Pub Date : 2023-10-23DOI: 10.11606/1982-02672023v31e25
Mirela Carina Rêgo Duarte, Ana Rita Sá Carneiro, Milena Torres de Melo Silva, Ítalo César de Moura Soeiro, Mariana Silva Rossin
O texto discute a proteção da paisagem cultural brasileira levando em conta a intenção de regulamentação de um instrumento de preservação patrimonial e as implicações conceituais da paisagem como patrimônio cultural. Toma-se como pontos de inflexão a suspensão do instrumento da chancela da Paisagem Cultural Brasileira em 2014, bem como o reconhecimento de quatro paisagens culturais do Brasil pela Unesco entre 2012 e 2021, quando este instrumento ainda está em discussão no âmbito do órgão nacional de preservação patrimonial. Neste sentido, o texto propõe uma reflexão crítica sobre o instrumento da paisagem cultural brasileira no campo do patrimônio cultural, ao lado das raízes que formam a cultura brasileira, questão associada ao contexto mais amplo que atravessa a formação nacional e, consequentemente, a regulamentação das políticas de preservação do patrimônio no Brasil. A crítica almeja atrelar a paisagem cultural brasileira àquela que emerge da luta e da resistência do povo brasileiro, portanto, a umapaisagem mestiça, que precisa ser assimilada numa perspectiva inclusiva de todos os sujeitos.
{"title":"alegoria da paisagem cultural brasileira","authors":"Mirela Carina Rêgo Duarte, Ana Rita Sá Carneiro, Milena Torres de Melo Silva, Ítalo César de Moura Soeiro, Mariana Silva Rossin","doi":"10.11606/1982-02672023v31e25","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e25","url":null,"abstract":"O texto discute a proteção da paisagem cultural brasileira levando em conta a intenção de regulamentação de um instrumento de preservação patrimonial e as implicações conceituais da paisagem como patrimônio cultural. Toma-se como pontos de inflexão a suspensão do instrumento da chancela da Paisagem Cultural Brasileira em 2014, bem como o reconhecimento de quatro paisagens culturais do Brasil pela Unesco entre 2012 e 2021, quando este instrumento ainda está em discussão no âmbito do órgão nacional de preservação patrimonial. Neste sentido, o texto propõe uma reflexão crítica sobre o instrumento da paisagem cultural brasileira no campo do patrimônio cultural, ao lado das raízes que formam a cultura brasileira, questão associada ao contexto mais amplo que atravessa a formação nacional e, consequentemente, a regulamentação das políticas de preservação do patrimônio no Brasil. A crítica almeja atrelar a paisagem cultural brasileira àquela que emerge da luta e da resistência do povo brasileiro, portanto, a umapaisagem mestiça, que precisa ser assimilada numa perspectiva inclusiva de todos os sujeitos.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"25 2","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135460534","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo aborda a performance do Caxambu, Patrimônio Cultural Negro do Brasil, enquanto estratégia de ação decolonial para uma educação antirracista. Neste recorte, busca-se apresentar o caxambu em sua dinâmica de insurgência verificada em seu rito performático, que através das relações advindas do povo negro escravizados na diáspora Africana, se fez presente nos terreiros das fazendas cafeeiras da região sudeste no sec. XIX e permanece ativo nas comunidades caxambuzeiras/jongueiras na contemporaneidade. Sob a ótica de uma tradição endossada em uma África inventada em solo brasileiro e pautada em elementos presentes na filosofia e na cosmopercepção em África, as quais orientam sua relação com o mundo através da ancestralidade e do saber coletivo, nos aproximamos dos estudos decoloniais propondo reflexões críticas sobre a hegemonia do pensamento racional, imposta pelo sistema mundo moderno, que hierarquiza e alimenta o epistemicídio de conhecimentos considerados como “outros” e das “outras” formas de pensar o mundo. Desta forma, a fim de constituir uma frente de combate a subalternização dos saberes e pautado nos marcos legais que instituem a obrigatoriedade da inclusão da História da África e da cultura afro-brasileira nos currículos da Educação Básica no Brasil, apresentamos a insurgência do caxambu como ferramenta metodológica para uma educação antirracista, de forma a construir uma experiência legítima da alteridade, necessária para a mitigação do racismo estrutural brasileiro. Através da valorização dos saberes tradicionais e de seus detentores, os mestres e mestras de tradição caxambuzeira, desvelamos caminhos e novas formas de estar e habitar o mundo.
