Introdução: Os profissionais de saúde são um grupo particularmente suscetível ao desenvolvimento de burnout. São escassos os estudos publicados a avaliar esta problemática nos profissionais de saúde da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. Este estudo pretende avaliar a prevalência desta síndrome, nas suas várias definições e dimensões e diferentes classes profissionais desta população, bem como identificar fatores sociodemográficos ou laborais associados a níveis elevados de burnout. Métodos: É um estudo observacional, transversal e quantitativo em profissionais de saúde da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, reunindo informações sociodemográficas e inerentes ao desempenho profissional e aplicando as versões validadas para a população portuguesa dos questionários Maslach Burnout Inventory – Human Services Survey e 23-QVS Questionário de Vulnerabilidade ao Stress. Resultados: O total de 200 respostas corresponde a 88 enfermeiros, 83 médicos e 29 técnicos superiores de saúde. A média de idades foi de 39 anos, com uma maioria do sexo feminino (75,5%). Identificamos uma prevalência de burnout de 16,5% (enfermeiros: 23,9%; médicos: 10,8%; TSDS: 10,3%). Apuramos níveis elevados de exaustão emocional, despersonalização e redução da realização profissional em, respetivamente, 68,5%, 30% e 34,5% dos profissionais. A mediana global do questionário 23-QVS foi 39 pontos, com vulnerabilidade ao stress (>43 pontos) em 37% da amostra. Profissionais com elevada exaustão emocional trabalharam, em média, mais 5 horas semanais que os restantes. O aumento de média de horas de trabalho aumenta risco de elevada exaustão emocional e despersonalização. Vulnerabilidade ao stress aumenta risco de níveis elevados das dimensões de burnout. Ser enfermeiro está associado a maior risco de burnout e a níveis elevados das suas dimensões. Conclusão: Este estudo demonstrou níveis elevados de burnout numa proporção considerável dos profissionais, em particular nos enfermeiros. Constatou medianas das dimensões de burnout correspondentes a níveis elevados de exaustão emocional e despersonalização e moderados de redução da realização profissional, embora esta população não pontue, em mediana, para vulnerabilidade ao stress. Estes resultados reforçaram a importância da criação de uma consulta dirigida ao burnout nos profissionais de saúde da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.
{"title":"Avaliação de Burnout em Profissionais de Saúde da Unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve","authors":"Pedro Melo-Ribeiro, P. Marta, Marco Mota-Oliveira","doi":"10.51338/rppsm.532","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.532","url":null,"abstract":"Introdução: Os profissionais de saúde são um grupo particularmente suscetível ao desenvolvimento de burnout. São escassos os estudos publicados a avaliar esta problemática nos profissionais de saúde da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. Este estudo pretende avaliar a prevalência desta síndrome, nas suas várias definições e dimensões e diferentes classes profissionais desta população, bem como identificar fatores sociodemográficos ou laborais associados a níveis elevados de burnout. Métodos: É um estudo observacional, transversal e quantitativo em profissionais de saúde da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, reunindo informações sociodemográficas e inerentes ao desempenho profissional e aplicando as versões validadas para a população portuguesa dos questionários Maslach Burnout Inventory – Human Services Survey e 23-QVS Questionário de Vulnerabilidade ao Stress. Resultados: O total de 200 respostas corresponde a 88 enfermeiros, 83 médicos e 29 técnicos superiores de saúde. A média de idades foi de 39 anos, com uma maioria do sexo feminino (75,5%). Identificamos uma prevalência de burnout de 16,5% (enfermeiros: 23,9%; médicos: 10,8%; TSDS: 10,3%). Apuramos níveis elevados de exaustão emocional, despersonalização e redução da realização profissional em, respetivamente, 68,5%, 30% e 34,5% dos profissionais. A mediana global do questionário 23-QVS foi 39 pontos, com vulnerabilidade ao stress (>43 pontos) em 37% da amostra. Profissionais com elevada exaustão emocional trabalharam, em média, mais 5 horas semanais que os restantes. O aumento de média de horas de trabalho aumenta risco de elevada exaustão emocional e despersonalização. Vulnerabilidade ao stress aumenta risco de níveis elevados das dimensões de burnout. Ser enfermeiro está associado a maior risco de burnout e a níveis elevados das suas dimensões. Conclusão: Este estudo demonstrou níveis elevados de burnout numa proporção considerável dos profissionais, em particular nos enfermeiros. Constatou medianas das dimensões de burnout correspondentes a níveis elevados de exaustão emocional e despersonalização e moderados de redução da realização profissional, embora esta população não pontue, em mediana, para vulnerabilidade ao stress. Estes resultados reforçaram a importância da criação de uma consulta dirigida ao burnout nos profissionais de saúde da unidade de Faro do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"54 46","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139151131","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Maria João Lobato, S. Martins, P. Gouveia, L. Moreira, C. Maia
