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Abstract
O presente artigo tem como objetivo refletir acerca da renovação epistemológica e dos desafios científicos suscitados pela emergência do colapso ambiental. Para tanto, foi dividido em quatro partes. Na primeira, tendo como base o pensamento de Danowski, Viveiros de Castro e Latour, propõe uma reflexão filosófica sobre o esgotamento paradigmático dos modelos que constituíram as ciências modernas e analisa os novos objetos de estudo transdisciplinares que caracterizam o Novo Regime Climático, para usar a terminologia de Latour. No segundo momento, são analisados embates referentes à formalização do termo Antropoceno para designar a nova época geológica e sua decorrente inserção na Escala do Tempo Geológico. Em seguida, o foco incide sobre as considerações acerca do suposto caráter generalizante do termo Antropoceno para designar a época presente. Para isso, utiliza-se principalmente de conceitos desenvolvidos pelo historiador Jason W. Moore e pela filósofa Donna Haraway. A quarta parte indica, a partir das colocações de Reinhart Koselleck e François Hartog, as repercussões do Antropoceno sobre o regime de historicidade da sociedade global capitalizada na contemporaneidade. Ao mesmo tempo, reflete sobre alguns dos desafios enfrentados pela ciência, enquanto instituição, na tarefa de convencer a opinião pública de forma a mobilizá-la para que aumente a pressão sobre as instâncias políticas aptas a tomar medidas que mitigariam dos efeitos do Antropoceno.