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Abstract
O artigo mostra como as interações entre pessoas e plantas são conexões importantes para entender as experiências sociomateriais contemporâneas. Experimentando com uma abordagem pós-cognitiva e orientada aos atores, reconhecemos processos de auto-organização e existências territoriais semiautônomas. O caso etnográfico estendido revela a aliança entre mulheres e plantas medicinais no Sul do Brasil. Processos de individualização, singularização e emaranhados de práticas sociomateriais nos permitem estudar as Bruxinhas de Deus e suas farmacinhas caseiras. O preparo, uso e distribuição de remédios reterritorializa os cuidados em saúde. Isto nos leva a sugerir que, em partes do Brasil rural, emergem espaços liminares de rebelião biopolítica, identificados por transgressões à privatização da vida. O colapso da separação entre as existências biológica, política e não-política na vida territorial; e as corporalizações disruptivas, finalmente, revelam novas configurações transindividuais para além da esfera familiar.