A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por um défice na comunicação e interação social, rigidez cognitiva, assim como pela presença de comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, características estas que podem ter um elevado impacto ao nível do funcionamento dos indivíduos ao longo da sua vida1. Em alguns casos, especialmente nos de alto funcionamento, o diagnóstico pode ser mais tardio, na adolescência ou na vida adulta, quando as exigências do meio, tanto a nível laboral como a nível social, se vão tornando progressivamente maiores2. Num estudo de prevalência realizado em Portugal nos anos 2000/2001 estimou-se uma prevalência de 1:1000 crianças1, no entanto, nos últimos anos, foi notória a incidência crescente das PEA. Estimativas recentes da CDC’s Autism and Developmental Disabilities Monitoring apontam para uma prevalência de 1:44 (2,3%) de PEA em crianças em idade escolar3. A transição para a idade adulta apresenta um conjunto de desafios para qualquer jovem, especialmente para aqueles com PEA. Aspetos como empregabilidade, relações sociais, autonomia e qualidade de vida têm piores resultados comparativamente com a população geral2,4. Múltiplos estudos mostraram ainda que não é incomum a existência de outras doenças mentais comórbidas, como depressão, ansiedade, perturbações da conduta ou perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Embora os serviços de saúde, educação e sociais para crianças com PEA estejam estabelecidos, os recursos para adultos são muito menos estruturados e possuem fragilidades3. Os serviços da infância cresceram devido ao reconhecimento da importância da intervenção precoce, que deriva das teorias do neurodesenvolvimento e da neuroplasticidade. Contudo, estudos recentes mostraram que os adultos possuem também capacidade de crescimento e desenvolvimento neural, pelo que a intervenção no adolescente e no adulto jovem é também de extrema importância e tem impacto positivo nos resultados. A manutenção dos cuidados na idade de transição, com o desenvolvimento de consultas especializadas de PEA na idade de transição, com colaboração dos serviços de Pedopsiquiatria e Psiquiatria, além de oferecer uma melhor qualidade de vida ao jovem com PEA, de melhorar o bem-estar emocional, sentimento de pertença, competência e integração, reveste-se de grande importância também a nível económico e social, uma vez que possibilita que estes tenham maior apoio, prossigam os estudos, tenham maior probabilidade de ser inseridos no mercado de trabalho, de serem parte ativa e integrante da sociedade e, assim, gerar maior receita e produzir menor despesa. Para além da consulta médica, a nível social, seria uma mais valia a criação e implementação de equipas de transição para a vida adulta na comunidade.
{"title":"A Criança Autista é um Adulto: E Agora? – Consulta de Perturbação do Espectro do Autismo na Idade de Transição","authors":"Maria João Lobato, S. Martins, P. Gouveia, L. Moreira, C. Maia","doi":"10.51338/rppsm.459","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.459","url":null,"abstract":"A Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento que se caracteriza por um défice na comunicação e interação social, rigidez cognitiva, assim como pela presença de comportamentos repetitivos, restritos e estereotipados, características estas que podem ter um elevado impacto ao nível do funcionamento dos indivíduos ao longo da sua vida1. Em alguns casos, especialmente nos de alto funcionamento, o diagnóstico pode ser mais tardio, na adolescência ou na vida adulta, quando as exigências do meio, tanto a nível laboral como a nível social, se vão tornando progressivamente maiores2. Num estudo de prevalência realizado em Portugal nos anos 2000/2001 estimou-se uma prevalência de 1:1000 crianças1, no entanto, nos últimos anos, foi notória a incidência crescente das PEA. Estimativas recentes da CDC’s Autism and Developmental Disabilities Monitoring apontam para uma prevalência de 1:44 (2,3%) de PEA