{"title":"A POÉTICA DE RESISTÊNCIA DO CAXAMBU: UMA PRÁTICA INSURGENTE DE EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA","authors":"J. C. R. Mardgan, Giovane Nascimento","doi":"10.29327/1199745.11-37","DOIUrl":"https://doi.org/10.29327/1199745.11-37","url":null,"abstract":"O artigo aborda a performance do Caxambu, Patrimônio Cultural Negro do Brasil, enquanto estratégia de ação decolonial para uma educação antirracista. Neste recorte, busca-se apresentar o caxambu em sua dinâmica de insurgência verificada em seu rito performático, que através das relações advindas do povo negro escravizados na diáspora Africana, se fez presente nos terreiros das fazendas cafeeiras da região sudeste no sec. XIX e permanece ativo nas comunidades caxambuzeiras/jongueiras na contemporaneidade. Sob a ótica de uma tradição endossada em uma África inventada em solo brasileiro e pautada em elementos presentes na filosofia e na cosmopercepção em África, as quais orientam sua relação com o mundo através da ancestralidade e do saber coletivo, nos aproximamos dos estudos decoloniais propondo reflexões críticas sobre a hegemonia do pensamento racional, imposta pelo sistema mundo moderno, que hierarquiza e alimenta o epistemicídio de conhecimentos considerados como “outros” e das “outras” formas de pensar o mundo. Desta forma, a fim de constituir uma frente de combate a subalternização dos saberes e pautado nos marcos legais que instituem a obrigatoriedade da inclusão da História da África e da cultura afro-brasileira nos currículos da Educação Básica no Brasil, apresentamos a insurgência do caxambu como ferramenta metodológica para uma educação antirracista, de forma a construir uma experiência legítima da alteridade, necessária para a mitigação do racismo estrutural brasileiro. Através da valorização dos saberes tradicionais e de seus detentores, os mestres e mestras de tradição caxambuzeira, desvelamos caminhos e novas formas de estar e habitar o mundo.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"2 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88453116","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-05DOI: 10.11606/1982-02672023v31e24
Sheila Walbe Ornstein
{"title":"BH: do arraial à égide da modernidade utópica (in)completa","authors":"Sheila Walbe Ornstein","doi":"10.11606/1982-02672023v31e24","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e24","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"48 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135546778","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-05DOI: 10.11606/1982-02672023v31e22
Maria Lúcia Bressan Pinheiro
Este artigo aborda aspectos biográficos de Rodrigo Melo Franco de Andrade relativos ao período anterior a sua atuação à frente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), iniciado em 1936. Justifica-se a abordagem proposta em função da existência de numerosas lacunas relativas à trajetória de Rodrigo no período em questão, consideradas relevantes para entender as razões de sua indicação ao cargo de primeiro diretor do órgão. Os resultados da pesquisa apontam a importância do lastro cultural e político da família Melo Franco e seu forte engajamento na Revolução de 1930, como decisivos nesta indicação, bem como sua associação com o jornalista Assis Chateaubriand, que colocou suas empresas jornalísticas a serviço de Vargas. A par de suas qualidades pessoais e intelectuais, tais aspectos foram decisivos para que Rodrigo assumisse a posição de diretor do Sphan, que hoje se afigura predestinada, a despeito de seu alheamento em relação à problemática da preservação do patrimônio até então.
