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Abstract
As reflexões sobre a mediunidade nas ciências sociais têm sido frequentemente construídas de formainconsistente. Parece que essa incoerência está ligada a uma convicção epistemo-metodológica, ou seja,que a mediunidade é um “fenômeno” do “outro”, “nativo de cosmologias espiritualistas”. Em contraste,o depoimento desse suposto “nativo” argumenta que o pesquisador também é médium, queira ou admitaser, ou não. A relutância em aceitar esse princípio teocosmológico é também frequentemente motivadapelas implicações do prestígio entre pares. Este artigo tenta abordar analiticamente um acontecimentoocorrido em um trabalho de campo entre daimistas no final da década de 1980, quando incorporei umaentidade. O artigo explora a analogia “médium-etnógrafo”, em particular abordando questões levantadasdesde uma alusão crítica à “formação” em antropologia e à experiência do que chamo “incorporaçãoetnográfica”. A partir de experiências como a abordada gradativamente, elaborei e comecei a convivercom o que eu chamo de ontologia (re)flexível(va).