Silvio Marchini, Maria Augusta De Mendonça Guimarães, Paloma Alcázar-García, Wezddy Del Toro Orozco, Bruna Lima Ferreira, Jenny Anne Glikman, M. C. L. E. Novaes, J. Macedo, Flavia De Campos Martins, Miguel Coutinho Moretta Monteiro, Roberta Montanheiro Paolino, Joana Gomes Pereira, Ana Carolina Pont, Iara Ramos-Santos, Raquel Costa da Silva, Ana Carolina D. Oliveira
{"title":"‘As pessoas mentem’: superando obstáculos para incorporar a pesquisa em ciências sociais à conservação da biodiversidade","authors":"Silvio Marchini, Maria Augusta De Mendonça Guimarães, Paloma Alcázar-García, Wezddy Del Toro Orozco, Bruna Lima Ferreira, Jenny Anne Glikman, M. C. L. E. Novaes, J. Macedo, Flavia De Campos Martins, Miguel Coutinho Moretta Monteiro, Roberta Montanheiro Paolino, Joana Gomes Pereira, Ana Carolina Pont, Iara Ramos-Santos, Raquel Costa da Silva, Ana Carolina D. Oliveira","doi":"10.5380/dma.v62i0.86905","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Mesmo com o reconhecimento da importância da interdisciplinaridade na conservação da biodiversidade, ainda há resistência em incorporar a pesquisa em ciências sociais (PCS) ao pensamento e à prática conservacionista. As razões para tal resistência podem ser resumidas em três afirmações gerais ainda comumente atribuídas à PCS: 'tem pouca utilidade' e 'menos rigor metodológico' quando comparada à pesquisa em ciências naturais e, sobretudo, é pouco confiável porque 'as pessoas mentem'. Neste ensaio, desenvolvido a partir da experiência dos participantes de uma comunidade de prática, formada por profissionais de diversas áreas e setores relacionados à conservação, e das discussões geradas nesse espaço de aprendizado coletivo, abordamos as limitações e os equívocos por trás das afirmações acima. A PCS não é menos útil na conservação e nem tem menos rigor metodológico do que a pesquisa em ciências naturais, e quando as pessoas mentem para o pesquisador o problema não está na pesquisa em si, mas na relação entre sujeito e pesquisador. Argumentamos que à medida que os conservacionistas se familiarizam com a PCS e que os princípios de equidade e justiça são incorporados aos valores e objetivos da conservação, a importância e necessidade da PCS na conservação tornam-se óbvias, e a falta de confiança entre pesquisador e sujeitos deixa de ser uma preocupação significativa. Capacitar, integrar e apoiar são nossas recomendações básicas para pesquisadores, educadores, gestores e tomadores de decisão nas áreas de conservação, ensino, publicação e financiamento, para que a PCS cumpra plenamente seu papel na conservação.","PeriodicalId":55619,"journal":{"name":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","volume":"6 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.4000,"publicationDate":"2023-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Desenvolvimento e Meio Ambiente","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/dma.v62i0.86905","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"ENVIRONMENTAL STUDIES","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Mesmo com o reconhecimento da importância da interdisciplinaridade na conservação da biodiversidade, ainda há resistência em incorporar a pesquisa em ciências sociais (PCS) ao pensamento e à prática conservacionista. As razões para tal resistência podem ser resumidas em três afirmações gerais ainda comumente atribuídas à PCS: 'tem pouca utilidade' e 'menos rigor metodológico' quando comparada à pesquisa em ciências naturais e, sobretudo, é pouco confiável porque 'as pessoas mentem'. Neste ensaio, desenvolvido a partir da experiência dos participantes de uma comunidade de prática, formada por profissionais de diversas áreas e setores relacionados à conservação, e das discussões geradas nesse espaço de aprendizado coletivo, abordamos as limitações e os equívocos por trás das afirmações acima. A PCS não é menos útil na conservação e nem tem menos rigor metodológico do que a pesquisa em ciências naturais, e quando as pessoas mentem para o pesquisador o problema não está na pesquisa em si, mas na relação entre sujeito e pesquisador. Argumentamos que à medida que os conservacionistas se familiarizam com a PCS e que os princípios de equidade e justiça são incorporados aos valores e objetivos da conservação, a importância e necessidade da PCS na conservação tornam-se óbvias, e a falta de confiança entre pesquisador e sujeitos deixa de ser uma preocupação significativa. Capacitar, integrar e apoiar são nossas recomendações básicas para pesquisadores, educadores, gestores e tomadores de decisão nas áreas de conservação, ensino, publicação e financiamento, para que a PCS cumpra plenamente seu papel na conservação.