{"title":"Antes do Sphan: notas biográficas sobre a trajetória de Rodrigo Melo Franco de Andrade nas décadas de 1920 e 1930","authors":"Maria Lúcia Bressan Pinheiro","doi":"10.11606/1982-02672023v31e22","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e22","url":null,"abstract":"Este artigo aborda aspectos biográficos de Rodrigo Melo Franco de Andrade relativos ao período anterior a sua atuação à frente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), iniciado em 1936. Justifica-se a abordagem proposta em função da existência de numerosas lacunas relativas à trajetória de Rodrigo no período em questão, consideradas relevantes para entender as razões de sua indicação ao cargo de primeiro diretor do órgão. Os resultados da pesquisa apontam a importância do lastro cultural e político da família Melo Franco e seu forte engajamento na Revolução de 1930, como decisivos nesta indicação, bem como sua associação com o jornalista Assis Chateaubriand, que colocou suas empresas jornalísticas a serviço de Vargas. A par de suas qualidades pessoais e intelectuais, tais aspectos foram decisivos para que Rodrigo assumisse a posição de diretor do Sphan, que hoje se afigura predestinada, a despeito de seu alheamento em relação à problemática da preservação do patrimônio até então.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135483872","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-04DOI: 10.11606/1982-02672023v31e23
Thiago Pires Oliveira, Thomás A. S. Haddad
O artigo pretende abordar os impactos ocasionados por alagamentos no município de São Paulo no século XVIII, a partir de 1750. Nossa discussão busca expor as reações do poder local à dinâmica hidrológica da região em um momento anterior às severas intervenções que ocorreriam nos séculos seguintes. Identificamos, no período investigado, dezessete ocasiões em que a Câmara Municipal de São Paulo se viu compelida a tomar medidas para mitigar os efeitos danosos do acúmulo de águas pluviais, cheias de rios ou escoamento excessivo a partir de estruturas edificadas como fontes, aquedutos e diques. A documentação demonstra a recorrência tanto dos mesmos tipos de problemas causados pelas águas quanto das formas de enfrentamento adotadas pela Câmara, que, via de regra, só conseguiu agir reativamente, determinando apenas a realização de obras de reparo. Argumentamos que esse emprego muito comedido das possibilidades de intervenção técnica reflete, por um lado, os limites do poder local, e, por outro, as prioridades do próprio conhecimento colonial e do quadro de relações possíveis entre sociedade e natureza que ele determina.
{"title":"“Por se achar arruinada a mesma rua com a invasão das águas…”: técnica e política na atuação da Câmara Municipal de São Paulo no enfrentamento de alagamentos na segunda metade do século XVIII","authors":"Thiago Pires Oliveira, Thomás A. S. Haddad","doi":"10.11606/1982-02672023v31e23","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e23","url":null,"abstract":"O artigo pretende abordar os impactos ocasionados por alagamentos no município de São Paulo no século XVIII, a partir de 1750. Nossa discussão busca expor as reações do poder local à dinâmica hidrológica da região em um momento anterior às severas intervenções que ocorreriam nos séculos seguintes. Identificamos, no período investigado, dezessete ocasiões em que a Câmara Municipal de São Paulo se viu compelida a tomar medidas para mitigar os efeitos danosos do acúmulo de águas pluviais, cheias de rios ou escoamento excessivo a partir de estruturas edificadas como fontes, aquedutos e diques. A documentação demonstra a recorrência tanto dos mesmos tipos de problemas causados pelas águas quanto das formas de enfrentamento adotadas pela Câmara, que, via de regra, só conseguiu agir reativamente, determinando apenas a realização de obras de reparo. Argumentamos que esse emprego muito comedido das possibilidades de intervenção técnica reflete, por um lado, os limites do poder local, e, por outro, as prioridades do próprio conhecimento colonial e do quadro de relações possíveis entre sociedade e natureza que ele determina.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"97 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135646091","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo tem por objetivo propor um esboço do espaço urbano do antigo arraial do Tijuco entre 1735 e 1784 por meio de um conjunto variado de fontes textuais, bem como de mapas elaborados em 1775 e 1784. O período escolhido abrange os primeiros registros de nomes das vias públicas onde se localizavam as lojas ou vendas do arraial do Tijuco, e a lista de logradouros que acompanha a “pequena planta do arraial do Tijuco” elaborada em 1775. O maior desafio a ser enfrentado é sem dúvida a variação dos nomes para os mesmos logradouros. Com base nos elementos aqui expostos, busca-se mostrar que na década de 1730 os estabelecimentos comerciais se concentravam principalmente nas ruas da Quitanda, do Bonfim e do Carmo, mas também na atual praça Conselheiro Mata, rua do Contrato, Rosário e no Macau – basicamente nos logradouros situados entre a igreja de Santo Antônio e o edifício da antiga Intendência dos Diamantes (situado onde hoje é a Mitra Arquidiocesana de Diamantina). Este parece ter sido o eixo em torno do qual novas vias foram sendo constituídas. Trata-se obviamente de um primeiro esforço, e pesquisas posteriores, sem dúvida, poderão refinar esta proposta.