em crianças em idade escolar3. A transição para a idade adulta apresenta um conjunto de desafios para qualquer jovem, especialmente para aqueles com PEA. Aspetos como empregabilidade, relações sociais, autonomia e qualidade de vida têm piores resultados comparativamente com a população geral2,4. Múltiplos estudos mostraram ainda que não é incomum a existência de outras doenças mentais comórbidas, como depressão, ansiedade, perturbações da conduta ou perturbação de hiperatividade e défice de atenção. Embora os serviços de saúde, educação e sociais para crianças com PEA estejam estabelecidos, os recursos para adultos são muito menos estruturados e possuem fragilidades3. Os serviços da infância cresceram devido ao reconhecimento da importância da intervenção precoce, que deriva das teorias do neurodesenvolvimento e da neuroplasticidade. Contudo, estudos recentes mostraram que os adultos possuem também capacidade de crescimento e desenvolvimento neural, pelo que a intervenção no adolescente e no adulto jovem é também de extrema importância e tem impacto positivo nos resultados. A manutenção dos cuidados na idade de transição, com o desenvolvimento de consultas especializadas de PEA na idade de transição, com colaboração dos serviços de Pedopsiquiatria e Psiquiatria, além de oferecer uma melhor qualidade de vida ao jovem com PEA, de melhorar o bem-estar emocional, sentimento de pertença, competência e integração, reveste-se de grande importância também a nível económico e social, uma vez que possibilita que estes tenham maior apoio, prossigam os estudos, tenham maior probabilidade de ser inseridos no mercado de trabalho, de serem parte ativa e integrante da sociedade e, assim, gerar maior receita e produzir menor despesa. Para além da consulta médica, a nível social, seria uma mais valia a criação e implementação de equipas de transição para a vida adulta na comunidade.","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"332 12","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139152305","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Afonso Quintão, Ana Margarida Fraga, Filipe Oliveira Azevedo, Raquel Luís Medinas, Catarina Laginhas, Catarina Melo Santos
Introdução: Os sintomas neurológicos funcionais/dissociativos (SNF/D) geram incapacidade, diminuição de produtividade e da qualidade de vida. A abordagem terapêutica é ainda pouco clara; a terapia cognitivo-comportamental (TCC) parece apresentar resultados positivos. Esta revisão pretende sumarizar evidência sobre eficácia da TCC no tratamento dos SNF/D. Métodos: Revisão não sistemática da literatura: pesquisa na base de dados PubMed/Medline, utilizando guidelines PRISMA para scoping reviews, com termos relacionados com SNF/D e TCC. Resultados: Vários estudos descrevem vantagens da TCC no tratamento de tremor funcional; tontura postural-perceptiva persistente; crises não-epilépticas psicogénicas; várias perturbações funcionais do movimento; e SNF/D no geral, com melhoria nos outcomes primários (redução de sintomas físicos) e secundários (nível de funcionamento, qualidade de vida, estado mental, ansiedade/depressão, utilização de serviços). Alguns estudos analisaram intervenções psicológicas no geral, e não TCC especificamente. Uma revisão sobre neuromodulação no tratamento dos SNF/D refere que a sua eficácia não está provada; especula que a combinação com TCC pode ser promissora. Discussão: Estudos recentes referem que no geral, existe pouca evidência de elevada qualidade; consideram que alguns estudos têm elevado risco de viés e não têm análise de qualidade de evidência apropriada. Foram encontradas algumas contradições entre estudos, por exemplo em relação à melhoria do nível de funcionamento e à redução do número de convulsões. No entanto, a maioria dos estudos reporta alguma evidência sobre a eficácia da TCC no tratamento de diferentes SNF/D, quer a nível de outcomes primários como secundários, alguns em conjunto com fisioterapia e outras modalidades psicoterapêuticas, reforçando a importância de abordagem multidisciplinar. Conclusão: Os estudos realizados até à data apresentam problemas metodológicos importantes, com baixo número de doentes incluídos, e heterogeneidade dos doentes, o que dificulta a comparação entre estudos e obtenção de estudos de elevada qualidade metodológica. Apesar de não existir um consenso sobre a melhor abordagem terapêutica, e da baixa qualidade metodológica existente até à data, a TCC é a que tem demonstrado melhores resultados (em outcomes primários e secundários) no tratamento dos SNF/D. São necessários mais estudos, com rigor metodológico, que permitam validar os resultados positivos obtidos até ao momento.
