Ursula Raquel do Carmo Fonseca da Silva, Amanda Maria Santana DA Costa, Italo Matheus DA Silva Pequeno, Bartolomeu Torres Pereira, Ingrids Maria Ferreira Costa
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Abstract
Introdução: A dengue é uma doença com prevalência em ambientes urbanos com infraestrutura habitacional precária, causada por um arbovírus. É transmitida por meio da picada de fêmeas do mosquito Aedes aegypti. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar comparativamente os dados epidemiológicos da dengue para as 16 primeiras semanas epidemiológicas de 2021 e 2022, com a finalidade de avaliar a eficácia das ações preventivas de controle da doença. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo dos dados obtidos por meio de boletins epidemiológicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Utilizou-se de técnicas de inferência estatística, como o teste para duas proporções com parametrização pela estatística z, para avaliar a significância do aumento nas taxas de incidência observadas. Resultados: Notou-se uma elevação estatisticamente significativa nas incidências de dengue em todas as regiões do Brasil, em especial no Sul e Centro-Oeste, comparando-se as 16 primeiras semanas epidemiológicas de 2021 e 2022. Os casos graves e com sinais de alarme, bem como os óbitos pela doença, também aumentaram de maneira significativa. O Distrito Federal e os estados de Tocantins e Goiás tiveram incidências muito superiores à mediana nacional e representaram pontos de particular atenção no controle da doença. Conclusão: Este estudo observacional demonstrou que a dengue continua muito presente em todas as regiões do Brasil. Acredita-se que a ocorrência de fenômenos naturais possa ter provocado alterações climáticas capazes de impactar o ciclo de proliferação do Aedes aegypti. Ademais, durante o período pandêmico pode ter havido precarização das medidas de prevenção e de vigilância epidemiológica. Assim, com a diminuição dos casos de COVID-19 observada em 2022, os casos de dengue que antes estavam sendo subnotificados ou negligenciados, emergiram, revelando o real quadro epidemiológico brasileiro.