{"title":"Adesão à terapêutica nos doentes com esquizofrenia: uma revisão da literatura","authors":"Nelson Descalço, P. Afonso","doi":"10.51338/rppsm.2018.v1.i3.83","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"\nResumo: Introdução: Avaliar a adesão ao tratamento com agentes antipsicóticos em doentes com esquizofrenia é um desafio para qualquer médico psiquiatra, dada a subjetividade inerente ao tema. Apesar disso, a falta de adesão à terapêutica é prejudicial para o curso clínico da doença, resultando num risco aumentado de agudizações da doença e de internamentos hospitalares. O objetivo do presente estudo é rever a literatura corrente relativa aos fatores que influenciam a adesão ao tratamento antipsicótico em doentes com esquizofrenia.\nMétodos: Foi revista a literatura escrita em inglês entre 2006 e 2016 integralmente disponível no PubMed/MEDLINE que avaliasse potenciais fatores de risco para a adesão ao tratamento em doentes adultos (com mais de 18 anos) com esquizofrenia,\natravés das palavras-chave: adherence, nonadherence, compliance, noncompliance, schizophrenia, psychosis, antipsychotic, neuroleptic.\nResultados: Foram incluídos 39 estudos na revisão final. A média dos níveis de adesão ao tratamento foi de 32%. Foram identificados os seguintes fatores de risco para a falta de adesão ao tratamento: idade jovem, abuso de substâncias, psicopatologia\npsicótica presente, ausência de insight sobre a doença e a necessidade de tratamento, atitudes negativas perante o tratamento, relação médico-doente de má qualidade ou falta de apoio social e familiar.\nConclusões: As intervenções direcionadas para melhorar a adesão à terapêutica devem ser individualizadas para cada doente, baseadas numa história clínica completa, para que todos os aspetos individuais que contribuam para esta variável possam ser convenientemente avaliados.\n","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51338/rppsm.2018.v1.i3.83","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Introdução: Avaliar a adesão ao tratamento com agentes antipsicóticos em doentes com esquizofrenia é um desafio para qualquer médico psiquiatra, dada a subjetividade inerente ao tema. Apesar disso, a falta de adesão à terapêutica é prejudicial para o curso clínico da doença, resultando num risco aumentado de agudizações da doença e de internamentos hospitalares. O objetivo do presente estudo é rever a literatura corrente relativa aos fatores que influenciam a adesão ao tratamento antipsicótico em doentes com esquizofrenia.
Métodos: Foi revista a literatura escrita em inglês entre 2006 e 2016 integralmente disponível no PubMed/MEDLINE que avaliasse potenciais fatores de risco para a adesão ao tratamento em doentes adultos (com mais de 18 anos) com esquizofrenia,
através das palavras-chave: adherence, nonadherence, compliance, noncompliance, schizophrenia, psychosis, antipsychotic, neuroleptic.
Resultados: Foram incluídos 39 estudos na revisão final. A média dos níveis de adesão ao tratamento foi de 32%. Foram identificados os seguintes fatores de risco para a falta de adesão ao tratamento: idade jovem, abuso de substâncias, psicopatologia
psicótica presente, ausência de insight sobre a doença e a necessidade de tratamento, atitudes negativas perante o tratamento, relação médico-doente de má qualidade ou falta de apoio social e familiar.
Conclusões: As intervenções direcionadas para melhorar a adesão à terapêutica devem ser individualizadas para cada doente, baseadas numa história clínica completa, para que todos os aspetos individuais que contribuam para esta variável possam ser convenientemente avaliados.