Thaís Alves De Oliveira Prado, João Renato Vaz da Silva, Graziele da Costa Martins, Edgard De Freitas Vianna, Jackeline Luiz dos Santos
{"title":"AVALIAÇÃO DO CONSUMO DE SEDATIVOS EM UM HOSPITAL DO RIO DE JANEIRO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19","authors":"Thaís Alves De Oliveira Prado, João Renato Vaz da Silva, Graziele da Costa Martins, Edgard De Freitas Vianna, Jackeline Luiz dos Santos","doi":"10.51161/conbracif/47","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: No Brasil, cerca de 80% dos pacientes com COVID-19 em Unidades de Tratamento Intensivo com ventilação mecânica invasiva vão a óbito. A intubação é um processo invasivo, traumático e doloroso. O uso de medicamentos apropriados para esta manobra é essencial para evitar efeitos indesejados e facilitar sua realização. Objetivos: Avaliar o consumo médio mensal dos sedativos: fentanil, midazolam e propofol no hospital, através da dispensação realizada pelo Serviço de Farmácia e compará-los entre os períodos pré-COVID-19 (julho de 2019 a janeiro de 2020), 1ª onda (fevereiro de 2020 a maio de 2020) e 2ª onda de COVID-19 (dezembro de 2020 a junho de 2021). Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, quantitativo, transversal desenvolvido em um hospital de médio porte localizado no município do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados através do sistema informatizado SPDATA versão 19.01.01:202104191606. Resultados: No período pré-COVID-19, o consumo médio de propofol, fentanil e midazolam era de 711, 1.198 e 994 unidades, respectivamente. Durante a 1ª onda, a saída destes medicamentos para as unidades do hospital correspondeu a 587, 1.396 e 1.374 unidades, representando uma queda de 18% no consumo do propofol, já para fentanil e midazolam, verifica-se um aumento na demanda de 16% e 38%, respectivamente, podendo estar atrelado ao seu emprego no procedimento de intubação orotraqueal em pacientes com COVID-19, segundo protocolos. Na 2ª onda de COVID-19, a demanda foi de 627, 1.606 e 1.300 unidades, representando um incremento de 7% e 15% no consumo de propofol e fentanil, respectivamente, em comparação à onda anterior. Já o midazolam, apresentou uma diminuição da demanda em 6%. Acredita-se que esses achados possam ser justificados pela incapacidade dos estoques de sedativos e analgésicos opioides em suprir a sua demanda na segunda onda, em contraste com a primeira. Conclusão: Durante a pandemia de COVID-19, a prestação de atendimento pelos serviços de saúde foi desafiada, os hospitais passaram por desabastecimento de diversos medicamentos, inclusive os sedativos, e elevação de preços no mercado, tendo que buscar alternativas seguras e comprovadas para o manejo do paciente com ventilação invasiva.","PeriodicalId":7753,"journal":{"name":"Anais do III Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas On-line","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do III Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/conbracif/47","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: No Brasil, cerca de 80% dos pacientes com COVID-19 em Unidades de Tratamento Intensivo com ventilação mecânica invasiva vão a óbito. A intubação é um processo invasivo, traumático e doloroso. O uso de medicamentos apropriados para esta manobra é essencial para evitar efeitos indesejados e facilitar sua realização. Objetivos: Avaliar o consumo médio mensal dos sedativos: fentanil, midazolam e propofol no hospital, através da dispensação realizada pelo Serviço de Farmácia e compará-los entre os períodos pré-COVID-19 (julho de 2019 a janeiro de 2020), 1ª onda (fevereiro de 2020 a maio de 2020) e 2ª onda de COVID-19 (dezembro de 2020 a junho de 2021). Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, quantitativo, transversal desenvolvido em um hospital de médio porte localizado no município do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados através do sistema informatizado SPDATA versão 19.01.01:202104191606. Resultados: No período pré-COVID-19, o consumo médio de propofol, fentanil e midazolam era de 711, 1.198 e 994 unidades, respectivamente. Durante a 1ª onda, a saída destes medicamentos para as unidades do hospital correspondeu a 587, 1.396 e 1.374 unidades, representando uma queda de 18% no consumo do propofol, já para fentanil e midazolam, verifica-se um aumento na demanda de 16% e 38%, respectivamente, podendo estar atrelado ao seu emprego no procedimento de intubação orotraqueal em pacientes com COVID-19, segundo protocolos. Na 2ª onda de COVID-19, a demanda foi de 627, 1.606 e 1.300 unidades, representando um incremento de 7% e 15% no consumo de propofol e fentanil, respectivamente, em comparação à onda anterior. Já o midazolam, apresentou uma diminuição da demanda em 6%. Acredita-se que esses achados possam ser justificados pela incapacidade dos estoques de sedativos e analgésicos opioides em suprir a sua demanda na segunda onda, em contraste com a primeira. Conclusão: Durante a pandemia de COVID-19, a prestação de atendimento pelos serviços de saúde foi desafiada, os hospitais passaram por desabastecimento de diversos medicamentos, inclusive os sedativos, e elevação de preços no mercado, tendo que buscar alternativas seguras e comprovadas para o manejo do paciente com ventilação invasiva.