Financiamento das políticas públicas sobre drogas e os distintos modelos de referencial teórico na perspectiva do Sistema Único de Saúde

Silvia Leticia Santos, Brunna Verna Castro Gondinho
{"title":"Financiamento das políticas públicas sobre drogas e os distintos modelos de referencial teórico na perspectiva do Sistema Único de Saúde","authors":"Silvia Leticia Santos, Brunna Verna Castro Gondinho","doi":"10.14295/jmphc.v14.1218","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A implementação do Sistema Único de Saúde – SUS e seu problemático financiamento estão inseridos num cenário de permanentes tensões políticas e econômicas. O financiamento público de programas, serviços e ações em saúde para pessoas com transtornos decorrentes do uso de álcool e/ou outras drogas é componente fundamental junto às políticas públicas para a construção de uma rede de atenção psicossocial ampla que garanta uma assistência intersetorial, interdisciplinar e transversal, atendendo as necessidades particulares de cada indivíduo. Para a construção de uma prática assistencial que atinja esses objetivos é importante destacar o papel da Reforma Psiquiátrica (RP) no Brasil e a Lei n. 10.216/2001. Enquanto movimento social, a RP denunciou as precárias condições de trabalho dos profissionais na saúde mental e criticou as práticas manicomiais, excludentes e punitivas. Tem na Lei n. 10.216/2001, sua consolidação jurídica e política, dispondo sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental no Brasil. A Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, regulamentada pela Portaria n. 3.088/2011, estabelece a organização das ações e serviços em saúde mental. Em sua composição destaca-se a Atenção Psicossocial Especializada (Centros de Atenção Psicossocial – CAPS) e a Atenção Residencial de Caráter Transitório, subdivididas em unidades de acolhimento e serviços de atenção em regime residencial, dentre eles, as Comunidades Terapêuticas (CTs). Enquanto a Portaria n. 2.197/2004 do Ministério da Saúde, estabelece a Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (PAIUAD) norteando a prática assistencial para o modelo psicossocial, baseado na redução de danos e no cuidado em dispositivos extra-hospitalares de base territorial (CAPS ad), o Decreto Presidencial n. 9.761/2019 institui a nova Política Nacional sobre Drogas – PNAD da Secretaria Nacional de Políticas sobre Dro­gas, mudando o referencial teórico para o tratamento dos dependentes químicos, incentivando a abstinência como abordagem preferencial e o encaminhamento para internações prolongadas nas CTs, retomando um modelo manicomial. Após a aprovação da nova PNAD houve um crescimento da quantidade de vagas ofertadas e o aumento do repasse financeiro em contratos firmados entre o Governo Federal e as CTs. Essa mudança de referencial teórico e o deslocamento do financiamento público para o setor privado se consolida no atual governo federal, num contexto de grave crise política, econômica, sanitária e social, alinhada a lógica proibitiva e repressiva da legislação brasileira relacionada às drogas, na contramão da RP. Reacende o discurso manicomial e higienista, configurando mais um dos retrocessos da lógica de desresponsabilização do Estado, resultando num cenário de precarização e desmonte das políticas públicas para a assistência e cuidado à dependência química. O objetivo geral é examinar o financiamento das políticas públicas sobre drogas alinhado aos distintos modelos de referencial teórico na perspectiva do Sistema Único de Saúde brasileiro. Como objetivos específicos pretende-se identificar as transformações do financiamento das políticas públicas sobre drogas, analisar o alinhamento entre essas transformações do financiamento e os modelos de referencial teórico, avaliando avanços ou retrocessos na prática assistencial e o cuidado na dependência química. Revisão integrativa partindo da seguinte pergunta norteadora “O que a literatura científica brasileira apresenta sobre o financiamento das políticas públicas sobre drogas alinhado aos distintos modelos de referencial teórico na perspectiva do Sistema Único de Saúde no Brasil?”