{"title":"Do sentido formativo ao enigma da frieza: uma análise do filme “A Fita Branca”, de Michael Haneke","authors":"H. Peres, Luiz Roberto Gomes","doi":"10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P181-195","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Retomaremos neste artigo alguns elementos que tangem o conceito de frieza. Esta, vinculada ao processo de reprodução material na sociedade burguesa, mostra-se como mal-estar cultural que se traduz na expressão da indiferença nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Subsidiada pelo aporte da Teoria Crítica da Sociedade, a interlocução com o argumento em questão se dará através da análise do filme A Fita Branca [Das Weiße Band, 2009], do diretor austríaco Michael Haneke. Ao contrário de um cinema que se apresenta como narrativa casual, este filme traz ao espectador a experiência com os enigmas nele implicados, expressando, assim, o sentido formativo e educativo que lhe é intrínseco, e não atribuído a posteriori. Neste ínterim, a hipótese é a de que para além das alegorias que remontam ao embrião dos regimes totalitários, em geral, e do regime nazista na Alemanha, em particular, há também no filme de Haneke elementos enigmáticos que apontam para o conceito de frieza burguesa, e que podem vir a facultar no espectador a reflexão crítica sobre as condições que levaram a tal momento de barbárie.","PeriodicalId":40855,"journal":{"name":"Comunicacoes","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-04-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Comunicacoes","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15600/2238-121X/COMUNICACOES.V26N1P181-195","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Retomaremos neste artigo alguns elementos que tangem o conceito de frieza. Esta, vinculada ao processo de reprodução material na sociedade burguesa, mostra-se como mal-estar cultural que se traduz na expressão da indiferença nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Subsidiada pelo aporte da Teoria Crítica da Sociedade, a interlocução com o argumento em questão se dará através da análise do filme A Fita Branca [Das Weiße Band, 2009], do diretor austríaco Michael Haneke. Ao contrário de um cinema que se apresenta como narrativa casual, este filme traz ao espectador a experiência com os enigmas nele implicados, expressando, assim, o sentido formativo e educativo que lhe é intrínseco, e não atribuído a posteriori. Neste ínterim, a hipótese é a de que para além das alegorias que remontam ao embrião dos regimes totalitários, em geral, e do regime nazista na Alemanha, em particular, há também no filme de Haneke elementos enigmáticos que apontam para o conceito de frieza burguesa, e que podem vir a facultar no espectador a reflexão crítica sobre as condições que levaram a tal momento de barbárie.