Celso Marialva, A. Macedo, Nuno Ramos, V. Metrogos, M. Carvalho
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Abstract
Introdução: O nosso objetivo foi avaliar as diferenças entre a colocação precoce ou tardia do cateter ureteral duplo J em doentes com urosépsis associada a litíase do trato urinário.
Material e Métodos: Revisão retrospectiva de doentes internados na nossa instituição entre 2011 e 2015 com o diagnóstico de urosépsis associada a litíase do trato urinário, com colocação de cateter ureteral duplo J. Os grupos de cateterização precoce e tardia foram definidos pela mediana de espera pela colocação de cateter ureteral duplo J. Analisou-se o tempo de internamento, localização e emissão espontânea de cálculos após a colocação do cateter ureteral. A análise estatística incluiu teste de qui-quadrado, regressão linear e correlação de Spearman.
Resultados: Quarenta e dois doentes (média de idade: 58 anos; 32 mulheres) apresentaram uma média de 3,38 dias desde a admissão no serviço de urgência até à colocação de cateter ureteral duplo J. A mediana de tempo para cateterismo ureteral foi 2,5 dias.Otempo médio de internamento foi 12,2 dias. O grupo de cateterismo precoce teve um tempo de internamento menor do que o grupo de cateterismo tardio (média de 5,6 vs 18,8 dias; p<0,001). O grupo de cateterismo ureteral precoce apresentou cálculos predominantemente lombares face ao grupo tardio (76,2% vs 42,8%; p=0,029) e apresentou melhor emissão espontânea de cálculos comparativamente a esse grupo (61,9% vs 47,6%; p=0,268). Se considerarmos apenas os cálculos lombares, existe uma relação na emissão espontânea entre os dois grupos ( p=0,027).
Conclusão: Existe redução significativa do tempo de internamento, em doentes com urosépsis por litíase, quando é realizado o cateterismo ureteral precoce. Este apresenta uma maior emissão espontânea de cálculos, sobretudo na região lombar.