Aiming to recount how psychoanalysis reached the Polish intelligentsia in the first decades of the twentieth century, this books follows the life trajectories of a few Polish-Jewish disciples of Freud who played a significant role in this process: Ludwig Jekels, Helene Deutsch, Beata Rank, Eugenia Sokolnicka, Gustav Bychowski, Siegfried Bernfeld, the sisters Berta and Stephanie Bornstein, and a handful of other individuals. None of them were born in Poland – the state had disappeared from Europe’s map at the end of the eighteenth century, when, in three successive partitions, the territory of the former Polish-Lithuanian Commonwealth was divided between the Kingdom of Prussia, the Habsburg Empire and the Russian Tsarist Empire. Only one of these protagonists became a citizen of the Second Polish Republic when it was created in 1918. Some were key to the transfer of Freudian thought to other countries, such as Sweden or France. Most left Europe in the 1930s and established themselves in the United States, contributing to the postwar cultural success of psychoanalysis. It is thus a narrative of Jewish migrations and, to the same extent, a reflection on traveling concepts. The book follows its protagonists in their upward social mobility and subsequent exile and uprooting. It also examines how a subversive emancipatory idea born in the turmoil of fin-de-siècle Vienna transformed into an American therapeutic method, deprived of all political scope.
{"title":"Freud's Emissaries: the transfer of psychoanalysis through the Polish intelligentsia to Europe 1900-1939","authors":"Lena Magnone","doi":"10.19079/9782940738083","DOIUrl":"https://doi.org/10.19079/9782940738083","url":null,"abstract":"Aiming to recount how psychoanalysis reached the Polish intelligentsia in the first decades of the twentieth century, this books follows the life trajectories of a few Polish-Jewish disciples of Freud who played a significant role in this process: Ludwig Jekels, Helene Deutsch, Beata Rank, Eugenia Sokolnicka, Gustav Bychowski, Siegfried Bernfeld, the sisters Berta and Stephanie Bornstein, and a handful of other individuals. None of them were born in Poland – the state had disappeared from Europe’s map at the end of the eighteenth century, when, in three successive partitions, the territory of the former Polish-Lithuanian Commonwealth was divided between the Kingdom of Prussia, the Habsburg Empire and the Russian Tsarist Empire. Only one of these protagonists became a citizen of the Second Polish Republic when it was created in 1918. Some were key to the transfer of Freudian thought to other countries, such as Sweden or France. Most left Europe in the 1930s and established themselves in the United States, contributing to the postwar cultural success of psychoanalysis. It is thus a narrative of Jewish migrations and, to the same extent, a reflection on traveling concepts. The book follows its protagonists in their upward social mobility and subsequent exile and uprooting. It also examines how a subversive emancipatory idea born in the turmoil of fin-de-siècle Vienna transformed into an American therapeutic method, deprived of all political scope.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"76508905","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38491
Fernanda Barcellos Mathiasi, T. Pimentel
Este artigo analisa os impactos gerados pela lei mexicana de reforma trabalhista sobre as características e condições de trabalho dos trabalhadores sindicalizados. Com base na teoria social realista crítica, considerou-se que as mudanças institucionais nos mecanismos da estrutura social do trabalho assentam em três categorias ontológicas: espaço-tempo, identidade e poder. A pesquisa empírica analisou o caso de três sindicatos com maior número de filiados na cidade de Culiacán, Sinaloa, México. Utilizou-se a estratégia de pesquisa mista, com coleta de dados quantitativos e qualitativos, dos quais foram extraídos dados históricos, documentais e estatísticos. As evidências sugerem que a morfogênese em estruturas espaço-temporais implica em novas configurações identitárias - individuais e coletivas - que, por sua vez, permitem reconfigurações nas estruturas de poder. Conclui-se, ao final, que as mudanças introduzidas no sentido da “flexibilização” do contrato de trabalho geraram a desproteção social do trabalhador, agravando suas condições de trabalho.
