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Abstract
Neste artigo, tomamos por base conceitos advindos da teoria bakthiniana, 2017 [1970-71], 2015 [1930-36], 1996 [1965]; Pavel N. Medviédev, 2012 [1928]; Valentin Volóchinov, 2017 [1929], a fim de compreender a linguagem em seu caráter indissociável com a vida social. Para exemplificar essa forma escrita, apresentamos textos verbo-visuais narrativos, recolhidos da produção de estudantes de uma escola pública de Belém do Pará. O objetivo é analisar o modo de organização narrativa dos alunos do 6° ano do ensino fundamental, em torno do tema trajeto casa/escola. O resultado obtido frente à proposta didática retoma as tensões entre a cultura ribeirinha e a cultura eurocêntrica. Ao contar suas histórias reais, os alunos-autores desempenham um papel de testemunhas da vida na várzea, e o rio Guamá adquire um papel central em suas vidas, por ser o único acesso que lhes permite estabelecer um elo entre duas diferentes realidades. Alguns aspectos da materialidade semiótica ajudam a compor o texto narrativo, trazendo numa dupla tensão entre a cultura popular e a escolar, o confronto entre várzea e cidade. A solução criativa dos estudantes para o texto é usar ora o desenho colorido ora em preto e branco. De comunidades nos vários igarapés e ilhas, os jovens autores estão interligados pela singularidade dos percursos que trilham para chegar e sair da escola.