{"title":"UMA DAS FRUTAS DE CEMITÉRIOS, A MANGA","authors":"Maria Ecilene Silva","doi":"10.31419/issn.2594-942x.v112024i2a6mens","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No caminho entre a nossa casa e o riacho por onde precisávamos passar diariamente em busca de água para as necessidades domésticas, havia um pequeno cemitério. Eu me escondia lá às vezes quando os meninos da vizinhança corriam atrás de mim para me bater ou coisa pior. Enquanto esperava meus algozes se cansarem e desistirem da caça, aproveitava para comer os frutos das mangueiras que sombreavam os túmulos. As árvores frondosas ostentavam galhos tão carregados que pendiam ao chão com o peso das mangas graúdas. Eram de fato muito maiores que aquelas geralmente encontradas pelas redondezas. O cheiro denso e pretensioso, um convite irrecusável ao desfrute e a doçura e suculência, uma afronta aos residentes do local.","PeriodicalId":505201,"journal":{"name":"Boletim do Museu de Geociências da Amazônia","volume":"51 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-05-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Boletim do Museu de Geociências da Amazônia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31419/issn.2594-942x.v112024i2a6mens","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
No caminho entre a nossa casa e o riacho por onde precisávamos passar diariamente em busca de água para as necessidades domésticas, havia um pequeno cemitério. Eu me escondia lá às vezes quando os meninos da vizinhança corriam atrás de mim para me bater ou coisa pior. Enquanto esperava meus algozes se cansarem e desistirem da caça, aproveitava para comer os frutos das mangueiras que sombreavam os túmulos. As árvores frondosas ostentavam galhos tão carregados que pendiam ao chão com o peso das mangas graúdas. Eram de fato muito maiores que aquelas geralmente encontradas pelas redondezas. O cheiro denso e pretensioso, um convite irrecusável ao desfrute e a doçura e suculência, uma afronta aos residentes do local.