{"title":"Catarse, crítica e resistência: a memória nas e para as minorias político-culturais – reflexões desde o pensamento indígena brasileiro","authors":"Fernando Danner, L. Danner","doi":"10.12957/rqi.2023.77734","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Argumentamos que a luta em torno à memória, ao passado e à história da modernização-colonização,do eurocentrismo-colonialismo se constitui no grande núcleo teórico-político que perpassa as relações e aspráticas sociais entre os diversos grupos contrapostos, diferenciados e também aproximados por raça, gênero e sexo. A modernização-colonização produziu de modo naturalizado e, portanto, despolitizado um conceito de raça (e de gênero e de sexo) que vai da biologia para a cultura e, ao fazer isso, apagou e silenciou sobre a relacionalidade, a reciprocidade e a mutualidade no que tange a eles. Ora, a emergência das minorias político- culturais na esfera pública e como sujeitos militantes e engajados em torno à sua causa e à sua condição permitem a desnaturalização e a politização da nossa sociedade, uma vez que levam à pluralização dos sujeitos, das histórias, das experiências, das práticas e dos valores próprios à colonização e à sua consequência, nossa modernização conservadora. Por meio de sua voz-práxis carnal, vinculada e politizante, essas mesmas minorias político-culturais instauram uma perspectiva epistemológico-política contra hegemônica no que tange à disputa pela memória, pelo passado e pela história, perspectiva essa que se torna fundamental para a crítica, a reflexividade e a transformação amplas de nosso presente.","PeriodicalId":187075,"journal":{"name":"REVISTA QUAESTIO IURIS","volume":"2 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"REVISTA QUAESTIO IURIS","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/rqi.2023.77734","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Argumentamos que a luta em torno à memória, ao passado e à história da modernização-colonização,do eurocentrismo-colonialismo se constitui no grande núcleo teórico-político que perpassa as relações e aspráticas sociais entre os diversos grupos contrapostos, diferenciados e também aproximados por raça, gênero e sexo. A modernização-colonização produziu de modo naturalizado e, portanto, despolitizado um conceito de raça (e de gênero e de sexo) que vai da biologia para a cultura e, ao fazer isso, apagou e silenciou sobre a relacionalidade, a reciprocidade e a mutualidade no que tange a eles. Ora, a emergência das minorias político- culturais na esfera pública e como sujeitos militantes e engajados em torno à sua causa e à sua condição permitem a desnaturalização e a politização da nossa sociedade, uma vez que levam à pluralização dos sujeitos, das histórias, das experiências, das práticas e dos valores próprios à colonização e à sua consequência, nossa modernização conservadora. Por meio de sua voz-práxis carnal, vinculada e politizante, essas mesmas minorias político-culturais instauram uma perspectiva epistemológico-política contra hegemônica no que tange à disputa pela memória, pelo passado e pela história, perspectiva essa que se torna fundamental para a crítica, a reflexividade e a transformação amplas de nosso presente.