{"title":"desconstrução da proteção social através da flexibilidade do contrato de trabalho:","authors":"Fernanda Barcellos Mathiasi, T. Pimentel","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38491","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38491","url":null,"abstract":"Este artigo analisa os impactos gerados pela lei mexicana de reforma trabalhista sobre as características e condições de trabalho dos trabalhadores sindicalizados. Com base na teoria social realista crítica, considerou-se que as mudanças institucionais nos mecanismos da estrutura social do trabalho assentam em três categorias ontológicas: espaço-tempo, identidade e poder. A pesquisa empírica analisou o caso de três sindicatos com maior número de filiados na cidade de Culiacán, Sinaloa, México. Utilizou-se a estratégia de pesquisa mista, com coleta de dados quantitativos e qualitativos, dos quais foram extraídos dados históricos, documentais e estatísticos. As evidências sugerem que a morfogênese em estruturas espaço-temporais implica em novas configurações identitárias - individuais e coletivas - que, por sua vez, permitem reconfigurações nas estruturas de poder. Conclui-se, ao final, que as mudanças introduzidas no sentido da “flexibilização” do contrato de trabalho geraram a desproteção social do trabalhador, agravando suas condições de trabalho.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47771083","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38488
Luciana Barbosa
O presente artigo tem como objetivo construir um panorama sobre como se mobilizam os atores sociais em torno do acesso à maconha para fins medicinais no Brasil, especialmente no que se refere às ações coletivas promovidas entre os anos de 2014 e 2019 por meio do associativismo canábico. A partir de uma pesquisa etnográfica realizada junto a associações canábicas brasileiras, e pela análise documental e de audiências públicas, compreendeu-se que o ativismo em torno do tema tem resultado no maior acesso a tal tratamento, por meio da desobediência civil e da judicialização da saúde. Como o conhecimento necessário para realizar o tratamento com cannabis não tem sido produzido pelas instituições médicas ou institutos de pesquisa, para acessá-los é necessário engajar-se em coletivos ou associações canábicas. Nesse sentido, o engajamento promove o maior acesso à saúde, uma vez que tais movimentos têm resultado em possibilidades para tal tratamento. Além disso, a credibilidade e legitimidade alcançada pelas associações canábicas tem potencial para ampliar a democratização do debate sobre o tema da cannabis, uma vez que aumentam a participação social nos processos de tomada de decisão, e demandam meios democráticos de acesso.
{"title":"Redes canábicas e usos medicinais de maconha:","authors":"Luciana Barbosa","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38488","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38488","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo construir um panorama sobre como se mobilizam os atores sociais em torno do acesso à maconha para fins medicinais no Brasil, especialmente no que se refere às ações coletivas promovidas entre os anos de 2014 e 2019 por meio do associativismo canábico. A partir de uma pesquisa etnográfica realizada junto a associações canábicas brasileiras, e pela análise documental e de audiências públicas, compreendeu-se que o ativismo em torno do tema tem resultado no maior acesso a tal tratamento, por meio da desobediência civil e da judicialização da saúde. Como o conhecimento necessário para realizar o tratamento com cannabis não tem sido produzido pelas instituições médicas ou institutos de pesquisa, para acessá-los é necessário engajar-se em coletivos ou associações canábicas. Nesse sentido, o engajamento promove o maior acesso à saúde, uma vez que tais movimentos têm resultado em possibilidades para tal tratamento. Além disso, a credibilidade e legitimidade alcançada pelas associações canábicas tem potencial para ampliar a democratização do debate sobre o tema da cannabis, uma vez que aumentam a participação social nos processos de tomada de decisão, e demandam meios democráticos de acesso.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42078594","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38485
Robert Jungmann
O enfoque sociológico nos atores coletivos estáveis não parece enquadrar-se nas formas inovadoras de ação coletiva flexível e de curto prazo dos nossos dias. O artigo desenvolve um conceito gradual de ação coletiva. Isto torna possível deixar de pressupor os atores coletivos problematizados e estáveis nas análises. Recordando os caminhos clássicos da conceptualização da ação coletiva, são elaborados três aspetos que distinguem a ação coletiva de qualquer interação, comportamento coletivo, ou ação coordenada. Com base nisto, três formas de ação coletiva são discutidas na sua respetiva constituição específica: Intervenções Coletivas, Coletivos Estabilizados, e Intervenientes Coletivos Competentes. As consequências analíticas deste conceito gradual são então ilustradas pelo debate sobre a ação coletiva organizada para além da organização formal na investigação da organização e do movimento. A heurística assim desdobrada oferece pontos de referência abstratos para um programa de investigação que compara os novos coletivos com os coletivos clássicos.