本文旨在通过1775年和1784年绘制的各种文本来源和地图,勾勒出1735年至1784年间Tijuco老营地的城市空间轮廓。所选择的时期包括第一次记录的公共道路的名称,那里的商店或销售arraal do Tijuco,以及伴随“小植物arraal do Tijuco”在1775年准备。最大的挑战无疑是相同场地的不同名称。根据元素,搜索一下1730年代的小街上的商店主要是集中、Bonfim和焦糖,但也在当前方块马塔,街上的合同,顾问,在澳门—基本上来自于我们之间的圣安东尼教堂和古老的建筑用品钻石(位于今天的地方是我的教区的海军之子)。这似乎是新路线形成的轴心。这显然是第一次尝试,进一步的研究无疑可以改进这一建议。
{"title":"Becos, ruas e largos: o espaço urbano do arraial do Tijuco, 1735-1775","authors":"Angelo Alves Carrara, Letícia Bedendo Campanha Pires","doi":"10.11606/1982-02672023v31e21","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e21","url":null,"abstract":"Este artigo tem por objetivo propor um esboço do espaço urbano do antigo arraial do Tijuco entre 1735 e 1784 por meio de um conjunto variado de fontes textuais, bem como de mapas elaborados em 1775 e 1784. O período escolhido abrange os primeiros registros de nomes das vias públicas onde se localizavam as lojas ou vendas do arraial do Tijuco, e a lista de logradouros que acompanha a “pequena planta do arraial do Tijuco” elaborada em 1775. O maior desafio a ser enfrentado é sem dúvida a variação dos nomes para os mesmos logradouros. Com base nos elementos aqui expostos, busca-se mostrar que na década de 1730 os estabelecimentos comerciais se concentravam principalmente nas ruas da Quitanda, do Bonfim e do Carmo, mas também na atual praça Conselheiro Mata, rua do Contrato, Rosário e no Macau – basicamente nos logradouros situados entre a igreja de Santo Antônio e o edifício da antiga Intendência dos Diamantes (situado onde hoje é a Mitra Arquidiocesana de Diamantina). Este parece ter sido o eixo em torno do qual novas vias foram sendo constituídas. Trata-se obviamente de um primeiro esforço, e pesquisas posteriores, sem dúvida, poderão refinar esta proposta.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"50 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135645493","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-01DOI: 10.11606/1982-02672023v31e18
A. F. Costa, M. Dahmouche, José Sergio Damico, S. Mano, Sibele Cazelli
O Observatório de Museus e Centros de Ciência e Tecnologia (OMCC&T) realizou uma pesquisa intitulada Lembranças, memórias, presenças que marcam: o que forma o público de um museu de ciência?. Foram 619 formulários respondidos por visitantes de seis diferentes museus, dos quais 87 pessoas foram sorteadas para serem entrevistadas sobre suas recordações vinculadas a visitas a museus. À vista de que mais de 70% das memórias se referem especificamente ao Museu Nacional, estabeleceu-se um recorte com foco nesses entrevistados. Por meio da análise documental, que incluíram regimentos, relatórios institucionais, acervo fotográfico e matérias jornalísticas, a pesquisa investigou a história da instituição, obtendo importantes elementos que ajudam a compreender a construção da relação do Museu com seus diferentes públicos ao longo de seus duzentos anos. A abordagem histórica destaca, entre outras informações, a localização original e atual da instituição e seus problemas correlatos; a participação da mídia no processo divulgação; a configuração do acervo grandioso do Museu; o compartilhamento do território com um parque público e jardim zoológico, os quais conferiram ao local características de lazer familiar e social, bem como muitos visitantes ao longo das décadas. As falas dos entrevistados formaram o segundo pilar do estudo, que detalhou os vínculos emocionais de suas lembranças. Os relatos se caracterizaram pela valorização das ligações familiares, das sensações de felicidade, de assombro com a grandiosidade da arquitetura do palácio e com o acervo, além da profunda tristeza vivenciada pelo incêndio que destruiu a maior parte do patrimônio do Museu Nacional.
