{"title":"ESTADO, GRANDES PROJETOS E PLANEJAMENTO REGIONAL NA AMAZÔNIA: a utopia territorial do PDRS - lago de tucuruí.","authors":"André Farias, Luiz Felipe Nazaré Vilhena","doi":"10.17648/ihgp.v8i1.223","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo refletir sobre as possibilidades e desafios do planejamento regional na Amazonia. Distante de producoes tecnicistas e cartesianas, a reflexao ora apresentada se desenvolve atraves de uma analise do materialismo historico sobre os processos que levaram a elaboracao, implementacao e extincao do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentavel (PDRS – Lago de Tucurui), no estado do Para. Recorrendo a categorias teoricas como Estado, planejamento regional e territorio, e fazendo uso de dados secundarios e pesquisa de campo, apresentamos as transformacoes na dinâmica territorial de uma regiao emblematica da Amazonia, onde localiza-se o grande empreendimento da UHE-Tucurui. Identificamos aspectos inovadores na proposta de planejamento regional, como o tratamento da complexidade do territorio, o envolvimento dos tres niveis governamentais e participacao da sociedade civil em busca do desenvolvimento com sustentabilidade. Contudo, os resultados apontam tambem para desafios estruturais, como: a descontinuidade da experiencia do planejamento territorial; a falta de enraizamento de espacos participativos e a consequente fragmentacao social, com aumento da desigualdade; alem da primazia do grande empreendimento como instrumento de reproducao do modo de producao capitalista. Nao obstante, novas agendas de pesquisas foram vislumbradas a partir do trabalho ora apresentado, como os impactos socioambientais ocasionados pelos historicos e novos processos de desenvolvimento; vislumbramos a necessidade de compreender melhor as praticas de dominacao coronelistas pos modernas e o papel do poder local; e indicamos a possibilidade de novos arranjos organizacionais dos movimentos sociais em redes, como e o caso do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB.","PeriodicalId":432018,"journal":{"name":"Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará","volume":"12 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-05-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.17648/ihgp.v8i1.223","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo tem como objetivo refletir sobre as possibilidades e desafios do planejamento regional na Amazonia. Distante de producoes tecnicistas e cartesianas, a reflexao ora apresentada se desenvolve atraves de uma analise do materialismo historico sobre os processos que levaram a elaboracao, implementacao e extincao do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentavel (PDRS – Lago de Tucurui), no estado do Para. Recorrendo a categorias teoricas como Estado, planejamento regional e territorio, e fazendo uso de dados secundarios e pesquisa de campo, apresentamos as transformacoes na dinâmica territorial de uma regiao emblematica da Amazonia, onde localiza-se o grande empreendimento da UHE-Tucurui. Identificamos aspectos inovadores na proposta de planejamento regional, como o tratamento da complexidade do territorio, o envolvimento dos tres niveis governamentais e participacao da sociedade civil em busca do desenvolvimento com sustentabilidade. Contudo, os resultados apontam tambem para desafios estruturais, como: a descontinuidade da experiencia do planejamento territorial; a falta de enraizamento de espacos participativos e a consequente fragmentacao social, com aumento da desigualdade; alem da primazia do grande empreendimento como instrumento de reproducao do modo de producao capitalista. Nao obstante, novas agendas de pesquisas foram vislumbradas a partir do trabalho ora apresentado, como os impactos socioambientais ocasionados pelos historicos e novos processos de desenvolvimento; vislumbramos a necessidade de compreender melhor as praticas de dominacao coronelistas pos modernas e o papel do poder local; e indicamos a possibilidade de novos arranjos organizacionais dos movimentos sociais em redes, como e o caso do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB.