Ian Moura Martins, Marcos Nicolau Santos da Silva, T. Rodrigues
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Abstract
Entre as tipologias da violência, o homicídio é um dos que apresenta a maior notificação e afeta segmentos sociais distintos, a exemplo da população LGBTQIAPN+. No âmbito desta população, certos marcadores sociais podem tornar alguns sujeitos mais vulneráveis, como é o caso das pessoas travestis e transgêneros. A morte precoce, a invisibilização nos diferentes espaços sociais e o não reconhecimento de suas identidades são alguns dos empecilhos enfrentados pela população trans e travesti no contexto brasileiro. À luz destas problemáticas, esta pesquisa objetivou analisar a distribuição espacial dos casos de assassinatos de travestis e transgêneros na região Nordeste do Brasil, no período de 2017 a 2022. A construção teórico-metodológica deste trabalho envolveu as seguintes etapas: revisão de literatura; obtenção de dados secundários oriundos dos dossiês publicados pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA); tabulação dos dados e o uso do Sistema de Informações Geográficas (SIG) para elaboração de mapas temáticos. Nos resultados obtidos, verificou-se no período analisado que 347 pessoas trans e travesti foram assassinadas na região Nordeste. O Ceará, a Bahia e o Pernambuco são os estados com as maiores taxas de assassinatos e de registro de casos, respectivamente. Em contrapartida, a atuação de movimentos e instituições sociais tem sido crucial para reduções nos números de casos. No entanto, ainda se tem um longo caminho para avançar, sobretudo, no campo da efetivação de políticas públicas e de segurança, para que o Brasil se torne um país seguro para a população trans e travesti.