{"title":"CRISE, FINANCERIZAÇÃO E DESAFIOS DA REDISTRIBUIÇÃO NO SÉCULO XXI","authors":"Lena Lavinas","doi":"10.61999/abet.1676-4439.2023v22n2.64695","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo aborda algumas das profundas transformações que a dominância do capitalismo financeiro vem provocando e normalizando em nossas vidas ao alterar por completo a funcionalidade da política social e a natureza dos regimes de bem-estar, ambos responsáveis pela materialização das políticas redistributivas e pelo enfrentamento das inúmeras formas de desigualdades que caracterizam todas as sociedades contemporâneas. Mais precisamente, discute-se o endividamento em massa das famílias, que passam a incorporar aos custos da sua reprodução a remuneração do capital portador de juros, o que as torna não apenas estruturalmente dependentes de acesso aos mercados financeiros, mas infinitamente mais vulneráveis no curto, médio e longo prazo também. Antes explorada, hoje a classe trabalhadora é também financeiramente expropriada por meio de dívidas. A experiência brasileira serve como estudo de caso.","PeriodicalId":363760,"journal":{"name":"Revista da ABET","volume":"5 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-02-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da ABET","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.61999/abet.1676-4439.2023v22n2.64695","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo aborda algumas das profundas transformações que a dominância do capitalismo financeiro vem provocando e normalizando em nossas vidas ao alterar por completo a funcionalidade da política social e a natureza dos regimes de bem-estar, ambos responsáveis pela materialização das políticas redistributivas e pelo enfrentamento das inúmeras formas de desigualdades que caracterizam todas as sociedades contemporâneas. Mais precisamente, discute-se o endividamento em massa das famílias, que passam a incorporar aos custos da sua reprodução a remuneração do capital portador de juros, o que as torna não apenas estruturalmente dependentes de acesso aos mercados financeiros, mas infinitamente mais vulneráveis no curto, médio e longo prazo também. Antes explorada, hoje a classe trabalhadora é também financeiramente expropriada por meio de dívidas. A experiência brasileira serve como estudo de caso.