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Abstract
A eleição do atual presidente do Brasil em 2018, Jair Messias Bolsonaro, representa uma tendência internacional, vivida na última década, de ascensão de governos conservadores e autoritários de direita. Desde sua campanha à eleição presidencial, Bolsonaro e o bolsonarismo têm apresentado como base de sua performance midiática e espetacular o militarismo e a religiosidade evangélica pentecostal. Estes elementos essenciais do bolsonarismo traduzem em forma de representação social do político suas predisposições a utilização do instituto do estado de exceção, cujo consenso se constrói a partir de narrativas que articulam os mitos políticos do conspiracionismo e do salvacionismo de fundo cristão e anticomunista, que revisita a tradição de culturas políticas de direita do período da Ditadura Militar (1964-1985) com adição de novos motivos neoliberais. Este capítulo analisa, a partir desta fala, a performance e as ações do Governo Bolsonaro e do bolsonarismo durante a Pandemia do Covid-19. Nossa abordagem articula as teorias e métodos de Raoul Girardet e Ernst Cassirer à teoria dos atos de fala da escola collingwoodiana, tomando como base político-filosófica as discussões sobre as tensões entre Direitos Humanos e Estado de Exceção.