{"title":"A POÉTICA DE RESISTÊNCIA DO CAXAMBU: UMA PRÁTICA INSURGENTE DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA","authors":"J. C. R. Mardgan, Giovane Nascimento","doi":"10.29327/1199745.11-37","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo aborda a performance do Caxambu, Patrimônio Cultural Negro do Brasil, enquanto estratégia de ação decolonial para uma educação antirracista. Neste recorte, busca-se apresentar o caxambu em sua dinâmica de insurgência verificada em seu rito performático, que através das relações advindas do povo negro escravizados na diáspora Africana, se fez presente nos terreiros das fazendas cafeeiras da região sudeste no sec. XIX e permanece ativo nas comunidades caxambuzeiras/jongueiras na contemporaneidade. Sob a ótica de uma tradição endossada em uma África inventada em solo brasileiro e pautada em elementos presentes na filosofia e na cosmopercepção em África, as quais orientam sua relação com o mundo através da ancestralidade e do saber coletivo, nos aproximamos dos estudos decoloniais propondo reflexões críticas sobre a hegemonia do pensamento racional, imposta pelo sistema mundo moderno, que hierarquiza e alimenta o epistemicídio de conhecimentos considerados como “outros” e das “outras” formas de pensar o mundo. Desta forma, a fim de constituir uma frente de combate a subalternização dos saberes e pautado nos marcos legais que instituem a obrigatoriedade da inclusão da História da África e da cultura afro-brasileira nos currículos da Educação Básica no Brasil, apresentamos a insurgência do caxambu como ferramenta metodológica para uma educação antirracista, de forma a construir uma experiência legítima da alteridade, necessária para a mitigação do racismo estrutural brasileiro. Através da valorização dos saberes tradicionais e de seus detentores, os mestres e mestras de tradição caxambuzeira, desvelamos caminhos e novas formas de estar e habitar o mundo.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"2 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29327/1199745.11-37","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q2","JCRName":"Arts and Humanities","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo aborda a performance do Caxambu, Patrimônio Cultural Negro do Brasil, enquanto estratégia de ação decolonial para uma educação antirracista. Neste recorte, busca-se apresentar o caxambu em sua dinâmica de insurgência verificada em seu rito performático, que através das relações advindas do povo negro escravizados na diáspora Africana, se fez presente nos terreiros das fazendas cafeeiras da região sudeste no sec. XIX e permanece ativo nas comunidades caxambuzeiras/jongueiras na contemporaneidade. Sob a ótica de uma tradição endossada em uma África inventada em solo brasileiro e pautada em elementos presentes na filosofia e na cosmopercepção em África, as quais orientam sua relação com o mundo através da ancestralidade e do saber coletivo, nos aproximamos dos estudos decoloniais propondo reflexões críticas sobre a hegemonia do pensamento racional, imposta pelo sistema mundo moderno, que hierarquiza e alimenta o epistemicídio de conhecimentos considerados como “outros” e das “outras” formas de pensar o mundo. Desta forma, a fim de constituir uma frente de combate a subalternização dos saberes e pautado nos marcos legais que instituem a obrigatoriedade da inclusão da História da África e da cultura afro-brasileira nos currículos da Educação Básica no Brasil, apresentamos a insurgência do caxambu como ferramenta metodológica para uma educação antirracista, de forma a construir uma experiência legítima da alteridade, necessária para a mitigação do racismo estrutural brasileiro. Através da valorização dos saberes tradicionais e de seus detentores, os mestres e mestras de tradição caxambuzeira, desvelamos caminhos e novas formas de estar e habitar o mundo.