{"title":"Discurso, corpo utópico e escrita de/em si","authors":"Denise Gabriel Witzel","doi":"10.18309/ranpoll.v53i2.1746","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Focalizando corpos utópicos de mulheres que se escrevem e se expõem em manifestações sociais, em uma forma de luta política, valemo-nos fundamentalmente de dois estudos de Michel Foucault acerca do corpo utópico e da escrita de si com o objetivo de descrever e analisar discursos materializados na pele, efêmeros nas ruas, mas perenes nas mídias sociais. Lemos e interpretamos precisamente a escrita de dois enunciados – Não é não e Meu corpo, minhas regras - mobilizados como estratégias de luta política para reivindicar o próprio corpo, esse que, durante muito tempo, permaneceu invisível na história, preso a tecnologias de poder que o regularam mediante normas e valores de ordem moral, ética, estética e científica. O corpo utópico das manifestantes que escrevem em si, ao serem disseminados, vistos, curtidos e compartilhados milhares de vezes nas redes sociais, faz proliferarem os discursos que reinventam as mulheres na construção da sua narrativa histórica e nas suas possíveis práticas de liberdade.","PeriodicalId":41303,"journal":{"name":"Revista da Anpoll","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2022-09-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da Anpoll","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i2.1746","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Focalizando corpos utópicos de mulheres que se escrevem e se expõem em manifestações sociais, em uma forma de luta política, valemo-nos fundamentalmente de dois estudos de Michel Foucault acerca do corpo utópico e da escrita de si com o objetivo de descrever e analisar discursos materializados na pele, efêmeros nas ruas, mas perenes nas mídias sociais. Lemos e interpretamos precisamente a escrita de dois enunciados – Não é não e Meu corpo, minhas regras - mobilizados como estratégias de luta política para reivindicar o próprio corpo, esse que, durante muito tempo, permaneceu invisível na história, preso a tecnologias de poder que o regularam mediante normas e valores de ordem moral, ética, estética e científica. O corpo utópico das manifestantes que escrevem em si, ao serem disseminados, vistos, curtidos e compartilhados milhares de vezes nas redes sociais, faz proliferarem os discursos que reinventam as mulheres na construção da sua narrativa histórica e nas suas possíveis práticas de liberdade.