. Utilizou-se a terminologia padronizada Descritores/Termos sinônimos em Ciências da Saúde (DeSC) e os dados foram coletados no portal da Biblioteca Virtual da Saúde – BVS, em suas principais bases de dados (LILACS e MEDLINE). Definiu-se em 27/01/2022 a estratégia de busca final (\"financiamento da assistencia a saude\") OR (\"financiamento dos sistemas de saude\") OR (\"financiamento governamental\") OR (\"organizacao do financiamento\") OR (\"financiamento\") AND (\"transtornos relacionados ao uso de substancias\") OR (\"reducao de danos\") OR (\"comunidade terapeutica\") OR (\"politica de saude publica\") AND (\"sistema unico de saude\") OR (\"saude publica\"). Os critérios de inclusão foram publicações sobre o financiamento das políticas públicas sobre drogas no sistema único de saúde brasileiro, textos completos, idioma português e recorte temporal (2003 até 2021). Os critérios de exclusão foram ausência do tema financiamento das políticas públicas sobre drogas nas publicações sobre dependência química, dissertações de mestrado e teses de doutorado. A partir da estratégia de busca, recuperou-se 499 publicações. Após a importação das publicações para o programa computacional COVIDENCE, 11 duplicatas foram retiradas. Das 488 publicações submetidas à avaliação de títulos e resumos, 344 foram excluídos por títulos e 108 por resumos. Restaram 36 publicações para leitura dos textos completos, destas, 11 atendiam os critérios de inclusão e compuseram o estudo. Das 11 publicações incluídas, 06 discutem o financiamento e modelos de referencial teórico a partir da análise das políticas públicas para dependência química, enquanto as cinco restantes abordam o tema a partir das políticas públicas de saúde mental. O período de publicação dos estudos foi de 2009 até 2021, com destaque para os anos de 2011, 2020 e 2021, com duas publicações em cada. A categorização dos estudos parte do modelo de referencial teórico, onde o modelo psicossocial propõe o cuidado centrado no usuário e na multicausalidade associada ao uso de substâncias, enquanto o modelo manicomial foca na doença e na passividade do sujeito. Seis publicações sinalizam o deslocamento do financiamento público para setor privado e a transição do modelo psicossocial para modelo manicomial. Destas seis, quatro foram publicadas após a nova PNAD. A análise preliminar dos resultados confirma as transformações do financiamento e a transição do cuidado para o modelo manicomial. Tal fenômeno evoca a responsabilidade do Estado em assumir e for­necer melhores alternativas ao cenário assistencial para a dependência química, financiando a expansão e oferta de tratamento nos serviços públicos, com diretrizes bem estabelecidas e baseadas em evidências científicas.","PeriodicalId":299004,"journal":{"name":"JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14295/jmphc.v14.1218","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0

Abstract

A implementação do Sistema Único de Saúde – SUS e seu problemático financiamento estão inseridos num cenário de permanentes tensões políticas e econômicas. O financiamento público de programas, serviços e ações em saúde para pessoas com transtornos decorrentes do uso de álcool e/ou outras drogas é componente fundamental junto às políticas públicas para a construção de uma rede de atenção psicossocial ampla que garanta uma assistência intersetorial, interdisciplinar e transversal, atendendo as necessidades particulares de cada indivíduo. Para a construção de uma prática assistencial que atinja esses objetivos é importante destacar o papel da Reforma Psiquiátrica (RP) no Brasil e a Lei n. 10.216/2001. Enquanto movimento social, a RP denunciou as precárias condições de trabalho dos profissionais na saúde mental e criticou as práticas manicomiais, excludentes e punitivas. Tem na Lei n. 10.216/2001, sua consolidação jurídica e política, dispondo sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, redirecionando o modelo assistencial em saúde mental no Brasil. A Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, regulamentada pela Portaria n. 3.088/2011, estabelece a organização das ações e serviços em saúde mental. Em sua composição destaca-se a Atenção Psicossocial Especializada (Centros de Atenção Psicossocial – CAPS) e a Atenção Residencial de Caráter Transitório, subdivididas em unidades de acolhimento e serviços de atenção em regime residencial, dentre eles, as Comunidades Terapêuticas (CTs). Enquanto a Portaria n. 2.197/2004 do Ministério da Saúde, estabelece a Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas (PAIUAD) norteando a prática assistencial para o modelo psicossocial, baseado na redução de danos e no cuidado em dispositivos extra-hospitalares de base territorial (CAPS ad), o Decreto Presidencial n. 9.761/2019 institui a nova Política Nacional sobre Drogas – PNAD da Secretaria