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Abstract
Dentro da relação entre a necessidade humana de compreensão e os “murros fechados do mundo” que o absurdo camusiano ocorre. O absurdo, vindo dessa dicotomia entre ser humano e mundo, decorrente dessa impossibilidade, ou com maior precisão, da irracionalidade do mundo descoberto pelo ser humano, é o que pauta a filosofia de Camus. Nesse contexto, a relação do absurdo com a ciência se torna um tema central de um dos ensaios de Camus, O mito de Sísifo. O autor expressa toda sua revolta com a ciência moderna por nunca lhe oferecer o mundo, a ciência apenas descreve e elucida, nunca fornece o mundo à compreensão do ser humano. Essa situação pode ser esclarecidase atendo aos livros de alguns cientistas do século XX, principalmente Werner Heisenberg, o qual elucida, em A parte e o Todo, uma discussão ao redor do tema da compreensão na física moderna. Sendo assim, o propósito deste artigo é estabelecer uma relação entre o absurdo e a revolta de Camus com a ciência com o que Heisenberg demostra como os limites da compreensão na física. No final, parece que ambos autores convergem a conclusão de que o ser humano não é capaz de chegar a compreensão do mundo por meio da ciência.