{"title":"escrita-mulher que goza do equívoco","authors":"Fabiana Rodrigues Barbosa, I. Estêvão","doi":"10.31683/stylus.v1i45.1004","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Se “a realidade é abordada com os aparelhos de gozo” (Lacan, 1972-73/2010, p. 127), e se a linguagem é um aparelho de gozo, arriscamos inferir que a linguagem poética é aparelho de gozo nãotodo[1]. Mas o que seria linguagem poética? Qual a função de abordar a realidade com esse aparelho? Se gozar nãotodamente implica evocar o grande Outro barrado, consentir com o impossível de se dizer todo; essa experiência de falha ou perda, articulada à mulher, leva a uma lógica de linguagem poética e furada, propositalmente ou não, que se borda a partir do traquejo com o Real. Para discutir a política da leitura e da escrita em psicanálise comentamos literaturas críticas de sua própria escrita, que desdobram em ato sua arte. A literatura que transcende muros e subordinações convoca o leitor a se implicar com o que passa do Isso pelo escrito. Assim como Lacan convoca cada psicanalista a reinventar a psicanálise tendo em conta o Real, a inconsistência e a feminilidade, não sem os seus outros; evocamos uma leitura-escrita nãotoda d'Ⱥ mulher que goza do equívoco. \n \n[1] A escolha pela grafia nãotodo com as duas palavras unidas representa nosso entendimento sobre essa posição ou modalidade de gozo, em que todo fálico e nãotodo fálico são intimamente articulados.","PeriodicalId":509451,"journal":{"name":"Revista de Psicanálise Stylus","volume":"18 5","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-06-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Psicanálise Stylus","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31683/stylus.v1i45.1004","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Se “a realidade é abordada com os aparelhos de gozo” (Lacan, 1972-73/2010, p. 127), e se a linguagem é um aparelho de gozo, arriscamos inferir que a linguagem poética é aparelho de gozo nãotodo[1]. Mas o que seria linguagem poética? Qual a função de abordar a realidade com esse aparelho? Se gozar nãotodamente implica evocar o grande Outro barrado, consentir com o impossível de se dizer todo; essa experiência de falha ou perda, articulada à mulher, leva a uma lógica de linguagem poética e furada, propositalmente ou não, que se borda a partir do traquejo com o Real. Para discutir a política da leitura e da escrita em psicanálise comentamos literaturas críticas de sua própria escrita, que desdobram em ato sua arte. A literatura que transcende muros e subordinações convoca o leitor a se implicar com o que passa do Isso pelo escrito. Assim como Lacan convoca cada psicanalista a reinventar a psicanálise tendo em conta o Real, a inconsistência e a feminilidade, não sem os seus outros; evocamos uma leitura-escrita nãotoda d'Ⱥ mulher que goza do equívoco.
[1] A escolha pela grafia nãotodo com as duas palavras unidas representa nosso entendimento sobre essa posição ou modalidade de gozo, em que todo fálico e nãotodo fálico são intimamente articulados.