Nacional de Políticas sobre Dro­gas, mudando o referencial teórico para o tratamento dos dependentes químicos, incentivando a abstinência como abordagem preferencial e o encaminhamento para internações prolongadas nas CTs, retomando um modelo manicomial. Após a aprovação da nova PNAD houve um crescimento da quantidade de vagas ofertadas e o aumento do repasse financeiro em contratos firmados entre o Governo Federal e as CTs. Essa mudança de referencial teórico e o deslocamento do financiamento público para o setor privado se consolida no atual governo federal, num contexto de grave crise política, econômica, sanitária e social, alinhada a lógica proibitiva e repressiva da legislação brasileira relacionada às drogas, na contramão da RP. Reacende o discurso manicomial e higienista, configurando mais um dos retrocessos da lógica de desresponsabilização do Estado, resultando num cenário de precarização e desmonte das políticas públicas para a assistência e cuidado à dependência química. O objetivo geral é examinar o financiamento das políticas públicas sobre drogas alinhado aos distintos modelos de referencial teórico na perspectiva do Sistema Único de Saúde brasileiro. Como objetivos específicos pretende-se identificar as transformações do financiamento das políticas públicas sobre drogas, analisar o alinhamento entre essas transformações do financiamento e os modelos de referencial teórico, avaliando avanços ou retrocessos na prática assistencial e o cuidado na dependência química. Revisão integrativa partindo da seguinte pergunta norteadora “O que a literatura científica brasileira apresenta sobre o financiamento das políticas públicas sobre drogas alinhado aos distintos modelos de referencial teórico na perspectiva do Sistema Único de Saúde no Brasil?”. Utilizou-se a terminologia padronizada Descritores/Termos sinônimos em Ciências da Saúde (DeSC) e os dados foram coletados no portal da Biblioteca Virtual da Saúde – BVS, em suas principais bases de dados (LILACS e MEDLINE). Definiu-se em 27/01/2022 a estratégia de busca final ("financiamento da assistencia a saude") OR ("financiamento dos sistemas de saude") OR ("financiamento governamental") OR ("organizacao do financiamento") OR ("financiamento") AND ("transtornos relacionados ao uso de substancias") OR ("reducao de danos") OR ("comunidade terapeutica") OR ("politica de saude publica") AND ("sistema unico de saude") OR ("saude publica"). Os critérios de inclusão foram publicações sobre o financiamento das políticas públicas sobre drogas no sistema único de saúde brasileiro, textos completos, idioma português e recorte temporal (2003 até 2021). Os critérios de exclusão foram ausência do tema financiamento das políticas públicas sobre drogas nas publicações sobre dependência química, dissertações de mestrado e teses de doutorado. A partir da estratégia de busca, recuperou-se 499 publicações. Após a importação das publicações para o programa computacional COVIDENCE, 11 duplicatas foram retiradas. Das 488 publicações submetidas à avaliação de títulos e resumos, 344 foram excluídos por títulos e 108 por resumos. Restaram 36 publicações para leitura dos textos completos, destas, 11 atendiam os critérios de inclusão e compuseram o estudo. Das 11 publicações incluídas, 06 discutem o financiamento e modelos de referencial teórico a partir da análise das políticas públicas para dependência química, enquanto as cinco restantes abordam o tema a partir das políticas públicas de saúde mental. O período de publicação dos estudos foi de 2009 até 2021, com destaque para os anos de 2011, 2020 e 2021, com duas publicações em cada. A categorização dos estudos parte do modelo de referencial teórico, onde o modelo psicossocial propõe o cuidado centrado no usuário e na multicausalidade associada ao uso de substâncias, enquanto o modelo manicomial foca na doença e na passividade do sujeito. Seis publicações sinalizam o deslocamento do financiamento público para setor privado e a transição do modelo psicossocial para modelo manicomial. Destas seis, quatro foram publicadas após a nova PNAD. A análise preliminar dos resultados confirma as transformações do financiamento e a transição do cuidado para o modelo manicomial. Tal fenômeno evoca a responsabilidade do Estado em assumir e for­necer melhores alternativas ao cenário assistencial para a dependência química, financiando a expansão e oferta de tratamento nos serviços públicos, com diretrizes bem estabelecidas e baseadas em evidências científicas.