{"title":"ação coletiva organizada e os novos coletivos:","authors":"Robert Jungmann","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38485","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38485","url":null,"abstract":"O enfoque sociológico nos atores coletivos estáveis não parece enquadrar-se nas formas inovadoras de ação coletiva flexível e de curto prazo dos nossos dias. O artigo desenvolve um conceito gradual de ação coletiva. Isto torna possível deixar de pressupor os atores coletivos problematizados e estáveis nas análises. Recordando os caminhos clássicos da conceptualização da ação coletiva, são elaborados três aspetos que distinguem a ação coletiva de qualquer interação, comportamento coletivo, ou ação coordenada. Com base nisto, três formas de ação coletiva são discutidas na sua respetiva constituição específica: Intervenções Coletivas, Coletivos Estabilizados, e Intervenientes Coletivos Competentes. As consequências analíticas deste conceito gradual são então ilustradas pelo debate sobre a ação coletiva organizada para além da organização formal na investigação da organização e do movimento. A heurística assim desdobrada oferece pontos de referência abstratos para um programa de investigação que compara os novos coletivos com os coletivos clássicos.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42393601","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.35296
H. Moreira
A persistência do movimento negro no combate ao racismo e às desigualdades raciais, bem como a participação de militantes na política institucional e nas mais variadas esferas de decisão, obrigou ao Estado brasileiro o reconhecimento do caráter conflituoso e desigual de nossas relações raciais, rompendo com décadas da visão de um país racialmente harmonizado. Tal reconhecimento legou o estabelecimento de instrumentos jurídicos e de políticas específicas que visassem a proteção e promoção da cultura e identidade afro-brasileiras, bem como o fornecimento de bens, produtos e serviços voltados à mitigação dos problemas estruturais e institucionais que dificultam uma realização equânime dos direitos civis, sociais e econômicos da população negra face à população branca. Um destes instrumentos é o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, citado primeiramente na Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, de 2003, e institucionalmente inaugurado pelo Estatuto da Igualdade Racial, que em 2020 completou 10 anos de promulgação. O trabalho que se segue visa levantar dados socioeconômicos sobre os municípios cadastrados nesta base de 2014 a 2020.
{"title":"Dez anos do estatuto da igualdade racial","authors":"H. Moreira","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.35296","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.35296","url":null,"abstract":"A persistência do movimento negro no combate ao racismo e às desigualdades raciais, bem como a participação de militantes na política institucional e nas mais variadas esferas de decisão, obrigou ao Estado brasileiro o reconhecimento do caráter conflituoso e desigual de nossas relações raciais, rompendo com décadas da visão de um país racialmente harmonizado. Tal reconhecimento legou o estabelecimento de instrumentos jurídicos e de políticas específicas que visassem a proteção e promoção da cultura e identidade afro-brasileiras, bem como o fornecimento de bens, produtos e serviços voltados à mitigação dos problemas estruturais e institucionais que dificultam uma realização equânime dos direitos civis, sociais e econômicos da população negra face à população branca. Um destes instrumentos é o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, citado primeiramente na Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, de 2003, e institucionalmente inaugurado pelo Estatuto da Igualdade Racial, que em 2020 completou 10 anos de promulgação. O trabalho que se segue visa levantar dados socioeconômicos sobre os municípios cadastrados nesta base de 2014 a 2020.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45859390","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38487
D. Kerber
O artigo se dedica a análise da participação de experts de organizações não governamentais – ONGs – no processo de problematização (dos fatos) da migração de mulheres brasileiras e a contribuição desses atores para que os fatos dessa migração ganhem visibilidade como problemas. Ele está fundamentado na sociologia do conhecimento à qual é incorporada a perspectiva da transnacionalização a fim de que se possa, dessa forma, analisar uma realidade que vai além dos limites nacionais. A partir das reflexões oriundas do trabalho de análise são apresentados a gênese, a disseminação e a modificação do conhecimento de problematização desses atores de ONGs, assim como a alteração de seus horizontes de relevância durante o processo de problematização.
