{"title":"Programas de alimentação escolar (PAES) «de produção local»: um instrumento para a construção de uma nova equação alimentar?","authors":"T. Balem, Marco Antônio Fialho, S. Schneider","doi":"10.53766/agroalim/2021.27.52.06","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O regime agroalimentar industrial demonstra uma série de problemas, consideradas questões chaves para o debate da Nova Equação Alimentar (NEA). Estão no centro do debate a segurança alimentar, os problemas de saúde, a sustentabilidade do sistema agroalimentar e a erosão dos vínculos entre produção e consumo. Parte-se do pressuposto que os PAE podem ser importantes instrumentos ou “portas de entradas do tipo” de relocalização da alimentação e de emergência de um novo regime agroalimentar. Assim, esse trabalho busca analisar em que medida as políticas de alimentação escolar estão alinhadas ou contribuem com o debate circunscrito no conjunto de ideias da NEA. Foram analisadas as contribuições da política do World Food Programme, da política brasileira estabelecida a partir de 2009, além disso, do referencial dos autores Morgan e Sonnino, basilares na discussão do potencial dos PAE na reconstrução do sistema agroalimentar. A base da discussão dos PAE “de production locale”: (home-grown school feeding) como porta de entrada para uma NEA está alinhada com quatro princípios básicos: i) compra de alimentos da agricultura local e de pequena escala; ii) valorização da cultura alimentar; iii) fornecimento de alimentos de qualidade e saudáveis aos escolares; iv) a alimentação escolar como estímulo ao desenvolvimento de sistemas de produção e de consumo alternativos. É possível apontar que a alimentação escolar tem potencial de construir uma nova cultura coletiva de desenvolvimento sustentável e um sistema agroalimentar amparado pela reconexão entre produção e consumo. No entanto, é necessário o Estado criar mecanismos e outras políticas intersetoriais que favoreçam a produção, o processamento e a comercialização em pequena escala. O caso brasileiro demonstra que se avançou significantemente na concepção de PAE, no entanto outras estruturas estatais mantiveram-se nos velhos padrões.","PeriodicalId":40054,"journal":{"name":"Agroalimentaria","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Agroalimentaria","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.53766/agroalim/2021.27.52.06","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O regime agroalimentar industrial demonstra uma série de problemas, consideradas questões chaves para o debate da Nova Equação Alimentar (NEA). Estão no centro do debate a segurança alimentar, os problemas de saúde, a sustentabilidade do sistema agroalimentar e a erosão dos vínculos entre produção e consumo. Parte-se do pressuposto que os PAE podem ser importantes instrumentos ou “portas de entradas do tipo” de relocalização da alimentação e de emergência de um novo regime agroalimentar. Assim, esse trabalho busca analisar em que medida as políticas de alimentação escolar estão alinhadas ou contribuem com o debate circunscrito no conjunto de ideias da NEA. Foram analisadas as contribuições da política do World Food Programme, da política brasileira estabelecida a partir de 2009, além disso, do referencial dos autores Morgan e Sonnino, basilares na discussão do potencial dos PAE na reconstrução do sistema agroalimentar. A base da discussão dos PAE “de production locale”: (home-grown school feeding) como porta de entrada para uma NEA está alinhada com quatro princípios básicos: i) compra de alimentos da agricultura local e de pequena escala; ii) valorização da cultura alimentar; iii) fornecimento de alimentos de qualidade e saudáveis aos escolares; iv) a alimentação escolar como estímulo ao desenvolvimento de sistemas de produção e de consumo alternativos. É possível apontar que a alimentação escolar tem potencial de construir uma nova cultura coletiva de desenvolvimento sustentável e um sistema agroalimentar amparado pela reconexão entre produção e consumo. No entanto, é necessário o Estado criar mecanismos e outras políticas intersetoriais que favoreçam a produção, o processamento e a comercialização em pequena escala. O caso brasileiro demonstra que se avançou significantemente na concepção de PAE, no entanto outras estruturas estatais mantiveram-se nos velhos padrões.
期刊介绍:
En cuanto al alcance, la revista provee un foro de discusión para la comunidad académica nacional e internacional interesada en dilucidar los aspectos teóricos y prácticos de las Ciencias Sociales relacionados con la agricultura y la alimentación. Su política constante ha sido identificar y promover la difusión de estudios que contribuyan a alimentar ese foro de discusión, así como circular información sobre metodologías, nuevas políticas y otras publicaciones de interés sobre los aspectos económicos y sociales del sistema agroalimentario. La revista está abierta a publicaciones tanto de artículos producto de investigaciones originales, como de recopilaciones o compilaciones de interés práctico o teórico. Se admite artículos en cuatro idiomas (español, portugués, inglés y francés) y se lleva a cabo una activa política de intercambio con otras revistas similares y con bibliotecas de centros especializados en estos mismos temas. Para asegurar tanto la mayor cobertura posible en temas y enfoques como la libertad de expresión de sus autores, Agroalimentaria no es responsable de las opiniones vertidas en ellos. Asimismo autoriza en forma expresa a reproducir sin autorización alguna el material contenido en la revista, siempre que se haga mención de la fuente. Una preocupación fundamental de los editores de la revista continúa siendo ofrecer a sus lectores un producto de calidad en su contenido y en su producción editorial, con el menor costo posible, por lo cual se utiliza el formato de doble columna y un papel bueno pero económico.