{"title":"Memórias dos visitantes do Museu Nacional: lembranças que não se apagam","authors":"A. F. Costa, M. Dahmouche, José Sergio Damico, S. Mano, Sibele Cazelli","doi":"10.11606/1982-02672023v31e18","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e18","url":null,"abstract":"O Observatório de Museus e Centros de Ciência e Tecnologia (OMCC&T) realizou uma pesquisa intitulada Lembranças, memórias, presenças que marcam: o que forma o público de um museu de ciência?. Foram 619 formulários respondidos por visitantes de seis diferentes museus, dos quais 87 pessoas foram sorteadas para serem entrevistadas sobre suas recordações vinculadas a visitas a museus. À vista de que mais de 70% das memórias se referem especificamente ao Museu Nacional, estabeleceu-se um recorte com foco nesses entrevistados. Por meio da análise documental, que incluíram regimentos, relatórios institucionais, acervo fotográfico e matérias jornalísticas, a pesquisa investigou a história da instituição, obtendo importantes elementos que ajudam a compreender a construção da relação do Museu com seus diferentes públicos ao longo de seus duzentos anos. A abordagem histórica destaca, entre outras informações, a localização original e atual da instituição e seus problemas correlatos; a participação da mídia no processo divulgação; a configuração do acervo grandioso do Museu; o compartilhamento do território com um parque público e jardim zoológico, os quais conferiram ao local características de lazer familiar e social, bem como muitos visitantes ao longo das décadas. As falas dos entrevistados formaram o segundo pilar do estudo, que detalhou os vínculos emocionais de suas lembranças. Os relatos se caracterizaram pela valorização das ligações familiares, das sensações de felicidade, de assombro com a grandiosidade da arquitetura do palácio e com o acervo, além da profunda tristeza vivenciada pelo incêndio que destruiu a maior parte do patrimônio do Museu Nacional.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41471539","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-01DOI: 10.11606/1982-02672023v31e20
Daniela Pereira Barbosa, Maria Fernanda Derntl
Este trabalho consiste numa análise documental de dossiês de tombamento relativos a construções erguidas antes da construção de Brasília e localizadas no território do Distrito Federal. Trata-se do Museu Histórico e Artístico de Planaltina, da Igreja São Sebastião de Planaltina, da Pedra Fundamental de Planaltina e da Casa da Fazenda Gama, que, por sua arquitetura e origem, contrastam com a monumentalidade moderna do Plano Piloto de Brasília. O método consistiu em coleta de dados de dossiês e análise de justificativas para os tombamentos expressas nessa documentação, o que nos permitiu investigar como ocorreu a incorporação de uma alegada "tradição goiana" em discursos patrimoniais relativos a Brasília. Nossas conclusões apontam como esse patrimônio é valorizado nos dossiês, sobretudo por seu papel no processo de implantação e construção da nova capital, em uma tentativa de reforçar a imagem monumental de Brasília.