{"title":"Terapia Cognitivo‐Comportamental no Tratamento dos Sintomas Neurológicos Funcionais/Dissociativos: Estado da Arte","authors":"Ana Afonso Quintão, Ana Margarida Fraga, Filipe Oliveira Azevedo, Raquel Luís Medinas, Catarina Laginhas, Catarina Melo Santos","doi":"10.51338/rppsm.508","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.508","url":null,"abstract":"Introdução: Os sintomas neurológicos funcionais/dissociativos (SNF/D) geram incapacidade, diminuição de produtividade e da qualidade de vida. A abordagem terapêutica é ainda pouco clara; a terapia cognitivo-comportamental (TCC) parece apresentar resultados positivos. Esta revisão pretende sumarizar evidência sobre eficácia da TCC no tratamento dos SNF/D. Métodos: Revisão não sistemática da literatura: pesquisa na base de dados PubMed/Medline, utilizando guidelines PRISMA para scoping reviews, com termos relacionados com SNF/D e TCC. Resultados: Vários estudos descrevem vantagens da TCC no tratamento de tremor funcional; tontura postural-perceptiva persistente; crises não-epilépticas psicogénicas; várias perturbações funcionais do movimento; e SNF/D no geral, com melhoria nos outcomes primários (redução de sintomas físicos) e secundários (nível de funcionamento, qualidade de vida, estado mental, ansiedade/depressão, utilização de serviços). Alguns estudos analisaram intervenções psicológicas no geral, e não TCC especificamente. Uma revisão sobre neuromodulação no tratamento dos SNF/D refere que a sua eficácia não está provada; especula que a combinação com TCC pode ser promissora. Discussão: Estudos recentes referem que no geral, existe pouca evidência de elevada qualidade; consideram que alguns estudos têm elevado risco de viés e não têm análise de qualidade de evidência apropriada. Foram encontradas algumas contradições entre estudos, por exemplo em relação à melhoria do nível de funcionamento e à redução do número de convulsões. No entanto, a maioria dos estudos reporta alguma evidência sobre a eficácia da TCC no tratamento de diferentes SNF/D, quer a nível de outcomes primários como secundários, alguns em conjunto com fisioterapia e outras modalidades psicoterapêuticas, reforçando a importância de abordagem multidisciplinar. Conclusão: Os estudos realizados até à data apresentam problemas metodológicos importantes, com baixo número de doentes incluídos, e heterogeneidade dos doentes, o que dificulta a comparação entre estudos e obtenção de estudos de elevada qualidade metodológica. Apesar de não existir um consenso sobre a melhor abordagem terapêutica, e da baixa qualidade metodológica existente até à data, a TCC é a que tem demonstrado melhores resultados (em outcomes primários e secundários) no tratamento dos SNF/D. São necessários mais estudos, com rigor metodológico, que permitam validar os resultados positivos obtidos até ao momento.","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"31 25","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139148182","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental: Obrigado e Boa Sorte","authors":"Pedro Câmara Pestana, Pedro Afonso","doi":"10.51338/rppsm.537","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.537","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"29 46","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139148315","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental: Agradecimento aos Revisores","authors":"Pedro Câmara Pestana, Pedro Afonso, M. Figueira","doi":"10.51338/rppsm.539","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.539","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"39 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139151383","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Poor sleep quality in childhood can lead to socio-emotional and academic problems. In early childhood, sleep is mostly influenced by environmental factors, such as the mother’s mental health. The aim of this case report is to expand the body of knowledge surrounding the association between sleep disturbances in toddlers and maternal depression. An 18-month-old child was referred to a Child Psychiatry consultation due to multiple nocturnal awakening almost every night since he was 3 months old. The mother reports depressive symptoms. It was concluded that the child met criteria for night awakening disorder. The treatment plan included sessions to promote parenting skills and the use of prolonged-release melatonin. The literature shows that maternal depressive symptoms are related to difficulties in initiating and maintaining sleep in young children, and it is important to diagnose and treat this symptomatology to mitigate its impact on these children’s sleep.
