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Abstract
Neste ensaio tenho por intuito tecer diálogos epistemológicos entre autoras pretas que acredito fazerem coro e movimento às reflexões contra coloniais. Proponho aproximar debates pertinentes acerca das experiências ao sul da luta anticapitalista, necessária para as (re)existências periféricas no encontro entre diferentes vozes insurgentes. A ideia é engajar travessias que encontrem terrenos pluriversais no enfrentamento ao racismo e sexismo estruturais, em perspectiva interseccional sobre os desafios de viver nessa modernidade ocidental. Em tempos de grande magnitude na crise dos valores civilizatórios coloniais, refletir sobre os necessários aquilombamentos torna-se exercício ético e êmico para uma prática de liberdade. Num mar de sofrimentos coletivos, ancoro as reflexões propostas por bell hooks (1994) quando nos desperta para as possibilidades da teoria como lugar de cura. Que esses saberes ancestrais em travessias possam nutrir solos existenciais calejados e quem sabe ascender as fogueiras de luta, que em meio aos tantos lutos, como farol na tempestade.