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Os discursos constituintes, a exemplo do religioso e do filosófico, são aqueles que se autolegitimam, apoiando-se em “sua própria verdade”, enquanto outros discursos, caso do jornalístico, buscam fundamentar seus argumentos em outras fontes legitimadoras. Na contemporaneidade, o discurso econômico parece se elevar a um grau máximo de discurso constituinte, conforme mostram as “fórmulas de sucesso” que circulam na prática discursiva. Neste trabalho, apresentamos uma discussão teórica a respeito dos discursos constituintes e da noção de “verdade”, à luz de alguns dados, com objetivo de, por um lado, refletir sobre a emergência do discurso econômico como o principal constituinte da atualidade e, por outro, ampliar as discussões sobre o funcionamento material desse discurso em um recorte de corpus de mídias digitais. Os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso de linha francesa embasam nosso trabalho, no qual mobilizamos: a concepção teórica sobre os discursos constituintes, conforme o quadro proposto por Maingueneau; a reflexão sobre “verdade” e “subjetividade”, com fundamentação na psicanálise lacaniana. Entendemos que a soberania do discurso econômico desempenha papel determinante na reprodução do negacionismo histórico-científico, uma vez que, entre outros fatores, justifica políticas centradas mais na economia do que na educação e na ciência.