{"title":"Association between Maternal Depression and Sleep Disorders in Toddlers: A Case Report","authors":"Francisca Bastos Maia, Vânia Martins Miranda","doi":"10.51338/rppsm.488","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.488","url":null,"abstract":"Poor sleep quality in childhood can lead to socio-emotional and academic problems. In early childhood, sleep is mostly influenced by environmental factors, such as the mother’s mental health. The aim of this case report is to expand the body of knowledge surrounding the association between sleep disturbances in toddlers and maternal depression. An 18-month-old child was referred to a Child Psychiatry consultation due to multiple nocturnal awakening almost every night since he was 3 months old. The mother reports depressive symptoms. It was concluded that the child met criteria for night awakening disorder. The treatment plan included sessions to promote parenting skills and the use of prolonged-release melatonin. The literature shows that maternal depressive symptoms are related to difficulties in initiating and maintaining sleep in young children, and it is important to diagnose and treat this symptomatology to mitigate its impact on these children’s sleep.","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"20 18","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139148564","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Fabiana Ventura, G. Cotovio, Pedro Frias, A. Oliveira-Maia
{"title":"Training in Transcranial Magnetic Stimulation: Experience from a Clinical and Research Centre","authors":"Fabiana Ventura, G. Cotovio, Pedro Frias, A. Oliveira-Maia","doi":"10.51338/rppsm.477","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.477","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"14 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134069826","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Psychosis secondary to traumatic brain injury (PSTBI) is rare yet a serious sequela of traumatic brain injury (TBI).We provide a critical literature review on PSTBI, outlining clinical features and approach to the diagnosis and treatment. Finally, we illustrate a case description, to discuss its conceptual framework. Conceptualizing PSTBI as a neurobiological syndrome has clinical relevance, insofar as, it facilitates a rational scheme, by which specific diagnostic dilemmas should be tackled in the workup, to provide a tailored treatment. Additionally, it may shed light on the understanding of psychotic disorders by integrating data on primary and secondary psychosis. TBI can contribute to the emergence of psychotic symptoms in various manners. It may precipitate psychosis in susceptible individuals, occur in a direct relationship to post‐traumatic epilepsy, or develop directly due to brain injury. It is this last clinical entity that we focus on in this article. Its neurobiological underpinnings comprise the following mechanisms: damage to frontal and temporal lobes (primary injury); structural and/or functional dysconnectivity in sensory‐ and other information‐ ‐processing networks, such as the Default‐Mode network, which stem from diffuse axonal injury (DAI) (primary injury); neuroinflammation and neurodegeneration (secondary injury). The clinical presentation may take two forms: delusional disorder or schizophrenia‐like psychosis. Both subtypesare often preceded by a prodromal phase superimposed on other sequelae, namely affective instability, social and occupational functional decline. In comparison to primary schizophrenia, PSTBI has a lower genetic load, fewer negative symptoms, more neurocognitive symptoms, which may be intertwined with frontal‐subcortical system dysfunction/ frontal syndromes and are more likely to present findings on neuroimaging and electroencephalographic studies. PSTBI has a bimodal distribution of onset. Latencies of under a year (early‐onset) have been associated with DAI and delusional disorder subtype. Schizophrenia‐like psychosis subtype usually develops after a latency of 1‐5 years (late‐onset), and has been more associated with epilepsy, focal brain lesions and a chronic course. Antipsychotics should be used cautiously considering the increased sensitivity to the sedating, anticholinergic, and seizure threshold‐lowering side effects. Late‐onset PSTBI might benefit from anticonvulsants, by virtue of its anti‐ ‐kindling properties. Additionally, further pharmacological approaches may be used to address cognitive, emotional, and behavioural issues.
{"title":"Psychosis Secondary to Traumatic Brain Injury: Critical Literature Review and Illustrative Case Study","authors":"J. Regala, Francisco Moniz-Pereira, A.J. Bento","doi":"10.51338/rppsm.493","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.493","url":null,"abstract":"\u0000\u0000\u0000Psychosis secondary to traumatic brain injury (PSTBI) is rare yet a serious sequela of traumatic brain injury (TBI).We provide a critical literature review on PSTBI, outlining clinical features and approach to the diagnosis and treatment. Finally, we illustrate a case description, to discuss its conceptual framework. Conceptualizing PSTBI as a neurobiological syndrome has clinical relevance, insofar as, it facilitates a rational scheme, by which specific diagnostic dilemmas should be tackled in the workup, to provide a tailored treatment. Additionally, it may shed light on the understanding of psychotic disorders by integrating data on primary and secondary psychosis. TBI can contribute to the emergence of psychotic symptoms in various manners. It may precipitate psychosis in susceptible individuals, occur in a direct relationship to post‐traumatic epilepsy, or develop directly due to brain injury. It is this last clinical entity that we focus on in this article. Its neurobiological underpinnings comprise the following mechanisms: damage to frontal and temporal lobes (primary injury); structural and/or functional dysconnectivity in sensory‐ and other information‐ ‐processing networks, such as the Default‐Mode network, which stem from diffuse axonal injury (DAI) (primary injury); neuroinflammation and neurodegeneration (secondary injury).