{"title":"Parentesco cosmológico e morfológica Mbya Guarani","authors":"Paulo Roberto Nunes de Goes","doi":"10.5007/2175-8034.2022.e70621","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"\n\n\nO presente artigo busca problematizar alguns dos modos pelos quais os Mbya Guarani (Tupi-Guarani) constituem seus territórios de forma ao mesmo tempo tão dispersa geograficamente e tão homogênea linguística e culturalmente. Entre os povos Guarani, são os Mbya aqueles que produzem uma dinâmica intercomunitária mais vigorosa e uma endogamia étnica mais marcada. Neste artigo, busco compreender de que modo essa morfologia se constitui, prescindindo de estratificações políticas no nível interaldeão e, para tanto, mobilizo dados etnográficos, demográficos e genealógicos. Conforme será analisado, a organização social mbya se assenta na vida ritual (uma pedagogia xamânica), a qual está diretamente relacionada à categoria de idade dos tuja, dos velhos. Esse modelo gerontocrático, por sua vez, replica modos de relação estabelecidos nos planos celestes, onde habitam os nhanderukuery, origem e destino mbya. \n\n\n","PeriodicalId":265208,"journal":{"name":"Ilha Revista de Antropologia","volume":"164 5","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ilha Revista de Antropologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e70621","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo busca problematizar alguns dos modos pelos quais os Mbya Guarani (Tupi-Guarani) constituem seus territórios de forma ao mesmo tempo tão dispersa geograficamente e tão homogênea linguística e culturalmente. Entre os povos Guarani, são os Mbya aqueles que produzem uma dinâmica intercomunitária mais vigorosa e uma endogamia étnica mais marcada. Neste artigo, busco compreender de que modo essa morfologia se constitui, prescindindo de estratificações políticas no nível interaldeão e, para tanto, mobilizo dados etnográficos, demográficos e genealógicos. Conforme será analisado, a organização social mbya se assenta na vida ritual (uma pedagogia xamânica), a qual está diretamente relacionada à categoria de idade dos tuja, dos velhos. Esse modelo gerontocrático, por sua vez, replica modos de relação estabelecidos nos planos celestes, onde habitam os nhanderukuery, origem e destino mbya.