查看原文
分享 分享
微信好友 朋友圈 QQ好友 复制链接
本刊更多论文
统一卫生系统(SUS)的实施及其有问题的资金是永久政治和经济紧张局势的一部分。公共资助项目、服务和医疗行为所带来的疾病患者使用酒精或其他药物是重要组成部分在公共政策来建造一个注意网络的广泛、心理保证横向跨部门、跨学科和援助,以及为每个个体的特殊需要。为了建立实现这些目标的护理实践,必须强调巴西精神病学改革和第10.216/2001号法律的作用。作为一场社会运动,RP谴责精神卫生专业人员不稳定的工作条件,并批评收容、排斥和惩罚性做法。第10.216/2001号法律巩固了法律和政治,规定了精神障碍患者的保护和权利,改变了巴西精神卫生保健模式的方向。根据第3.088/2011号法令的规定,心理社会护理网络(RAPS)建立了心理健康行动和服务的组织。在其组成中,突出了专门的心理社会护理(心理社会护理中心- CAPS)和临时住宿护理,细分为接待单位和住宿护理服务,其中包括治疗社区(CTs)。门厅n。卫生部的2197/2004,造成了政治的充分关注用户的酒精和其他药物(PAIUAD) norteando辅助练习的心理模型,基于减少伤害和额外的设备在医院的领土范围(帽),总统令n。9761/2019的国家新政策关于毒品—PNAD政策委员会的国家关于-gas框架改变治疗吸毒者的理论框架,鼓励戒断作为首选方法,并将其转介到sts长期住院,恢复精神病院模式。在批准新的PNAD后,提供的空缺数量增加了,联邦政府和sts之间签署的合同的财政转移也增加了。在严重的政治、经济、卫生和社会危机的背景下,这种理论框架的改变和公共资金向私营部门的转移在现任联邦政府中得到巩固,这与巴西与毒品有关的立法的禁止和压制逻辑相一致,这与公共政策相反。它重新点燃了精神病院和卫生学家的话语,配置了国家不负责任逻辑的又一次挫折,导致了一种不稳定的情况,并破坏了援助和护理成瘾的公共政策。总体目标是从巴西统一卫生系统的角度,根据不同的理论参考模型,审查关于毒品的公共政策的资金筹措。具体目标是确定关于毒品的公共政策资金的转变,分析这些资金的转变与理论框架模型之间的一致性,评估护理实践和药物依赖护理的进展或挫折。综合综述基于以下指导性问题:“从巴西统一卫生系统的角度来看,巴西关于药物公共政策融资的科学文献与不同的理论框架模型相一致?”我们使用健康科学中的标准化术语描述符/同义词术语(DeSC),数据收集在虚拟健康图书馆的门户网站- vhl,在其主要数据库(紫丁香和MEDLINE)。定义在27/01/2022最后搜索策略(“医疗卫生融资”)或医疗系统(“融资”)或(“政府”)(“融资”的组织)或(“融资”)和(相关疾病使用物质)或减少损失”(”)或(“通用电气”)或社区(“公共卫生政策》)、(《卫生系统只有")或(公共卫生)。纳入标准是关于巴西统一卫生系统中关于药物的公共政策融资的出版物、全文、葡萄牙语和时间框架(2003年至2021年)。排除标准为:在关于药物依赖的出版物、硕士论文和博士论文中没有关于药物的公共政策融资主题。从搜索策略中检索到499份出版物。在将出版物导入计算机程序COVIDENCE后,删除了11份副本。 在提交标题和摘要评估的488篇出版物中,344篇因标题而被排除,108篇因摘要而被排除。剩下36篇论文供全文阅读,其中11篇符合纳入标准并构成研究。在包括的11份出版物中,06份从药物依赖公共政策分析的角度讨论了资金和理论框架模型,而其余5份从心理健康公共政策的角度讨论了这一主题。研究发表时间为2009年至2021年,重点是2011年、2020年和2021年,各发表两篇论文。研究的分类从理论框架模型开始,其中社会心理模型提出以使用者为中心的护理和与物质使用相关的多因果关系,而精神病院模型侧重于疾病和主体的被动。六份出版物表明,公共资金向私营部门转移,以及从社会心理模式向精神病院模式的转变。