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Abstract
O artigo discute a formação de professores alfabetizadores de crianças com deficiência diante do paradigma da inclusão escolar. Os dados resultaram de análise do Projeto Pedagógico e das fichas de disciplinas do curso de Pedagogia de uma instituição pública de ensino superior no interior do Estado de Minas Gerais e dos discursos obtidos de entrevistas semiestruturadas aplicadas a três alfabetizadoras, que vivenciaram a experiência de alfabetizar, respectivamente, uma criança com transtorno do espectro autista, uma com cegueira e uma com surdez. A pesquisa foi pautada pela perspectiva histórico-cultural de Vygotsky com as contribuições das teorias que compreendem a alfabetização como um processo discursivo. Os resultados mostraram que, muito embora a construção das propostas formativas da licenciatura em Pedagogia da instituição pesquisada esteja balizada em atividades de ensino, gestão e pesquisa em ambientes escolar e não escolar, tendo a docência como base de formação do Pedagogo, a questão específica sobre a alfabetização da pessoa com deficiência foi timidamente contemplada no currículo, refletindo diretamente e negativamente na prática docente. Os discursos das professoras revelaram que a ausência, durante o curso de Pedagogia, de ações formativas mais direcionadas à alfabetização de crianças com deficiência provocou a falta de condições e de possibilidades concretas de desenvolvimento disponíveis tanto ao professor alfabetizador quanto ao aluno com deficiência por ele atendido.