Cintia Helena Brito de Sousa, Francisco Gilieferson Soares de Sousa, Ailton Bruno de Farias, Beatriz Alves Viana
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Abstract
Segundo o Observatório de Pessoas Trans Assassinadas (TGEU, 2019), o Brasil é considerado o país com maior número de mortes contra sujeitos transexuais. Sabe-se que a permanência estrutural do preconceito direcionado a esse público possui o objetivo explícito de invalidar formas de viver justificado por argumentos de diversos tipos de intolerância, dentre elas, a religiosa, que tem ganhado cada vez mais espaço na representatividade parlamentar brasileira. A partir disso, pretende-se investigar os efeitos do preconceito proveniente da intolerância religiosa direcionada a sujeitos transexuais. Para tanto, foi realizada uma análise exploratória das políticas públicas direcionadas ao público LGBTQIA+ e uma reflexão crítica sobre as formas possíveis de resistência diante dessa problemática, apontando a arte como uma dessas possibilidades. Argumenta-se que a arte pode ser uma forma de resistência potente, tendo em vista que se trata de uma linguagem que permite o debate justo, igualitário e democrático no âmbito político, social e cultural, além de servir como forma de empoderamento de artistas LGBTQIA+, visando legitimar seus trabalhos e narrativas. Nesse sentido, aposta-se que o presente trabalho pode movimentar discussões importantes, capazes de deslocar práticas discursivas preconceituosas e construir formas de resistência que permitam reordenar racionalidades fixas e estáticas.