{"title":"Experts de ONGs no processo de problematização (dos fatos) da migração de mulheres brasileiras:","authors":"D. Kerber","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38487","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38487","url":null,"abstract":"O artigo se dedica a análise da participação de experts de organizações não governamentais – ONGs – no processo de problematização (dos fatos) da migração de mulheres brasileiras e a contribuição desses atores para que os fatos dessa migração ganhem visibilidade como problemas. Ele está fundamentado na sociologia do conhecimento à qual é incorporada a perspectiva da transnacionalização a fim de que se possa, dessa forma, analisar uma realidade que vai além dos limites nacionais. A partir das reflexões oriundas do trabalho de análise são apresentados a gênese, a disseminação e a modificação do conhecimento de problematização desses atores de ONGs, assim como a alteração de seus horizontes de relevância durante o processo de problematização.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43445192","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38486
Carla Rech
O presente artigo tem por objetivo apresentar resultados de pesquisa sobre ocupação de cargos instáveis no governo federal brasileiro a partir de 2003. Orientada pela teoria dos campos de ação estratégica, pela abordagem das redes sociais, por elementos da sociologia disposicionalista, multideterminista e à escala individual e pelo conceito de ativismo institucional, buscou-se, a partir da pesquisa bibliográfica e documental e da realização de entrevistas, identificar no contexto político-institucional e na trajetória dos sujeitos investigados, elementos que explicassem a ocupação de cargos governamentais por vias discricionárias. Os dados demonstraram que, no caso analisado, a ocupação destes cargos decorreram de uma inserção prévia, acadêmica e/ou profissional, em projetos e ações voltadas para o desenvolvimento rural e ao vínculo com movimentos sociais ligados à essa causa. Verificamos que ao ingressar neste campo, os indivíduos passam a compartilhar de uma mesma comunidade técnica mas também militante. Além disso, esse tipo de inserção estabeleceu redes e conferiu, ao longo do tempo, múltiplos reconhecimentos que permitiram aos sujeitos a ocupação de cargos no governo federal, a partir de 2003, dada as condições existentes no Estado. Verificou-se ainda que há também uma disponibilidade biográfica dos sujeitos de ocuparem cargos instáveis em prol deste tipo de trabalho.