在这六人中,有四人是在新的PNAD之后出版的。对结果的初步分析证实了资金的转变和护理向庇护模式的转变。这一现象唤起了国家的责任,即承担和提供更好的替代药物依赖护理方案,在公共服务中资助扩大和提供治疗,并有完善的指导方针和科学证据。 在提交标题和摘要评估的488篇出版物中,344篇因标题而被排除,108篇因摘要而被排除。剩下36篇论文供全文阅读,其中11篇符合纳入标准并构成研究。在包括的11份出版物中,06份从药物依赖公共政策分析的角度讨论了资金和理论框架模型,而其余5份从心理健康公共政策的角度讨论了这一主题。研究发表时间为2009年至2021年,重点是2011年、2020年和2021年,各发表两篇论文。研究的分类从理论框架模型开始,其中社会心理模型提出以使用者为中心的护理和与物质使用相关的多因果关系,而精神病院模型侧重于疾病和主体的被动。六份出版物表明,公共资金向私营部门转移,以及从社会心理模式向精神病院模式的转变。在这六人中,有四人是在新的PNAD之后出版的。对结果的初步分析证实了资金的转变和护理向庇护模式的转变。这一现象唤起了国家的责任,即承担和提供更好的替代药物依赖护理方案,在公共服务中资助扩大和提供治疗,并有完善的指导方针和科学证据。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
求助全文
约1分钟内获得全文 去求助
来源期刊
自引率
0.00%
发文量
0
期刊最新文献
Gestão sanitária da COVID-19 e o conspiracionismo do “marxismo cultural” Alocação de recursos públicos para os sistemas de laboratórios de análises clínicas no SUS Revisão sistemática integrativa sobre os fenômenos de privatização e oligopolização do setor de terapia renal substitutiva no capitalismo contemporâneo Insegurança alimentar e nutricional no Brasil Implementação de modelos de compartilhamento de risco (risk sharing) no acesso ao tratamento de doenças raras no brasil e no mundo
×
引用
GB/T 7714-2015
复制
MLA
复制
APA
复制
导出至
BibTeX EndNote RefMan NoteFirst NoteExpress
×
×
提示
您的信息不完整,为了账户安全,请先补充。
现在去补充
×
提示
您因"违规操作"
具体请查看互助需知
我知道了
×
提示
现在去查看 取消
×
提示
确定
0
微信
客服QQ
Book学术公众号 扫码关注我们
反馈
×
意见反馈
请填写您的意见或建议
请填写您的手机或邮箱
已复制链接
已复制链接
快去分享给好友吧!
我知道了
×
扫码分享
扫码分享
Book学术官方微信
Book学术文献互助
Book学术文献互助群
群 号:481959085
Book学术
文献互助 智能选刊 最新文献 互助须知 联系我们:info@booksci.cn
Book学术提供免费学术资源搜索服务,方便国内外学者检索中英文文献。致力于提供最便捷和优质的服务体验。
Copyright © 2023 Book学术 All rights reserved.
ghs 京公网安备 11010802042870号 京ICP备2023020795号-1