Marisa Ribeiro de Itapema Cardoso, José Renato Junqueira Borges
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Abstract
Na primeira etapa deste estudo descrevem-se a ocorrência da dermatite digital no sul do Brasil, as condições ambientais nas quais tem sido observada e o aspecto macroscópico das lesões. O segundo artigo incluso neste trabalho aborda aspectos comparativos em diferentes lesões da pele digital de bovinos, cujos fragmentos embebidos em parafina foram seccionados e corados com Warthin-Starry, hematoxilina-eosina e, ocasionalmente, Grocott’s methenamine silver. Amostras representativas dessas lesões foram testadas com soros antibacerianos, através do método immunoistoquímico da peroxidase, para identificação específica de bactérias. Os microorganismos observados nas lâminas coradas com prata foram classificados em quatro categorias principais. Enquanto espiroquetas foram os organismos mais prevalentes, outros elementos bacilares e esféricos estiveram também presentes em muitos cortes. Os testes immunoistoquímicos demonstraram que aproximadamente 80, 46 e 41% das amostras de dermatites digitais e interdigitais marcaram positivamente quando coradas com anticorpos policlonais contra Treponema pallidum, Campylobacter jejuni e Fusobacterium necrophorum, respectivamente. Além disso, um organismo ramificado e filamentoso (presumivelmente um actinomiceto) esteve consistentemente presente nas lâminas de amostras de lesões interdigitais leves. A associação destes organismos com as populações microbianas mistas presentes nessas dermatites é indicativa de seu envolvimento na formação das lesões.