这项工作包括对巴西利亚建设前在联邦区境内建造的建筑相关倾倒档案的文献分析。它是Planaltina历史艺术博物馆、São Sebastião de Planaltina教堂、Planaltina基石和Casa da Fazenda Gama,就其建筑和起源而言,与巴西利亚试点计划的现代纪念碑形成了鲜明对比。该方法包括从档案中收集数据,并分析本文件中所述墓碑的理由,这使我们能够调查所谓的“戈亚斯传统”是如何在与巴西利亚有关的世袭话语中被纳入的。我们的结论指出了这一遗产在档案中的价值,特别是它在新首都的植入和建设过程中的作用,试图强化巴西利亚的不朽形象。
{"title":"Um patrimônio centenário em Brasília: processos patrimoniais e discursos relativos a antecedentes da Nova Capital","authors":"Daniela Pereira Barbosa, Maria Fernanda Derntl","doi":"10.11606/1982-02672023v31e20","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e20","url":null,"abstract":"Este trabalho consiste numa análise documental de dossiês de tombamento relativos a construções erguidas antes da construção de Brasília e localizadas no território do Distrito Federal. Trata-se do Museu Histórico e Artístico de Planaltina, da Igreja São Sebastião de Planaltina, da Pedra Fundamental de Planaltina e da Casa da Fazenda Gama, que, por sua arquitetura e origem, contrastam com a monumentalidade moderna do Plano Piloto de Brasília. O método consistiu em coleta de dados de dossiês e análise de justificativas para os tombamentos expressas nessa documentação, o que nos permitiu investigar como ocorreu a incorporação de uma alegada \"tradição goiana\" em discursos patrimoniais relativos a Brasília. Nossas conclusões apontam como esse patrimônio é valorizado nos dossiês, sobretudo por seu papel no processo de implantação e construção da nova capital, em uma tentativa de reforçar a imagem monumental de Brasília.","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43427921","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-01DOI: 10.11606/1982-02672023v31e19
C. M. Gagliardi
O texto analisa as narrativas turísticas como práticas de memória, discutindo sua relevância no reconhecimento do papel dos negros escravizados na construção social de cidades históricas brasileiras e seus patrimônios. O estudo se concentra no Vale Histórico, localizado entre Rio de Janeiro e São Paulo, cuja história esteve marcada pela lavoura cafeeira e pela presença maciça de escravizados africanos e seus descendentes no século XIX. A partir da análise de visitas oferecidas em fazendas cafeeiras convertidas para uso turístico, observa-se como a instituição da escravidão, a presença e a individualidade dos escravizados são minimizadas ou invisibilizadas nestes programas turísticos, não obstante a extensão, a produtividade e o contingente de negros escravizados tenham sido enormes nessa região. O trabalho é um recorte dos resultados da pesquisa Turismo, Patrimônio e Desenvolvimento Social no Vale Histórico Paulista, desenvolvida na Universidade de São Paulo e financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
{"title":"Narrativas turísticas de paisagens escravistas: práticas de memória na interpretação do patrimônio cultural do Vale do Paraíba, SP","authors":"C. M. Gagliardi","doi":"10.11606/1982-02672023v31e19","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e19","url":null,"abstract":"O texto analisa as narrativas turísticas como práticas de memória, discutindo sua relevância no reconhecimento do papel dos negros escravizados na construção social de cidades históricas brasileiras e seus patrimônios. O estudo se concentra no Vale Histórico, localizado entre Rio de Janeiro e São Paulo, cuja história esteve marcada pela lavoura cafeeira e pela presença maciça de escravizados africanos e seus descendentes no século XIX. A partir da análise de visitas oferecidas em fazendas cafeeiras convertidas para uso turístico, observa-se como a instituição da escravidão, a presença e a individualidade dos escravizados são minimizadas ou invisibilizadas nestes programas turísticos, não obstante a extensão, a produtividade e o contingente de negros escravizados tenham sido enormes nessa região. O trabalho é um recorte dos resultados da pesquisa Turismo, Patrimônio e Desenvolvimento Social no Vale Histórico Paulista, desenvolvida na Universidade de São Paulo e financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).","PeriodicalId":29988,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista Historia e Cultura Material","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44819599","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-07-10DOI: 10.1590/1982-02672023v31e16
B. Kühl
RESUMO Este artigo visa a analisar algumas das características do livro Teoria da restauração, de Cesare Brandi, cuja primeira edição é de 1963. Não se pretende aqui esgotar a abordagem do livro nem tratar exaustivamente a bibliografia sobre o autor e a obra, mas oferecer contribuições para uma leitura circunstanciada. Assim, reuniu-se uma extensa bibliografia, que inclui tanto textos antigos quanto recentes, que remetem a referências ainda mais amplas. Antes de iniciar a análise do livro, examina-se a biografia de Brandi, buscando esclarecer mal-entendidos que interferem, no Brasil, na apreciação de sua obra e de sua atuação. Feito isso, a natureza do livro e o modo como se estrutura é tratado para, depois, enfrentar o conceito de restauração e algumas de suas implicações. A seguir são examinados os desdobramentos do texto e suas perspectivas atuais, pontuando certos temas, sem a pretensão de esgotá-los: a relação restauro-técnica; restauro da arte contemporânea; a restauração preventiva e a escala urbana; a restauração arquitetônica. Por fim, são feitas considerações sobre a importância de enfrentar temas de restauro de modo fundamentado e com base em princípios.
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