Elivaldo Serrão Custódio, Eugénia da Luz Silva Foster
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Abstract
O presente estudo buscou refletir sobre percepções de professores/as atuantes em escolas quilombolas de ensino fundamental no estado do Amapá sobre o tratamento dado à questão racial. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória de campo e reflexiva através de entrevista semiestruturada com 15 professores/as da rede pública estadual. Os resultados apontam que a discriminação racial, uma das faces do racismo ainda está presente na escola, nos currículos, nas práticas e nas atitudes dos seus profissionais. A escola que, se de um lado, ajudou a sedimentar e alimentar crenças, valores e estereótipos sobre a negritude e que hoje estão sendo objeto de uma profunda revisão - ao menos no desejo de muitos - de outro, vem engendrando no seu cotidiano perspectivas de uma abertura para a pluralidade e uma ressignificação de experiências ricas e fecundas, mas silenciadas e ignoradas na sua singularidade. Os dados apontam ainda que as narrativas sinalizam para a necessidade rever o papel e funcionalidade da escola, ensejando outros processos mais plurais. E que venham a consolidar uma democracia mais efetiva e solidária em que a discriminação ceda lugar ao respeito à diferença, haja valorização da cultura e da religiosidade. Há, portanto, a urgente necessidade de se considerar a questão racial e a (re)construção das identidades culturais num encontro dialógico, inclusivo e participativo.