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Abstract
O presente artigo propõe inicialmente investigar de modo preliminar a origem e alguns dos desdobramentos da aplicação da etnossintaxe para os dados linguísticos da língua mehinaku. Partindo desde o trabalho de Whorf (1979) sobre a língua nootka, a formulação do princípio da relatividade linguística, a análise de sua literatura pela antropóloga Schultz (1990), sua importância para a implementação da etnossintaxe, e o uso desta no estudo de línguas indígenas brasileiras. Em uma outra etapa, busca-se entender como tal compreensão etnográfica da gramática afetaria alguns dos dados já analisados da língua mehinaku, da matriz Arawak. Após um breve panorama do contexto das línguas Arawak e do cenário antropológico da região do Alto Xingu, é proposto um dialogismo de dados linguísticos de Awetí (2014), Corbera Mori (2017) e Felipe (2020), com registros antropológicos e iconográficos da cultura material mehinaku advindos de Gregor (1982), Malhano (1993) e Fénelon Costa (1988, 2014). Aborda-se, portanto, como a etnossintaxe afetaria a compreensão sobre: sufixos classificadores nominais, o campo semântico do termo tɨpa/tɨpe e o léxico corporal humano e não-humano relacionado à moradia tradicional altoxinguana.