{"title":"Freire e seu olhar dialógico: uma proposta de leitura de literatura em língua estrangeira para a construção da alteridade","authors":"A. G. Cerqueira","doi":"10.34024/olhares.2021.v9.12615","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste trabalho, discorre-se sobre uma proposta de leitura em defesa de que as ideias freireanas continuam necessárias e seu olhar tem contribuições relevantes até mesmo para a leitura de literatura em língua estrangeira. A educação problematizadora de Paulo Freire aponta para uma abordagem de leitura dialógica que visa um leitor autônomo como parte do processo de leitura e o professor como mediador desta na construção dos sentidos possibilitados pelo texto, inclusive, literário. Utiliza-se a pesquisa bibliográfica e, mostrando convergências entre conceitos de Bakhtin e o pensamento de Freire, propõe-se que ler é encontrar-se com o Outro, é (re)construir linguagens, é saber-se parte de um todo, de uma cultura que parecia alheia, porém, que define o Eu como sujeito no mundo. Isto é, na aproximação entre uma filosofia da linguagem bakhtiniana e uma teoria pedagógica freireana, entende-se o lugar da literatura nas relações sociais. Consequentemente, o processo de ensino-aprendizagem de leitura de literatura em um novo idioma deve realizar-se pela perspectiva da dimensão social da linguagem. Mediar a leitura de narrativas literárias em língua estrangeira é construir pontes entre a cultura do aluno e a cultura ensinada de forma sistemática, utilizando estratégias de leitura, desenvolvendo a curiosidade de que trata Freire, promovendo o diálogo entre o modo de ver o mundo e a janela de possibilidades que se abre para a compreensão da/pela narrativa literária. Finalmente, a dialogia dessa abordagem mostra-se presente, também, na construção da alteridade, isto é, uma identidade marcada pelo outro.","PeriodicalId":40381,"journal":{"name":"Revista Olhres","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2021-11-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Olhres","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34024/olhares.2021.v9.12615","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste trabalho, discorre-se sobre uma proposta de leitura em defesa de que as ideias freireanas continuam necessárias e seu olhar tem contribuições relevantes até mesmo para a leitura de literatura em língua estrangeira. A educação problematizadora de Paulo Freire aponta para uma abordagem de leitura dialógica que visa um leitor autônomo como parte do processo de leitura e o professor como mediador desta na construção dos sentidos possibilitados pelo texto, inclusive, literário. Utiliza-se a pesquisa bibliográfica e, mostrando convergências entre conceitos de Bakhtin e o pensamento de Freire, propõe-se que ler é encontrar-se com o Outro, é (re)construir linguagens, é saber-se parte de um todo, de uma cultura que parecia alheia, porém, que define o Eu como sujeito no mundo. Isto é, na aproximação entre uma filosofia da linguagem bakhtiniana e uma teoria pedagógica freireana, entende-se o lugar da literatura nas relações sociais. Consequentemente, o processo de ensino-aprendizagem de leitura de literatura em um novo idioma deve realizar-se pela perspectiva da dimensão social da linguagem. Mediar a leitura de narrativas literárias em língua estrangeira é construir pontes entre a cultura do aluno e a cultura ensinada de forma sistemática, utilizando estratégias de leitura, desenvolvendo a curiosidade de que trata Freire, promovendo o diálogo entre o modo de ver o mundo e a janela de possibilidades que se abre para a compreensão da/pela narrativa literária. Finalmente, a dialogia dessa abordagem mostra-se presente, também, na construção da alteridade, isto é, uma identidade marcada pelo outro.