{"title":"Mudanças na paisagem das lagoas costeiras da ecorregião de São Tomé: do Século XIX ao Século XXI","authors":"L. A. Alves, J. M. Miro, Arthur Soffiati","doi":"10.19180/978-85-99968-58-1.1","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Alexander von Humboldt (1769-1854) foi um naturalista que utilizou todo o aparato técnico e instrumental disponível na sua época para descrever paisagens. Mensurou praticamente tudo o que era possível contar, levantou grande quantidade de dados sobre paisagens e até estabeleceu correlações metodológicas e cartográficas, como as isolinhas, ou seja, técnica cartográfica de marcar espaços com identidade similar, por exemplo, a distribuição da vegetação ou de outros atributos do ambiente. Sua obra parece ter chamado a atenção do mundo para os aspectos dos Trópicos e para outra forma de ver a natureza. Mas ele não foi o único1. Os relatos de viagens, diários, manuscritos, mapas e impressos escritos por comerciantes, marinheiros, piratas e traficantes, muito além dos “homens de ciência”, descreveram o território brasileiro. Essas informações chegavam à elite europeia. Por meio desses documentos, conheciam-se detalhes das rotas marítimas, geografias do litoral brasileiro, a profundidade do oceano, a direção de ventos e correntes, as depressões e as ilhas. Além disso, eles mostravam a presença de assentamentos europeus na costa e as características das populações autóctones. Mas, e principalmente, os produtos que poderiam ser extraídos ou cultivados na colônia portuguesa, como ouro e diamantes2. No livro Viagem ao Brasil, Maximiliano Alexandre Philipp (1782-1867), Príncipe de WiedNeuwied, atualmente pertencente à Alemanha, relata sua viagem pelo Brasil entre os anos de 1815 e 1817, pelos atuais estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Sua descrição é rica e nos relata a História Natural, a cultura indígena e a escravidão negra nesse território. Isso mostra a curiosidade dos europeus da sua época sobre o Brasil e sua natureza3.","PeriodicalId":435805,"journal":{"name":"Engenharia & Ciências Ambientais : contribuições à gestão ecossistêmica","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Engenharia & Ciências Ambientais : contribuições à gestão ecossistêmica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.19180/978-85-99968-58-1.1","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Alexander von Humboldt (1769-1854) foi um naturalista que utilizou todo o aparato técnico e instrumental disponível na sua época para descrever paisagens. Mensurou praticamente tudo o que era possível contar, levantou grande quantidade de dados sobre paisagens e até estabeleceu correlações metodológicas e cartográficas, como as isolinhas, ou seja, técnica cartográfica de marcar espaços com identidade similar, por exemplo, a distribuição da vegetação ou de outros atributos do ambiente. Sua obra parece ter chamado a atenção do mundo para os aspectos dos Trópicos e para outra forma de ver a natureza. Mas ele não foi o único1. Os relatos de viagens, diários, manuscritos, mapas e impressos escritos por comerciantes, marinheiros, piratas e traficantes, muito além dos “homens de ciência”, descreveram o território brasileiro. Essas informações chegavam à elite europeia. Por meio desses documentos, conheciam-se detalhes das rotas marítimas, geografias do litoral brasileiro, a profundidade do oceano, a direção de ventos e correntes, as depressões e as ilhas. Além disso, eles mostravam a presença de assentamentos europeus na costa e as características das populações autóctones. Mas, e principalmente, os produtos que poderiam ser extraídos ou cultivados na colônia portuguesa, como ouro e diamantes2. No livro Viagem ao Brasil, Maximiliano Alexandre Philipp (1782-1867), Príncipe de WiedNeuwied, atualmente pertencente à Alemanha, relata sua viagem pelo Brasil entre os anos de 1815 e 1817, pelos atuais estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. Sua descrição é rica e nos relata a História Natural, a cultura indígena e a escravidão negra nesse território. Isso mostra a curiosidade dos europeus da sua época sobre o Brasil e sua natureza3.