{"title":"Mecanismos de controle em propostas de escrita narrativa do livro didático de português (1970 a 2009).","authors":"J. B. Ribeiro, Sulemi Fabiano-Campos","doi":"10.22297/DL.V8I1.3496","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente estudo analisa quatro propostas de escrita narrativa em Livros Didáticos de Português (LDP), de Ensino Fundamental (EF), do 6º ao 9º ano, publicados, respectivamente, em 1976, 1984, 1993 e 2009. O objetivo principal, ao analisar essas propostas, é verificar como esses materiais apresentam-se para o aluno e para o professor, sobretudo, por meio de comentários e orientações que auxiliam na realização da atividade de escrita. Pretende-se comparar (nas respectivas décadas) como é proposto o ensino de escrita a partir do LDP, no ambiente escolar. A escolha das propostas justifica-se por serem consideradas representativas das concepções do período a que pertencem. Busca-se responder à seguinte pergunta de pesquisa: Que tipo de controle é apresentado pelo LDP, por meio de propostas de escrita direcionadas ao aluno, de modo a levá-lo a reproduzir e/ou imitar um modelo de texto? Teoricamente, este estudo mobiliza o trabalho de Althusser (1985), que considera a escola como parte dos Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE); a concepção dialógica de Bakhtin (2000); e a proposta de Geraldi (1997, 2006, 2010), acerca das concepções de linguagem e da prática da produção textual. Como resultado, este estudo aponta, na Escola Básica, a prática de escrita concentrada, prioritariamente, em atividades de cópia, reprodução, reescritura e, em estágios mais avançados, em atividades que partem de modelos preestabelecidos, solicitando aos alunos que produzam textos com temas similares, seguindo a estrutura sugerida. São supostos ideais a serem seguidos e imitados pelos alunos, que consistem em mecanismos de controle resultantes do cerceamento na escrita.","PeriodicalId":53852,"journal":{"name":"Dialogo das Letras","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2019-03-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Dialogo das Letras","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22297/DL.V8I1.3496","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LANGUAGE & LINGUISTICS","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente estudo analisa quatro propostas de escrita narrativa em Livros Didáticos de Português (LDP), de Ensino Fundamental (EF), do 6º ao 9º ano, publicados, respectivamente, em 1976, 1984, 1993 e 2009. O objetivo principal, ao analisar essas propostas, é verificar como esses materiais apresentam-se para o aluno e para o professor, sobretudo, por meio de comentários e orientações que auxiliam na realização da atividade de escrita. Pretende-se comparar (nas respectivas décadas) como é proposto o ensino de escrita a partir do LDP, no ambiente escolar. A escolha das propostas justifica-se por serem consideradas representativas das concepções do período a que pertencem. Busca-se responder à seguinte pergunta de pesquisa: Que tipo de controle é apresentado pelo LDP, por meio de propostas de escrita direcionadas ao aluno, de modo a levá-lo a reproduzir e/ou imitar um modelo de texto? Teoricamente, este estudo mobiliza o trabalho de Althusser (1985), que considera a escola como parte dos Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE); a concepção dialógica de Bakhtin (2000); e a proposta de Geraldi (1997, 2006, 2010), acerca das concepções de linguagem e da prática da produção textual. Como resultado, este estudo aponta, na Escola Básica, a prática de escrita concentrada, prioritariamente, em atividades de cópia, reprodução, reescritura e, em estágios mais avançados, em atividades que partem de modelos preestabelecidos, solicitando aos alunos que produzam textos com temas similares, seguindo a estrutura sugerida. São supostos ideais a serem seguidos e imitados pelos alunos, que consistem em mecanismos de controle resultantes do cerceamento na escrita.