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Abstract
Partindo da premissa candidiana de que toda literatura tem como premissa três faces integradas, sendo elas: uma estrutura significante; uma forma de expressar sentimentos e visões de mundo; e uma forma de conhecimento, que podemos apreender de forma prolixa e inconsciente, objetivamos analisar como a construção estética do romance juvenil Cartas para Martin (2020), da escritora estadunidense Nic Stone colabora com as relações entre a (des)construção do pensamento, a escrita e as identidades juvenis minorizadas. Para realizar essa análise, nos pautaremos nos pressupostos teóricos de Hunt (2005; 2015), sobre Literatura Infantil, os quais usaremos como inspiração para refletir sobre a Literatura Juvenil; nos conceitos de Identidade e Multiculturalismo, em Hall (2006) e Bonnici (2011), respectivamente; e nos conceitos de trauma e descolonização, em Kilomba (2021). Por meio de uma estética que rompe estereótipos literários, a escritora rompe, também, estereótipos de identidades, ao demonstrar como um jovem minorizado lida com os sistemas culturais e sociais opressivos, que perpassam sua existência. Na impossibilidade de encontrar um espaço que o acolha, a personagem cria seus próprios espaços no mundo profundo de sua consciência, que se transfiguram para sua vida real.