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Abstract
Representada em 472 a. C., a tragédia Os Persas, de Ésquilo é considerada a mais antiga peça de teatro grego completa que chegou aos nossos dias. Uma de suas particularidades é buscar na história e não nas narrações mitológicas o seu mote principal: a batalha de Salamina ocorrida em 480 a. C., além de ter como protagonista um personagem estrangeiro (Xerxes, rei da Pérsia). Isso não acontece por acaso. Ésquilo parece ter uma clara intenção de sobrelevar Atenas ao colocar na boca do estrangeiro a superioridade da cidade (Pe. 231-248). Nesse sentido, este trabalho pretende analisar a construção discursiva de louvor a Atenas através do estrangeiro que se auto intitula bárbaro na peça. Partimos do pressuposto de que isso ocorre não somente devido à euforia da vitória ateniense na batalha de Salamina, mas também para tentar explicar essa inesperada vitória através de um imaginário mítico muito peculiar e presente entre os gregos, no qual os ba/rbaroi – aqueles que não falam a língua grega – são vistos negativamente. Levamos em consideração os conceitos de identidade e alteridade, e noções históricas e políticas importantes para situar o papel ocupado pela cidade de Atenas dentro e fora da peça.