{"title":"Construindo pontes entre movimentos sociais e Estado no Brasil:","authors":"Carla Rech","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38486","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38486","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo apresentar resultados de pesquisa sobre ocupação de cargos instáveis no governo federal brasileiro a partir de 2003. Orientada pela teoria dos campos de ação estratégica, pela abordagem das redes sociais, por elementos da sociologia disposicionalista, multideterminista e à escala individual e pelo conceito de ativismo institucional, buscou-se, a partir da pesquisa bibliográfica e documental e da realização de entrevistas, identificar no contexto político-institucional e na trajetória dos sujeitos investigados, elementos que explicassem a ocupação de cargos governamentais por vias discricionárias. Os dados demonstraram que, no caso analisado, a ocupação destes cargos decorreram de uma inserção prévia, acadêmica e/ou profissional, em projetos e ações voltadas para o desenvolvimento rural e ao vínculo com movimentos sociais ligados à essa causa. Verificamos que ao ingressar neste campo, os indivíduos passam a compartilhar de uma mesma comunidade técnica mas também militante. Além disso, esse tipo de inserção estabeleceu redes e conferiu, ao longo do tempo, múltiplos reconhecimentos que permitiram aos sujeitos a ocupação de cargos no governo federal, a partir de 2003, dada as condições existentes no Estado. Verificou-se ainda que há também uma disponibilidade biográfica dos sujeitos de ocuparem cargos instáveis em prol deste tipo de trabalho.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":"78 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41291504","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38489
Irma Maria Viana da Silva
Em 1936, o filósofo alemão, um dos fundadores da escola de Frankfurt ou da chamada Teoria Crítica, de orientação marxista, Walter Benjamin, estudando as relações entre arte e sociedade na era das reproduções técnicas, ressaltava a função revolucionaria do cinema – onde a técnica e a arte se encontravam de maneira positiva – na sua relação com as massas. Do final da década de 1950 à década de 1980, Glauber Rocha, inspirado no movimento cinematográfico neo-realista italiano, e outros movimentos vanguardistas surgidos na Europa pós-guerra, abraça a técnica cinematográfica como meio para refletir e possivelmente transformar as relações de poder e, conseqüentemente, a realidade sócio-política nos países colonizados da América Latina. Herdeiro-participante dos movimentos sociais dos anos 1960 e líder do movimento Cinema Novo, Glauber Rocha pretendia utilizar a arte cinematográfica como objeto de reflexão e transformação social, ou como instrumento de prática “política” no campo cultural. Assim, este artigo procura analisar a revolução feita pelo Cinema Novo como um movimento sociocultural que buscou um novo modo de produção cinematográfica, em oposição ao modelo hollywoodiano dominante.
{"title":"Glauber Rocha e o Movimento Cinema Novo","authors":"Irma Maria Viana da Silva","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38489","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38489","url":null,"abstract":"Em 1936, o filósofo alemão, um dos fundadores da escola de Frankfurt ou da chamada Teoria Crítica, de orientação marxista, Walter Benjamin, estudando as relações entre arte e sociedade na era das reproduções técnicas, ressaltava a função revolucionaria do cinema – onde a técnica e a arte se encontravam de maneira positiva – na sua relação com as massas. Do final da década de 1950 à década de 1980, Glauber Rocha, inspirado no movimento cinematográfico neo-realista italiano, e outros movimentos vanguardistas surgidos na Europa pós-guerra, abraça a técnica cinematográfica como meio para refletir e possivelmente transformar as relações de poder e, conseqüentemente, a realidade sócio-política nos países colonizados da América Latina. Herdeiro-participante dos movimentos sociais dos anos 1960 e líder do movimento Cinema Novo, Glauber Rocha pretendia utilizar a arte cinematográfica como objeto de reflexão e transformação social, ou como instrumento de prática “política” no campo cultural. Assim, este artigo procura analisar a revolução feita pelo Cinema Novo como um movimento sociocultural que buscou um novo modo de produção cinematográfica, em oposição ao modelo hollywoodiano dominante.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47871346","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.39454
Josep Pont Vidal
Apresento uma explanação introdutória a partir das recentes contribuições das correntes conceituais neosistêmicas, pós-lumanianas e pós-estruturalistas. Elas são identificadas e analisadas em três partes. Na primeira seção, são apresentadas algumas publicações de Luhmann que abordam diretamente o estudo das organizações, bem como é apresentado o debate gerado a partir de sua teoria. Na segunda seção, é apresentado o diálogo recente a partir das publicações da Sociologia e da Filosofia. A partir delas, focalizamos o vínculosociedade-estado, onde o construtivismo social aparece como um nexo ou instrumento teórico conceitual transversal, que permite o diálogo entre os dois conceitos teóricos distintos. Na terceira seção, são expostas algumas contribuições recentes de abordagens neosistêmica e pós-estruturalistas. Por fim, analiso a convergência da Teoria Ator-Rede com essas correntes conceituais.
