{"title":"UMA EXCEÇÃO NO SISTEMA ECONÔMICO INTERNACIONAL? ENSAIO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E MERCADO NA DEMOCRACIA FRANCESA AO LONGO DO SÉCULO XX","authors":"Daniel Dutra Coelho Braga","doi":"10.18224/MOS.V12I0.6735","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A França, enquanto democracia ocidental, é frequentemente reconhecida como uma exceção, sobretudo na Europa, em função do papel desempenhado pelo Estado na vida social do país. Tal raciocínio por vezes conduz à representação do Estado francês como exemplo eficaz ou persistente de Estado de Bem-estar social e reitera a imagem de um país que manteria um Estado consideravelmente autônomo perante o mercado. Entretanto, o presente ensaio, por meio das reflexões de autores como Karl Polanyi (1886-1964), Eric Hobsbawm (1917-2012), Robert Castel (1933-2013), Claus Offe e Pierre Rosanvalon, demonstra que o caso francês caracteriza-se por uma interseção eficaz entre Estado e mercado, e não por uma oposição entre ambos. Não haveria resistência de um Estado a um mercado global estruturante de um capitalismo financeiro, mas sim reiteração desse quadro global por meio do próprio Estado. A experiência francesa ressalta, na verdade, contradições políticas inerentes ao Estado de bem-estar social.","PeriodicalId":176746,"journal":{"name":"Revista Mosaico - Revista de História","volume":"219 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-06-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Mosaico - Revista de História","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18224/MOS.V12I0.6735","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A França, enquanto democracia ocidental, é frequentemente reconhecida como uma exceção, sobretudo na Europa, em função do papel desempenhado pelo Estado na vida social do país. Tal raciocínio por vezes conduz à representação do Estado francês como exemplo eficaz ou persistente de Estado de Bem-estar social e reitera a imagem de um país que manteria um Estado consideravelmente autônomo perante o mercado. Entretanto, o presente ensaio, por meio das reflexões de autores como Karl Polanyi (1886-1964), Eric Hobsbawm (1917-2012), Robert Castel (1933-2013), Claus Offe e Pierre Rosanvalon, demonstra que o caso francês caracteriza-se por uma interseção eficaz entre Estado e mercado, e não por uma oposição entre ambos. Não haveria resistência de um Estado a um mercado global estruturante de um capitalismo financeiro, mas sim reiteração desse quadro global por meio do próprio Estado. A experiência francesa ressalta, na verdade, contradições políticas inerentes ao Estado de bem-estar social.