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Abstract
O texto busca analisar a tragédia das chuvas no munícipio de Petrópolis (RJ), não como um desastre natural ou agravamento das questões climáticas, mas pela via da ignorância como estratégia do discurso capitalista. A situação de Petrópolis é pensada como uma forma de violência articulada com o conceito de necropolítica, descrito pelo filósofo Achille Mbembe. O poder político se apropria da morte como um objeto de gestão, ou seja, o poder não só estabelece normas sobre como devemos viver e agir, mas também decide e toma medidas a respeito de como devemos morrer e quem deve morrer. Utilizando o pensamento da socióloga Linsey McGoey que formula o conceito de ignorância estratégica, o artigo aborda a paixão da ignorância descrita por Lacan, para descrever uma das estratégias do discurso capitalista, que na cidade Imperial pode ser traduzida pela expressão difundida por lá: amnésia do céu azul. Uma estratégia de apagamento do saber sobre as políticas públicas que deveriam ser encaminhadas para evitar novos desastres. Para demonstrar o gozo da ignorância agenciado pelo discurso capitalista, é apresentada uma vinheta clínica de uma intervenção feita durante o período de emergência na tragédia de 2022. Por fim, o artigo aposta que o discurso da psicanálise pode subverter o discurso capitalista fazendo uma crítica a ele.