\u0000The clinical presentation may take two forms: delusional disorder or schizophrenia‐like psychosis. Both subtypesare often preceded by a prodromal phase superimposed on other sequelae, namely affective instability, social and occupational functional decline. In comparison to primary schizophrenia, PSTBI has a lower genetic load, fewer negative symptoms, more neurocognitive symptoms, which may be intertwined with frontal‐subcortical system dysfunction/ frontal syndromes and are more likely to present findings on neuroimaging and electroencephalographic studies. PSTBI has a bimodal distribution of onset. Latencies of under a year (early‐onset) have been associated with DAI and delusional disorder subtype. Schizophrenia‐like psychosis subtype usually develops after a latency of 1‐5 years (late‐onset), and has been more associated with epilepsy, focal brain lesions and a chronic course.\u0000Antipsychotics should be used cautiously considering the increased sensitivity to the sedating, anticholinergic, and seizure threshold‐lowering side effects. Late‐onset PSTBI might benefit from anticonvulsants, by virtue of its anti‐ ‐kindling properties. Additionally, further pharmacological approaches may be used to address cognitive, emotional, and behavioural issues.\u0000\u0000\u0000","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125903054","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
L. Cruz Torres, Francisco Filho, Tainah Pereira, P. Pinheiro, Vitória Lima, Giliara De Luna
Obsessive‐compulsive disorder is characterized by the presence of obsessions and/or compulsions. Standard treatment, although effective in improving symptoms, in more severe cases may not be sufficient. The objective of this studywas to identify in the literature data on the effectiveness of Mindfulness as a complementary treatment in reducing symptoms in patients with obsessive‐compulsive disorder. This integrative review was performed in Medline, Lilacs, Embase, Cochrane, CINAHL, and Web of Science databases. A total of 135 results were found, of which only 11 articles were used after applying the duplicate exclusion and eligibility criteria. Thus, we identified that mindfulness ‐based cognitive therapy (MBCT) when compared to more traditional treatments, such as cognitive‐behavioral therapy, showed promise, especially in improving self‐awareness regarding the symptoms of the disorder. However, studies with longer exposure time and with more specific variables need to be designed to verify the longterm efficacy of MBCT, especially in more severe and older patients.
强迫症的特征是存在强迫和/或强迫行为。标准治疗虽然对改善症状有效,但在更严重的病例中可能还不够。本研究的目的是在文献数据中确定正念作为一种辅助治疗在减轻强迫症患者症状方面的有效性。该综合评价在Medline、Lilacs、Embase、Cochrane、CINAHL和Web of Science数据库中进行。共发现135篇结果,应用重复排除标准和入选标准后,仅使用了11篇。因此,我们发现,与更传统的治疗方法(如认知行为治疗)相比,基于正念的认知疗法(MBCT)表现出了希望,特别是在改善有关该疾病症状的自我意识方面。然而,需要设计更长的暴露时间和更具体变量的研究来验证MBCT的长期疗效,特别是在更严重和更年长的患者中。
{"title":"Mindfulness as Adjuvant Treatment for Obsessive‐Compulsive Disorder: An Integrative Review","authors":"L. Cruz Torres, Francisco Filho, Tainah Pereira, P. Pinheiro, Vitória Lima, Giliara De Luna","doi":"10.51338/rppsm.290","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.290","url":null,"abstract":"\u0000\u0000\u0000Obsessive‐compulsive disorder is characterized by the presence of obsessions and/or compulsions. Standard treatment, although effective in improving symptoms, in more severe cases may not be sufficient. The objective of this studywas to identify in the literature data on the effectiveness of Mindfulness as a complementary treatment in reducing symptoms in patients with obsessive‐compulsive disorder. This integrative review was performed in Medline, Lilacs, Embase, Cochrane, CINAHL, and Web of Science databases. A total of 135 results were found, of which only 11 articles were used after applying the duplicate exclusion and eligibility criteria. Thus, we identified that mindfulness ‐based cognitive therapy (MBCT) when compared to more traditional treatments, such as cognitive‐behavioral therapy, showed promise, especially in improving self‐awareness regarding the symptoms of the disorder. However, studies with longer exposure time and with more specific variables need to be designed to verify the longterm efficacy of MBCT, especially in more severe and older patients.\u0000\u0000\u0000","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121807691","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Psiquiatria Comunitária numa Favela do Brasil: Retrato de um Centro de Atenção Psicossocial na Rocinha, Rio de Janeiro","authors":"Catarina Cunha, Gilberto Ribeiro Leite","doi":"10.51338/rppsm.455","DOIUrl":"https://doi.org/10.51338/rppsm.455","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":129543,"journal":{"name":"Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental","volume":"195 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115271390","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}