guardiões controladores que protegem suas habitações e demais residentes. Quando esses lugares são ameaçados, invadidos ou destruídos, imediatamente, eles reagem contra ações antrópicas por meio de eventos que passou a ser conhecidos como mudanças climáticas, aquecimento global e antropoceno.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"10 19","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138944303","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-22DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id687
Clédson Mendonça Junior, Ana Paula Quadros Gomes, Betire Kayapó, Dilcilene da Silva Menezes
O Rio Xingu atravessa diversos territórios indígenas ao longo de seu curso, dentre os quais, estão um dos mais extensos e populosos no Brasil. Ali vive o povo Mebêngôkre (Kayapó), que fala a língua de mesmo nome, da família Jê, tronco Macro-Jê. Suas reservas ocupam áreas que abragem os estados do Mato Grosso e Pará. Entre elas está a TI Kayapó com mais de 30 escolas na região, mas os Mebêngôkre sofrem as pressões típicas de línguas minorizadas. Em 2019, a língua foi cooficializada em São Félix do Xingu (PA), mas esse fato ainda não modificou a contento a realidade linguística local. Para recolher e encaminhar as demandas dos Mebêngôkre quanto a seus direitos linguísticos, o Projeto de Extensão Ações de Combate ao Preconceito Linguístico (UFRJ), em parceria com o Departamento de Educação Escolar Indígena do município, criou a ação “Me kuni~ umari — em rede pelos direitos linguísticos”, da qual trata este relato de experiência.
辛古河沿岸穿过多个土著领地,其中包括巴西最大、人口最多的土著领地之一。这里是卡亚波人(Mebêngôkre)的家园,他们使用同名的语言,属于Jê语系,Macro-Jê躯干。他们的保留地横跨马托格罗索州和帕拉州。其中卡亚波土著领地(Kayapó Indigenous Land)在该地区有 30 多所学校,但梅本戈克雷语(Mebêngôkre)却承受着少数民族语言的典型压力。2019 年,该语言在 São Félix do Xingu(宾夕法尼亚州)实现了共同官方化,但这尚未在令人满意的程度上改变当地的语言现实。为了收集和解决梅本戈克雷人对其语言权利的要求,打击语言偏见扩展项目行动(UFRJ)与该市土著学校教育部合作,创建了 "Me kuni~ umari--语言权利网络 "行动,这也是本经验报告的主题。
{"title":"Me Kunī Umari: em rede pelos direitos linguísticos dos Mebêngôkre (Kayapó) em São Félix do Xingu – PA","authors":"Clédson Mendonça Junior, Ana Paula Quadros Gomes, Betire Kayapó, Dilcilene da Silva Menezes","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id687","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id687","url":null,"abstract":"O Rio Xingu atravessa diversos territórios indígenas ao longo de seu curso, dentre os quais, estão um dos mais extensos e populosos no Brasil. Ali vive o povo Mebêngôkre (Kayapó), que fala a língua de mesmo nome, da família Jê, tronco Macro-Jê. Suas reservas ocupam áreas que abragem os estados do Mato Grosso e Pará. Entre elas está a TI Kayapó com mais de 30 escolas na região, mas os Mebêngôkre sofrem as pressões típicas de línguas minorizadas. Em 2019, a língua foi cooficializada em São Félix do Xingu (PA), mas esse fato ainda não modificou a contento a realidade linguística local. Para recolher e encaminhar as demandas dos Mebêngôkre quanto a seus direitos linguísticos, o Projeto de Extensão Ações de Combate ao Preconceito Linguístico (UFRJ), em parceria com o Departamento de Educação Escolar Indígena do município, criou a ação “Me kuni~ umari — em rede pelos direitos linguísticos”, da qual trata este relato de experiência.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"27 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138947328","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-22DOI: 10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id683
Leridiane Benamor Anicá
O povo Galibi-Marworno é falante da língua indígena kheuól, uma língua de origem crioula de base francesa (Santos & Silva, G. 2020; Silva, G. 2021) e do Português como segunda língua. Habitam as Terras Indígenas Uaçá e Juminã, que ficam no Município de Oiapoque, no extremo norte do Estado do Amapá, Brasil. Este trabalho traz os resultados da pesquisa realizada em meu trabalho de final de curso (TCC), desenvolvido em 2019, no qual realizei um Diagnóstico Sociolinguística na aldeia Samaúma. Nesta aldeia, encontramos falantes de Kheuól Galibi-Marworno, Kheuól Karipuna e Português, cada língua sendo utilizada em diferentes espaços e em diferentes níveis de uso. A pesquisa foi realizada através de questionários impressos, aplicados a 49 moradores da aldeia. Utilizei o roteiro proposto no guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística – INDL (2016) com algumas adaptações para a nossa realidade. Busquei identificar a situação da língua kheuól Galibi-Marworno, a sua vitalidade, o grau de bilinguismo kheuól/português (Silva, 2016) dos moradores da aldeia, os espaços em que essas línguas são utilizadas, os casamentos interétnicos; e o domínio da escrita em língua indígena e em língua portuguesa. Observamos que o português adentra a aldeia por diferentes vias: através de casamentos com não indígenas ou com pessoas de outras etnias; através do contato com funcionários da saúde, da educação - nas reuniões para discutir os interesses da comunidade; através dos cultos da igreja evangélica.
{"title":"A língua Kheuól falada na aldeia Samaúma","authors":"Leridiane Benamor Anicá","doi":"10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id683","DOIUrl":"https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id683","url":null,"abstract":"O povo Galibi-Marworno é falante da língua indígena kheuól, uma língua de origem crioula de base francesa (Santos & Silva, G. 2020; Silva, G. 2021) e do Português como segunda língua. Habitam as Terras Indígenas Uaçá e Juminã, que ficam no Município de Oiapoque, no extremo norte do Estado do Amapá, Brasil. Este trabalho traz os resultados da pesquisa realizada em meu trabalho de final de curso (TCC), desenvolvido em 2019, no qual realizei um Diagnóstico Sociolinguística na aldeia Samaúma. Nesta aldeia, encontramos falantes de Kheuól Galibi-Marworno, Kheuól Karipuna e Português, cada língua sendo utilizada em diferentes espaços e em diferentes níveis de uso. A pesquisa foi realizada através de questionários impressos, aplicados a 49 moradores da aldeia. Utilizei o roteiro proposto no guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística – INDL (2016) com algumas adaptações para a nossa realidade. Busquei identificar a situação da língua kheuól Galibi-Marworno, a sua vitalidade, o grau de bilinguismo kheuól/português (Silva, 2016) dos moradores da aldeia, os espaços em que essas línguas são utilizadas, os casamentos interétnicos; e o domínio da escrita em língua indígena e em língua portuguesa. Observamos que o português adentra a aldeia por diferentes vias: através de casamentos com não indígenas ou com pessoas de outras etnias; através do contato com funcionários da saúde, da educação - nas reuniões para discutir os interesses da comunidade; através dos cultos da igreja evangélica.","PeriodicalId":137098,"journal":{"name":"Cadernos de Linguística","volume":"42 45","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138946452","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}