Ana Caroline de Oliveira, Mônica Maria Gusmão Costa
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Abstract
A partir de uma etnografia nos julgamentos de adolescentes em conflito com a lei, foram percebidas as categorias de “família estruturada” e “família desestruturada”, onde “estrutura” não se configura “forma”, mas é considerada a partir do “comportamento” do filho e do “comprometimento” da mãe, em consonância com o mito colonial/ocidental da maternidade (Badinter, 1985). O objetivo neste trabalho é analisar o significado de “família estruturada e desestruturada”, refletindo sobre o papel da maternidade, bem como sobre o campo de socialização dos adolescentes de periferias e favelas, os quais se encontram sob julgamento (em sentido amplo) pelo judiciário, juntamente com suas mães. Através de entrevistas semiestruturadas, da observação discreta e participante em mais de 30 julgamentos, concluiu-se que as mães são julgadas juntos com seus filhos, por outras mulheres que são juízas, perpetuando a injustiça social e reforçando o patriarcado.