{"title":"Os ensaios longos do poeta-crítico Mário Faustino","authors":"João Moura Fernandes, B. Fernandes","doi":"10.20396/remate.v41i2.8666249","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O poeta-crítico Mário Faustino (1930-1962) – vitimado por um acidente de avião aos trinta e dois anos de idade, no auge da sua produção – raramente é ignorado pelos estudiosos da poesia brasileira dos anos 1950 e da sua crítica. Os poemas do autor e as discussões por ele levantadas na sua página “Poesia-Experiência” (publicada semanalmente no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil entre 1956 e 1958) tornaram-se, de fato, tópicos incontornáveis para compreender os debates literários daquele momento. Neste artigo, o que se pretende é apresentar a trajetória crítico-criativa de Faustino para, assim, situar e abordar mais detidamente a parte da obra do autor que merece mais atenção: a dos ensaios longos, de caráter instrumental e didático, notadamente a daqueles compostos como “Diálogos de oficina”. Empreendemos a nossa investigação em seis breves etapas: na primeira, apresentamos um panorama da carreira do autor, destacando os desafios estéticos que ele buscou superar; na segunda, o modo como se organizou a sua obra, tendo em vista situar os três ensaios/diálogos de oficina eleitos para discussão nas etapas seguintes; na terceira, o modo como a última parte dessa obra se baseou em uma determinada poética de fragmentos; na quarta, o pensamento do autor sobre a relação poesia-sociedade, base do ensaio “Para que poesia?”; na quinta, as teses de Faustino sobre as relações poeta-mundo e poesia-objetos, bases dos ensaios “O poeta e seu mundo” e “Que é poesia?”, respectivamente; na sexta, enfim, tecemos uma síntese da nossa discussão acerca da posição assumida pelo poeta-crítico, nos seus ensaios, em relação ao sistema poético brasileiro.","PeriodicalId":32941,"journal":{"name":"Remate de Males","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Remate de Males","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/remate.v41i2.8666249","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERARY THEORY & CRITICISM","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O poeta-crítico Mário Faustino (1930-1962) – vitimado por um acidente de avião aos trinta e dois anos de idade, no auge da sua produção – raramente é ignorado pelos estudiosos da poesia brasileira dos anos 1950 e da sua crítica. Os poemas do autor e as discussões por ele levantadas na sua página “Poesia-Experiência” (publicada semanalmente no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil entre 1956 e 1958) tornaram-se, de fato, tópicos incontornáveis para compreender os debates literários daquele momento. Neste artigo, o que se pretende é apresentar a trajetória crítico-criativa de Faustino para, assim, situar e abordar mais detidamente a parte da obra do autor que merece mais atenção: a dos ensaios longos, de caráter instrumental e didático, notadamente a daqueles compostos como “Diálogos de oficina”. Empreendemos a nossa investigação em seis breves etapas: na primeira, apresentamos um panorama da carreira do autor, destacando os desafios estéticos que ele buscou superar; na segunda, o modo como se organizou a sua obra, tendo em vista situar os três ensaios/diálogos de oficina eleitos para discussão nas etapas seguintes; na terceira, o modo como a última parte dessa obra se baseou em uma determinada poética de fragmentos; na quarta, o pensamento do autor sobre a relação poesia-sociedade, base do ensaio “Para que poesia?”; na quinta, as teses de Faustino sobre as relações poeta-mundo e poesia-objetos, bases dos ensaios “O poeta e seu mundo” e “Que é poesia?”, respectivamente; na sexta, enfim, tecemos uma síntese da nossa discussão acerca da posição assumida pelo poeta-crítico, nos seus ensaios, em relação ao sistema poético brasileiro.