Enxaguantes bucais isoladamente usados antes do atendimento ao paciente: reflexões e implicações sobre o que representam

Abstract

OBJETIVO: Refletir sobre o significado clínico e biológico dos enxaguantes bucais, quando isoladamente usados fora do contexto de uma higiene bucal representada pela escovação com dentifrícios e fio dental. FUNDAMENTAÇÃO: Os biofilmes microbianos são protegidos por um manto protetor em forma de gel de polissacarídeos, pelo qual, à luz do conhecimento atual, não passam agentes de defesa ou produtos antibióticos e antissépticos. CONCLUSÕES: 1) Bochecho com enxaguante antes do procedimento bucal traz apenas a sensação de odor agradável e bem estar, mas não deve ser considerado uma antissepsia segura do meio bucal; 2) Isoladamente utilizados, os antissépticos não diminuem a microbiota, pelo pouco tempo de ação na boca e pelo fato de não destruírem ou desorganizarem os biofilmes microbianos; 3) Se, antes do bochecho, realizar-se uma escovação com dentifrício e uso de fio dental, pode atuar de forma eficiente sobre muitas bactérias planctônicas que se soltaram dos biofilmes microbianos durante os procedimentos mecânicos; 4) O ideal é uma sessão de higiene bucal com escovação com dentifrício e fio dental, podendo-se finalizar com o bochecho, antes de todo atendimento em qualquer das especialidades – seria mais seguro biologicamente, pela redução considerável dos biofilmes microbianos e das bactérias planctônicas.