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Abstract
Na tradição, os violeiros sertanejos atuam como dizentes entremundos, apoiados no conhecimento técnico do instrumento e na sensibilidade analógica com que fazem uma leitura dos vários níveis da realidade. Buscamos flagrar essa dinâmica a partir dos achados poético-musicais de Esbrangente (2003), álbum que evidencia a relação discípulo-mestre estabelecida entre os violeiros Roberto Corrêa, Badia Medeiros, Paulo Freire e Manoel de Oliveira. Contribuem para essa proposta, noções oriundas do pensamento complexo de Edgar Morin e da antropologia pós-estrutural de Eduardo Viveiros de Castro, passando pela estética de Guimarães Rosa, exemplificada pelos contos Cara-de-Bronze e Meu tio Iauaretê. O estudo nos permite concluir que os achados poéticos de Esbrangente repousam em lampejos de pensamento analógico e técnica musical apurada e que os violeiros guardam os traços do poeta, cuja sabedoria permite atravessar os níveis da realidade do sertão.
在传统中,sertanejos的violeiros扮演着entremundos的角色,依靠乐器的技术知识和模拟敏感性来解读现实的不同层次。我们试图从Esbrangente(2003)的诗歌和音乐发现中捕捉这种动态,这张专辑突出了吉他手Roberto correa、Badia Medeiros、Paulo Freire和Manoel de Oliveira之间建立的师徒关系。对这一提议的贡献来自埃德加·莫林的复杂思想和爱德华多·维韦罗斯·德·卡斯特罗的后结构人类学的概念,通过guimaraes罗莎的美学,以卡拉·德·青铜和Meu tio iauarete的故事为例。通过研究,我们可以得出这样的结论:埃斯布兰根特的诗歌发现是建立在类比思维的闪光和精确的音乐技巧上的,而violeiros保留了诗人的痕迹,诗人的智慧让我们跨越了内陆现实的层次。