{"title":"Saindo do nevoeiro:","authors":"Josep Pont Vidal","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.39454","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.39454","url":null,"abstract":"Apresento uma explanação introdutória a partir das recentes contribuições das correntes conceituais neosistêmicas, pós-lumanianas e pós-estruturalistas. Elas são identificadas e analisadas em três partes. Na primeira seção, são apresentadas algumas publicações de Luhmann que abordam diretamente o estudo das organizações, bem como é apresentado o debate gerado a partir de sua teoria. Na segunda seção, é apresentado o diálogo recente a partir das publicações da Sociologia e da Filosofia. A partir delas, focalizamos o vínculosociedade-estado, onde o construtivismo social aparece como um nexo ou instrumento teórico conceitual transversal, que permite o diálogo entre os dois conceitos teóricos distintos. Na terceira seção, são expostas algumas contribuições recentes de abordagens neosistêmica e pós-estruturalistas. Por fim, analiso a convergência da Teoria Ator-Rede com essas correntes conceituais.","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44143789","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-08DOI: 10.34019/2318-101x.2022.v17.38490
Michael Grothe-Hammer, Héloïse Berkowitz, Olivier Berthod
Este artigo desenvolve as bases para uma teoria da organização decisória. Abordagens importantes, como a teoria do sistema sociológico, a parcial e a meta-organização, ou organização, compartilham a suposição de que as decisões são um componente central das organizações. No entanto, os estudos da organização ainda não prestam contas do papel da decisão no surgimento e continuação da organização. No entanto, se as sociedades pré-modernas poderiam contar com a ordem institucionalizada sob a forma de tradições e autoridades, o mundo contemporâneo repousa em uma miríade de decisões para lidar com complexidades sociais. Desenvolvemos uma teoria integrada de organização decisória na qual articulamos diversos conceitos de teoria organizacional, apresentando assim a organização como um sistema de decisão e uma ordem social baseada em decisões. Olhando ainda mais para a organização como contínuo um, distinguimos entre "organização entitativa", ou seja, graus de organizacionalidade no nível da entidade e "organização estrutural", ou seja, uma combinação de elementos de organizacionalidade. Essa abordagem constitui um importante desenvolvimento para a Teoria das Organizações, pois nos ajuda a analisar e a complexa camada e o entrelaçamento das ordens sociais dentro, de fora, entre elas, e como organização, e identificar futuras pesquisas sobre o aninhamento da organização e a manutenção dos limites organizacionais.
{"title":"Teoria Decisória nas Organizações:","authors":"Michael Grothe-Hammer, Héloïse Berkowitz, Olivier Berthod","doi":"10.34019/2318-101x.2022.v17.38490","DOIUrl":"https://doi.org/10.34019/2318-101x.2022.v17.38490","url":null,"abstract":"Este artigo desenvolve as bases para uma teoria da organização decisória. Abordagens importantes, como a teoria do sistema sociológico, a parcial e a meta-organização, ou organização, compartilham a suposição de que as decisões são um componente central das organizações. No entanto, os estudos da organização ainda não prestam contas do papel da decisão no surgimento e continuação da organização. No entanto, se as sociedades pré-modernas poderiam contar com a ordem institucionalizada sob a forma de tradições e autoridades, o mundo contemporâneo repousa em uma miríade de decisões para lidar com complexidades sociais. Desenvolvemos uma teoria integrada de organização decisória na qual articulamos diversos conceitos de teoria organizacional, apresentando assim a organização como um sistema de decisão e uma ordem social baseada em decisões. Olhando ainda mais para a organização como contínuo um, distinguimos entre \"organização entitativa\", ou seja, graus de organizacionalidade no nível da entidade e \"organização estrutural\", ou seja, uma combinação de elementos de organizacionalidade. Essa abordagem constitui um importante desenvolvimento para a Teoria das Organizações, pois nos ajuda a analisar e a complexa camada e o entrelaçamento das ordens sociais dentro, de fora, entre elas, e como organização, e identificar futuras pesquisas sobre o aninhamento da organização e a manutenção dos limites organizacionais. ","PeriodicalId":33386,"journal":{"name":"Teoria e Cultura","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47071435","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}